Telefônica Vivo investe R$ 125 milhões em expansão de data center em SP

Centro de dados localizado em Barueri terá agora 4,6 mil metros quadrados de espaço para clientes corporativos

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4:03 pm - 08 de março de 2018

Em 2012, a Telefônica Vivo inaugurou seu primeiro data center em Barueri, São Paulo, com investimento de R$ 400 milhões. Hoje, com quatro centros de dados no Brasil ocupando espaço total de 88 mil metros quadrados – e 21 em todo o mundo -, a empresa dá mais um passo em sua estratégia de atendimento ao mercado business to business (B2B) com a expansão do data center Tamboré 1. O investimento na segunda fase foi de R$ 125 milhões e agora o local terá um total de 4,6 mil metros quadrados.

Em conversas com jornalistas na manhã de hoje (8/3), Alex Martins Salgado, vice-presidente B2B da Telefônica, apontou que a expansão do local começou em 2015 após uma análise de curva de tendência de operação do data center. “Há uma demanda crescente”, afirmou ele, citando a transformação digital como um dos grandes impulsionadores.

O executivo explicou que os data centers da empresa suportam quatro serviços: big data, internet das coisas (IoT), segurança e cloud. “Investimos constantemente para ajudar clientes na jornada de transformação digital, indo muito além da conectividade”, garantiu.

Estrutura robusta

Debora Bortolasi, diretora de Produtos e Inovação B2B da Telefônica, contou que todos os data centers da companhia são certificados. O Tamboré I, por exemplo, tem Tier III em Design, Facility e Operações, selo que reconhece se infraestruturas estão capacitadas para a realização de manutenções, sem que haja qualquer interrupção em suas atividades.

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Com expansão, Tamboré 1 passa a ter espaço total de 4,6 mil metros quadrados

A executiva detalhou a impressionante estrutura do local. Na parte elétrica, o data center tem duas linhas de alta tensão (88 KV) provenientes de subestações distintas, além de uma subestação própria com capacidade para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes. O sistema de no break mantém o data center em plena carga por até 15 minutos para o restabelecimento da energia.

Além disso, o reservatório do diesel tem capacidade de 360 mil litros para suportar o data center em plena carga até 112 horas, com 60 horas contínuas sem abastecimento. O grupo motor gerador é redundante e tem capacidade de crescimento modular. São setes geradores de 3.750 KVA para atender o local.

Na parte de refrigeração, a empresa construiu um ramal de água exclusivo ligado à Sabesp. São, ainda, dois tanques de 2,3 milhões de litros de água, garantindo 260 horas de operação. Também há tanques de água gelada, cada um com 275 mil litros com refrigeração, que abastece o local por até 15 horas. A central de água gelada é de 8,4 mil TRs com centrífugas de alto rendimento.

Como não poderia deixar de ser, o local conta com segurança física e lógica. Há sistemas de detecção precoce de incêndio (VESDA) e de extinção de incêndio por gás inerte, além de controle eletrônico do acesso físico aos racks de servidores, com RFID, Firewalls e IPS. O local também conta com uma série de iniciativas sustentáveis, como reaproveitamento de água – são 4 mil litros de água recuperada por dia – e alta tecnologia para controle, manutenção e tratamento do ar em ambientes críticos.

Toda a infraestrutura é monitorada no modelo 24X7, sendo mais de 5 mil itens de manutenção apenas no Tamboré 1. Estimativas de mercado indicam que mais de 80% das falhas em data centers são humanas e em procedimentos de manutenção. Assim, o data center da Telefônica leva o tema bastante a sério e tem controle e manuais em todos os locais para que os profissionais sejam orientados prontamente em casos de falhas.

Em seis anos de operação, os recursos de contingência do data center foram solicitados seis vezes, praticamente uma vez por ano. O caso mais emblemático foi quando a energia das duas linhas caiu e todo o sistema operou perfeitamente sem nenhum impacto.

Entre os serviços do local estão o Vivo Cloud Plus, hosting e colocation. “Suportamos o cliente em todas as suas fases de evolução de transformação digital até chegar a um posicionamento multicloud”, explicou Debora, acrescentando que os clientes vão dos pequenos, passando pelos médios até chegar aos grandes negócios.

Retomada do crescimento

Com a proposta de ser “one stop shop”, o data center da Telefônica tem sido cada vez mais procurado, garante Salgado. Apesar de não divulgar números, o executivo relata que o crescimento para cloud é exponencial. “Data center não é um mercado novo, mas evoluiu muito”, relatou ele. E a curva tende a crescer. Estudo recente da Cisco indica que até 2021, 94% das cargas de trabalho e instâncias de computação serão processadas por data centers em nuvem e o restante por data centers tradicionais.

Reflexo dessa demanda crescente esteve na contratação de talentos no ano passado. Somente no segmento B2B, a Telefônica contratou 400 pessoas. “Nosso investimento foi gigantesco. Não conheço outra empresa que fez algo parecido”, detalhou.

Diante da concorrência de empresas como Oracle, SAP, AWS e IBM, que estão investindo pesado em datas centers no Brasil, Salgado relatou que a Telefônica tem diferenciais importantes que atraem as empresas. “Temos um time local de consultores, que está muito perto do cliente entendendo sua necessidade. Além disso, nossa conectividade é destaque e somos agnósticos quanto às soluções em nosso data center”, listou ele.

Segundo Salgado, a empresa está pronta para as próximas ondas tecnológicas que estão por vir, como internet das coisas (IoT) e aumento do volume de dados. “Seguimos investindo em tecnologia e infraestrutura de nuvem, mas compomos com solução que fazem sentido, sejam próprias ou de fornecedores do mercado”, finalizou o executivo mostrando que as operadoras estão mais flexíveis do que nunca.

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