Quem dominar o mercado de análise será líder, diz presidente da IBM Brasil

Extrair valor de dados é atualmente um dos desafios que as empresas estão mergulhando de cabeça para solucionar. E ferramentas que tragam os melhores insights e resultados para as companhias é a próxima grande onda, de acordo com o presidente da IBM Brasil, Marcelo Porto. “Quem dominar o mercado de análise será líder”, diz. O executivo falou na última quinta-feira (26/11) para um grupo de jornalistas, em São Paulo.
O maior desafio atual, no entanto, é a transformação digital. “É preciso coragem para abandonar o passado e se transformar”, afirma. “Aquelas [empresas] que não conseguiram transformar seu portfólio, sucumbiram”, continua.
Esse ponto é uma das coisas que a IBM tenta sempre se atualizar. “O grande desafio hoje é definir a velocidade dessa transformação”, continua Porto. O executivo ressalta que a cloud híbrida, nesse contexto, veio para ficar, bem como outras tecnologias como analytics, mobilidade e redes sociais, além da segurança. Hoje, esse segmento representa 27% da receita da companhia, que possui planos de ampliar a fatia para 40% nos próximos 3 anos.
Reafirmando seu compromisso com a nuvem, a empresa inaugurou em setembro o primeiro data center da Softlayer – empresa adquirida em 2014 – e o segundo centro de dados do País.
Aprendizado sem limites
No topo dos investimentos da IBM entra a cognição, a terceira onda, como definido pelo executivo. Foco em que a companhia tem investido pesadamente com o Watson, um supercomputador dotado da capacidade de aprendizado.
Nesse quesito, a IBM irá contar com 2 mil consultores especializados que irão trabalhar com computação cognitiva. A ideia é que eles possam atuar diretamente com governos e empresas na transformação de negócios e cidades a partir da extração de insights de dados não estruturados.
De acordo com Porto, as duas vertentes mais trabalhadas nesse sentido são saúde, com o Watson Health e educação. “O ensino a distância que vocês conhecem hoje não mais existirá “, conta.
No setor financeiro, a tecnologia do Watson também promete ser de grande valia. Atualmente somente o Bradesco utiliza as análises realizadas pelo supercomputador, mas em breve outra instituição também irá entrar para a lista, de acordo com Porto. O executivo, no entanto, ainda não pode revelar nomes.
Mas isso não impede que outras portas sejam abertas. A empresa recentemente adquiriu a Weather Company, dona do conhecido Weather Channel, com o intuito de agregar todos os dados de previsão do clima para utilização no motor por trás do funcionamento do Watson.
No futuro, a ferramenta pode ajudar a contextualizar situações, como para ajudar o departamento jurídico na condução de casos julgados por cortes, em que uma sentença muda de acordo com o julgamento de cada juiz e com o contexto que ele se insere.
Além disso, de acordo com Porto, a empresa também tem realizado parcerias com universidades a fim de colaborar com a formação de profissionais especializados em computação cognitiva.
Pesquisa e desenvolvimento
Porto também afirmou que a empresa investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos 3 anos, a IBM aplicou US$ 19 bilhões em PeD. Também nesse segmento, a companhia inaugurou o ThinkLab, um laboratório reservado para pesquisa e desenvolvimento de novas soluções.