Depois de vivenciar os últimos anos com restrições em sua cadeia produtiva, o setor de semicondutores deve sentir certo alívio nos próximos anos. Líderes de empresas de semicondutores estão otimistas com as perspectivas para o setor. É o que aponta uma pesquisa da KPMG, realizada em parceria com a Global Semiconductor Alliance (GSA).
Segundo o estudo, a maioria (81%) dos executivos líderes da indústria estimam que as receitas das suas empresas crescerão no próximo ano, com metade deles esperando que o crescimento seja superior a 10%, e 23% prevendo um crescimento de mais de 20%. Para o estudo foram ouvidos 151 executivos globais de empresas de semicondutores, a maioria delas com receitas anuais superiores a US$ 1 bilhão.
O setor automotivo será o principal impulsionador de receitas dessas empresas no próximo ano, segundo o estudo, podendo atingir US$ 200 bilhões de dólares anuais até meados dos anos 2030, e ultrapassar US$ 250 bilhões até 2040. Já as comunicações sem fios, há muito tempo vistas como o mais importante vetor de receitas da indústria, ocupam o segundo lugar nas perspectivas para 2023.
Internet das Coisas, Computação em Nuvem, e Inteligência Artificial estão em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente, em termos de importância.
Leia também: Computação quântica pode gerar até US$ 850 bi em receita até 2035
A pesquisa da KMPG também aponta que há uma perspectiva para a normalização no fornecimento de semicondutores, com 65% dos executivos acreditando que essa escassez diminuirá em 2023, e 15% avaliando que oferta e procura já estão em equilíbrio para a maioria dos produtos. Apenas 20% pensam que a escassez persistirá até 2024 ou mais.
Considerando que a indústria de semicondutores é cíclica, a pesquisa perguntou ainda quando os respondentes pensam que o próximo excesso de oferta de semicondutores ocorrerá, com 24% dizendo que já isso já existe, e 31% que será em 2023. Outros 36% consideram que o excedente acontecerá entre 2024 e 2026, enquanto 9% acreditam que a procura continuará aumentando e que não haverá excesso nos próximos quatro anos.
Felipe Catharino, sócio-diretor líder do segmento de Tecnologia da KPMG no Brasil, entretanto, destaca que a pesquisa reforça que a falta de mão de obra continua sendo uma prioridade crucial, sendo este o maior problema enfrentado pela indústria de semicondutores nos próximos três anos.
“O desenvolvimento e a retenção de talentos continuam sendo estratégicos, com 67% dos executivos líderes indicando que essa questão está entre as três prioridades atuais. O dado é inferior aos 77% da pesquisa anterior, contudo bem acima da flexibilidade da cadeia de fornecimento (53%) e da transformação digital (32%) deste ano”, ressalta o executivo.
Sobre questões geopolíticas, o impacto da nacionalização da tecnologia de semicondutores é a maior preocupação dos executivos, uma vez que tem implicações em cadeias de fornecimento, aquisição de talentos, e acesso a subsídios governamentais. A nacionalização da tecnologia de semicondutores também está empatada como o segundo maior problema enfrentado pela indústria nos próximos três anos, junto com a inflação global.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!
O Governo Biden anunciou, nesta segunda-feira (6), que o programa CHIPS for America destinará cerca…
Nem só de inteligência artificial vivem os executivos de TI das empresas. Sabendo disso, o…
As tecnologias exponenciais são aquelas que demonstram rápido desenvolvimento, apresentando um potencial de transformação imenso…
As operadoras de telefonia Claro, TIM e Vivo tomaram a iniciativa de liberar o acesso…
Durante o IT Forum Trancoso 2024, executivos discutiram as estratégias para contratar e reter a…
As startups ativas do setor de saúde – ou healthtechs – alcançaram o número de…