Startups de semicondutores receberão US$ 6 bi em 2022

Segundo a Deloitte, investimentos são reflexo do aumento da demanda por chips em um contexto de crise de oferta prolongada

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10:20 am - 15 de junho de 2022
exportação de chips Imagem: Shutterstock

Entre todas as crises vividas pelo setor de TI em 2021, a escassez de chips foi uma das mais alarmantes. Em 2022 a indústria ensaia uma recuperação, com a Deloitte prevendo que muitos tipos de chips ainda estarão em falta neste ano, apesar de a realidade ser menos grave do que na maior parte do ano passado.

“Haverá atrasos ao longo de 2022 até que a oferta atenda à crescente demanda […] Não é apenas a proliferação de dispositivos de consumo, é o fato de que muitos produtos mecânicos na indústria estão se tornando cada vez mais digitais e muitos setores verticais estão se tornando mais dependentes da digitalização”, destaca a consultoria no estudo “Previsões em Tecnologia, Mídia e Telecomunicação – TMT Predictions”.

Reflexo dessa crise no mercado são oportunidades que fundos de venture capital estão farejando em startups do setor. A Deloitte  prevê que as empresas de capital de risco globalmente investirão mais de US$6 bilhões em startups de semicondutores em 2022.

Leia mais: Setores poderão sofrer com escassez de chips até 2024

O estudo ainda apontou outras tendências, como a implantação do Wi-Fi 6 que seguirá superando os dispositivos 5G e o uso de criptografia homomórfica para gerenciamento de dados confidenciais.

“No Brasil, as tendências apontadas pelo nosso estudo global já têm sido vistas por aqui e estarão cada vez mais presentes nos próximos meses, até o final do ano e início do próximo. O setor de tecnologia e telecomunicações é fundamental para a economia global e nós percebemos que desde o avanço da pandemia estes foram segmentos de extrema importância. Algumas tendências que foram aceleradas nesse período nitidamente vieram para ficar de vez e serão expandidas”, destaca Marcia Ogawa, sócia-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

Segundo o levantamento da Deloitte, apesar do desdobramento comercial do 5G, os dispositivos de Wi-Fi 6 agora estão superando os dispositivos 5G por uma grande margem e provavelmente continuarão a fazê-lo nos próximos anos. Pelo menos 2,5 bilhões de dispositivos Wi-Fi 6 devem ser lançados em 2022 contra aproximadamente 1,5 bilhão de dispositivos 5G.

A razão para isso é que o Wi-Fi 6, tanto quanto o 5G, tem um papel significativo a desempenhar no futuro da conectividade sem fio — não apenas para os consumidores, mas também para as empresas. Smartphones, tablets e PCs são alguns dos dispositivos equipados com Wi-Fi 6 mais populares, mas o Wi-Fi 6 também é usado em muitos outros, incluindo câmeras sem fio, dispositivos domésticos inteligentes, consoles de jogos, wearables e fones de ouvido AR/VR.

IA e dados confidenciais

O ano de 2022 também verá uma grande discussão sobre a regulação da Inteligência Artificial de forma mais sistemática, com  propostas sendo feitas – embora a promulgação delas em regulamentações reais provavelmente não aconteça até 2023 ou além, estima a Deloitte.

“Algumas jurisdições podem até tentar banir inteiramente subcampos de IA, como reconhecimento facial em espaços públicos, pontuação social e técnicas subliminares. Impulsionadas pela crescente urgência de proteger os dados usados em aplicativos de IA, tecnologias emergentes de aprimoramento de privacidade, como criptografia homomórfica e aprendizado federado, também experimentarão um crescimento dramático”, destacou o estudo.

Usado pelas principais empresas de tecnologia, o mercado de criptografia homomórfica e aprendizado federado crescerá a taxas de dois dígitos em 2022 para mais de US$ 250 milhões. Até 2025, este mercado deverá atingir US$ 500 milhões.

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