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Ring, comprada pela Amazon por US$ 1,1 bi, foi rejeitada por Shark Tank

O mercado se agitou no final da semana passada com a confirmação de que a Amazon.com está comprando, por US$ 1,1 bi (valor não oficial, divulgado inicialmente pela Reuters), a fabricante de campainhas inteligentes Ring. Fundada em 2012 pelo inventor serial Jamie Siminoff, de 41 anos, a Ring é a segunda maior aquisição da empresa de Jeff Bezos, só perdendo para a compra no ano passado da rede de mercados Whole Food Market, por US$ 13,7 bilhões. Ela é mais uma peça no quebra-cabeças de IoT, Inteligência Artificial e smart devices que Bezos vem montando com a plataforma Alexa.

O lado curioso na história da Ring, é que em 2013, praticamente sem dinheiro para tocar a empresa, Siminoff conseguiu uma vaga para fazer seu pitch no programa de empreendedorismo Shark Tank, da rede de TV norte-americana NBC. Ele buscava meros 700 mil dólares por 10% da empresa, avaliada em US$ 7 milhões, com o nome de DoorBot. Foi rejeitado por todos os “tubarões”, menos por Kevin O’Leary, que fez uma proposta tão indecorosa que fez Siminoff declinar. 

“Foi provavelmente a coisa mais importante que já aconteceu ao negócio”, disse Siminoff ao site Business Insider, em uma entrevista em 2015 sobre o Shark Tank. O episódio do Shark Tank com Siminoff foi ao ar dois meses depois de gravado, quando ele tinha conseguido achar um investidor para colocar os 700 mil dólares na empresa. Mas por causa do programa, as vendas explodiram. “Acho que tivemos US$ 5 milhões a mais em vendas por causa do programa”, disse Siminoff

Se em 2013 Siminoff lutava para conseguir um valuation de US$ 7 milhões para sua empresa, em 2018, pouco antes do anúncio da compra pela Amazon, a Ring já tinha um valor de mercado de US$ 760 milhões, tendo captado investimentos de US$ 209 milhões. Ela estava para completar uma nova rodada para levantar outros US$ 300 milhões, em março, quando foi comprada pela Amazon. A compra, segundo o jornal The Guardian, faz com que a Ring passe a valer entre US$ 1,2 bi e US$ 1,8 bi. “Eu estou muito mais que feliz”, disse Siminoff em entrevista à Forbes.com falando sobre a compra.

Embora a transação com a Amazon seja em dinheiro, Siminoff não vai ficar bilionário. As sucessivas rodadas de investimentos e diluições fizeram com que a parte dele da Ring seja de 10% apenas hoje. Outros investidores na Ring, que apostaram na empresa ao longo dos anos são o bilionário Richard Branson e o jogador de basquete Shaquille O’Neal, que é seu garoto-propaganda. 

A Ring fabrica vários produtos voltados para a segurança doméstica – tem um portfólio de 16 produtos – mas seu carro-chefe é uma campainha de porta, com câmera e conexão Wi-Fi, que permite ao morador atender a porta com seu smartphone e interagir com o visitante mesmo quando longe de casa.  A Amazon já investia na Ring por meio do Alexa Fund, seu braço de investimento de risco exclusivo para dispositivos que utilizam a assistente digital Alexa, e os produtos da Ring são vendidos na Amazon.com. O valor alto pago se explica porque a empresa praticamente detém o monopólio das campainhas inteligentes com vídeo – 97% de todas as vendas de campainhas com vídeo nos Estados Unidos no ano passado, segundo a empresa de pesquisas NPD Group. 

As duas companhias não deram detalhes sobre os próximos passos, mas a especulação é que a Ring deva funcionar como a Zappos e a Audible (ambas compradas pela Amazon) atuando de forma independente, mas integradas ao ecossistema da Amazon. Segundo um porta-voz da Ring, Siminoff vai continuar como CEO da empresa, que tem sede em Santa Mônica, na Califórnia.

A receita da Ring em 2017 foi de Us$ 415 milhões, mais do que o dobro da receita de 2016, que foi de US$ 160 milhões. Acelerada, a companhia está expandindo para além das campainhas e tem produtos como câmeras de visão noturna ativadas por movimento, por exemplo.

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