Startups pivotam e ampliam portfólio para atender demandas em pandemia

Para mitigar os efeitos negativos na economia em tempos de pandemia, startups de diversos segmentos precisaram repensar seus modelos de negócio

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8:21 am - 11 de maio de 2020
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Derivado do verbo em inglês “to pivot”, que significa “girar”, o conceito é utilizado no mundo do empreendedorismo para designar mudanças no modelo de negócio que empresas realizam para atenderem de forma ideal as dores dos clientes.

Para mitigar os efeitos negativos na economia em tempos de pandemia, startups de diversos segmentos precisaram repensar seus modelos de negócio para atenderem as demandas de clientes durante este período. Estas empresas encontraram, durante uma das maiores crises de saúde da história, formas de facilitar processos de parceiros e clientes, pivotando seus negócios ou ampliando portfólios.

Pagamentos

Um exemplo é a Taki, startup de pagamentos de débitos veiculares, que percebeu uma nova tendência de consumo de seus clientes e hoje passa a oferecer o parcelamento de contas de consumo e boletos bancários por meio da plataforma. “Igualmente feito em taxas e tributos veiculares, passamos a facilitar o pagamento – via cartão de crédito –  de conta de água, luz e boletos condominiais, por exemplo, com possibilidade de parcelamento em até 12 vezes”, conta Diogo Cuoco, fundador e CEO da Taki.

Além de ampliar os serviços, a startup também precisou pivotar sua estratégia de expansão.”Dentro das próximas semanas, abriremos a operação em todos os 26 Estados do país para parcelamento de débitos veiculares e também parcelamento de boletos bancários”, diz. As novas estratégias da startup tem se mostrado efetivas, uma vez que a Taki pretende manter para o futuro todas as ações realizadas agora, após o fim da pandemia.

Para Diogo, a relação entre consumidor e empresa tende a ser outra daqui em diante. “Agora, com a frente de expansão a nível nacional e com a situação que enfrentamos atualmente em nosso país, acreditamos que será muito mais fácil desburocratizar processos em DETRANs de todo o Brasil, seguindo o exemplo de São Paulo. E os clientes estarão mais abertos a não irem pessoalmente a tais órgãos, preferindo o meio virtual para resolver seus débitos veiculares”, explica.

Saúde

Um dos setores que mais tem sofrido alterações durante a pandemia de coronavírus é a saúde. Startups do segmento também estão mudando seus produtos e relação com os clientes para se adaptar ao momento atual e aumentar ainda mais a qualidade de seus produtos e serviços. A BoaConsulta, plataforma de teleatendimentos de saúde, precisou evoluir seus serviços para atender a demanda.

“Há algum tempo estudávamos formatos de aplicar a Telemedicina e conseguimos evoluir este serviço. Hoje, temos teleconsultas disponíveis para todas especialidades no BoaConsulta. Além disso, durante todo o mês de abril, oferecemos aos paciente tele-plantões gratuitos, com médicos parceiros, sobre o Coronavírus”, explica Adriano Fontana, CEO e cofundador do BoaConsulta. Atualmente a plataforma já intermediou mais de 1,7 milhão de consultas. São 1,5 milhão de pacientes cadastrados em na plataforma e 38 mil especialistas disponíveis.

Assunto que ficou em segundo plano por muito tempo na área médica, as teleconsultas se mostram agora cada vez mais necessárias, e a crise provocada pelo coronavírus faz com que elas se tornem mais comuns no dia a dia dos médicos e pacientes.  “A consulta online é uma forma conveniente de oferecer aos pacientes mais acesso à saúde, reduzindo também o número de pessoas circulando nas ruas e clínicas. Com isso, conseguimos atuar também na contenção do vírus. Acreditamos que a telemedicina veio para ficar e, embora inicialmente a modalidade tenha sido liberada pelo CFM durante o período da pandemia, é provável que se torne algo cada vez mais recorrente, visto que otimiza recursos do sistema e oferece mais agilidade no atendimento”, completa Adriano.

Educação

Por causa da quarentena imposta por diversos estados brasileiros, a área de educação também tem sido diretamente afetada pelo COVID-19. Para driblar o desafio, a Shapp, startup de aulas presencial, agora aposta em ensino online. André Alves, cofundador e CEO da Shapp, conta que as demandas de aulas duplicaram em 2020, em relação ao início de 2019.

“Nosso foco original sempre foi a aula presencial, por considerarmos mais rico, com mais trocas de experiência e divertida do que uma aula gravada ou online. Mas devido ao momento, pivotamos para as aulas online, mas ainda assim ao vivo”, conta André. Para o futuro, os planos da startup também mudaram. “Todas as alterações ainda se aplicam pra um cenário pós-pandemia. O incentivo que não manteremos é a liberação da nossa comissão para as aulas online.”

Para ele, o caminho para as startups agora é apostar no online, tendo em vista as mudanças de comportamento do consumidor após o fim da pandemia. “Com certeza boa parte de quem migrou para o digital, deve continuar digital. Mais home-office, mais compras digitais. Para nós haverá uma adaptação da aula para o meio digital. Novas ferramentas surgirão e algumas adaptações também. Por exemplo uma aula de violão. Pessoalmente você tem o recurso de tocar a mão do aluno para ajuda-lo a entender a posição, ou sincronizar o som de professor e aluno tocando juntos. São dificuldades que em breve o mercado trará soluções”, finaliza.

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