Sob nova liderança no Brasil, SAS mira na nuvem e trilha caminho para IPO

Para superar desafios de 2022 no Brasil, empresa quer fazer "um ano de doze meses caber em nove”

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5:42 pm - 07 de abril de 2022

Desde o final de 2021, o SAS está sob nova liderança no Brasil. Veterano com 13 anos de casa, André Novo assumiu em dezembro passado o posto de country manager da empresa de software de inteligência de dados. O executivo, até então, atuava como diretor de vendas do SAS. O momento é de otimismo: além de um biênio de crescimento no mercado nacional, a empresa está nos preparativos para um já anunciado IPO, previsto para acontecer em 2024.

“A gente não fala muito de números, mas posso dizer que a gente teve crescimento na receita da operação nos últimos dois anos”, disse Novo em entrevista ao IT Forum. Os dados públicos mais recentes da companhia são de 2020. Naquele ano, o SAS cresceu 8% em comparação com o ano anterior em Receita Operacional Total e 13% em Receita Recorrente Anual.

Os planos, no entanto, não são sem seus obstáculos. Apesar das perspectivas positivas, Novo considera 2022 um ano “desafiador” por conta de algumas peculiaridades. “Quando meu nome foi anunciado no final do ano passado, eu comentei para o time que meus principais desafios eram: primeiro, manter esse crescimento dos últimos dois anos; segundo, é fazer um ano de doze meses caber em nove”, contou.

A primeira dessas peculiaridades é o calendário eleitoral, já que as Eleições 2022 ocorrem em outubro. Em segundo lugar está a Copa do Mundo do Catar, que acontece no mês seguinte. Segundo Novo, esses dois aspectos “não prejudicam” os negócios da empresa no País, mas podem gerar atrasos em decisões de negócio de clientes. “Principalmente no casos de eleições”, narrou o executivo. “Tem o fator que é eventuais oscilações de economia que podem fazer com que algumas empresas repensem seus projetos”.

A preocupação com o potencial impacto das eleições também tem outro motivo: uma das áreas que o SAS observou melhor resultado em 2021 foi em governo. “A gente teve um resultado fantástico, o melhor resultado de vendas para governo em um ano. Governo falando em todas as esferas, municipal, estadual e federal”, exclamou Novo.

Um dos exemplos disso foi um case desenvolvido em parceria com a Dataprev para a entrega do auxílio emergencial. Usando ferramentas de análise do SAS, a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência foi capaz de alcançar 11,9 milhões de pessoas, das 118 milhões de beneficiadas, em apenas seis dias. Outro caso de destaque foi o Detran ES, que conseguiu realizar 80% de processamento de documentos sem intervenção humana, utilizando SAS Viya, no processo de validação de identidade na obtenção da CNH.

“O ano está muito no começo. Geralmente, para o governo, o começo do ano é mais lento pois há aprovação de orçamento e tudo mais. Mas tem algumas coisas acontecendo, sim”, explicou o executivo. “A tendência é que a gente tenha um ano bom em governo. Se a gente tiver um ano como foi o ano passado, vou ficar muito feliz. Foi um ponto fora da curva.”

Quando olhamos para além dos segmentos de atuação do SAS, uma tendência específica tem sido o principal foco da companhia nos últimos anos: a migração para a nuvem. A modernização de ambientes SAS, movimentando implementações on-premises de clientes para a nuvem, vem trazendo resultados positivos para a companhia – e, segundo André Novo, também será assim em 2022.

“As soluções do SAS sempre puderam ser utilizadas em um ambiente de nuvem, mas o que nós começamos a fazer – mesmo antes da pandemia, mas intensificamos durante a pandemia – foi lançar uma nova plataforma, o SAS Viya 4, que já nasce com características de nuvem”, explicou o executivo. “Nós começamos a migrar todas nossas soluções que antes eram para rodar em ambiente local, on-premises, para o ambiente de nuvem.”

Nesse cenário, o SAS tem agido como “evangelista” para a migração de ambientes para a nuvem, explicou o country manager. Entre 2020 e 2021, ele classifica o crescimento dessa migração como “estrondoso” – incluindo a movimentação de dois grandes clientes do setor financeiro do Brasil de SAS on-premises para a nuvem. “Para mim é um caminho sem volta, o mercado está demandando isso. Para o SAS, é um dos crescimentos que está sendo significativo”, finalizou o executivo.

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