Quem disse que não existe inovação para o RH?

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8:58 am - 23 de outubro de 2017

De uma forma geral, os primeiros softwares utilizados nas organizações pela área de Recursos Humanos foram aqueles relacionados a folha de pagamento. Com a crescente complexidade das organizações e com o surgimento de novas tecnologias outras ferramentas viriam a se adicionar às primeiras, como o ponto eletrônico e sites de currículos.

Em um cenário no qual os problemas a serem resolvidos passaram a ter uma definição mais uniforme, as soluções passaram a ser mais padronizadas. Dessa forma, deixou-se de se ter soluções mais customizadas para se empregar soluções já prontas ou mesmo serviços na nuvem. Se é fato que a tecnologia vem constantemente quebrando seus próprios paradigmas, as demandas têm acompanhado essa aceleração. Nesse cenário, a única constância que o gestor de RH indubitavelmente irá se deparar atende pelo nome de “inovação”.

Grandes avanços tecnológicos compõem, sem dúvida, parte fundamental no processo de mudanças em RH, como aqueles decorrentes da evolução da web, dos meios de pagamento e da interoperabilidade entre sistemas.

Outro grande impulsionador de inovação em RH reside na realidade de que as pessoas atualmente gozam de uma conectividade muito ampliada, interagindo entre si cotidianamente sob uma plataforma tecnológica extremamente familiar que é a internet.

A questão da penetração da tecnologia, se espraiando incessantemente no dia a dia das pessoas, também tem seu peso nesse processo de inovação. Se antes era um computador na mesa de trabalho e depois passou a ter os computadores pessoais em casa, ultimamente são os celulares que são ubíquos.

Gestão de RH

Nesse cenário de constantes mudanças, tecnológicas e comportamentais, vemos surgir importantes novidades na esfera das soluções de TI para aprimoramento da gestão de RH. Em relação ao planejamento, por exemplo, observa-se com grande satisfação que neste cenário “líquido” a área passe cada vez mais a empregar o gerenciamento de risco para se preparar para o futuro incerto.

Elaborando seu mapa de riscos, planejando as ações adequadas para mitigar risco e comunicando de forma transparente à alta direção a área organiza melhor seu orçamento, reduz custos e torna o gerenciamento da área mais sólido.

Na área das pesquisas organizacionais o estado da arte da tecnologia em TI tem propiciado poderosos avanços. Em relação aos estudos com frequência anual, por conta dos custos envolvidos, vemos surgir as pesquisas em fluxo contínuo no tempo, com as informações sendo coletadas a todo momento e pelos instrumentos mais variados (celular, tablet, laptop), com custos acessíveis e permitindo agilidade na tomada de decisão.

Do ponto de vista comportamental, ao processo ultrapassado de avaliação de competências por meio de planilhas, vemos surgir soluções automatizadas que trazem maior velocidade ao processo, facilitando e dando mais qualidade ao preenchimento dos questionários pelas partes envolvidas (avaliados e avaliadores), incorporando maior controle ao processo como um todo, gerando resultados mais precisos, de forma automática e com maior transparência.

Ganhos similares vemos na implantação de soluções automatizadas para o processo de mensuração de produtividade e eficácia (avaliação de desempenho), com resultados diretos em bonificação aos colaboradores, a partir da gestão de KPIs (Key Performance Indicators).

Soluções ainda mais inovadoras são observadas com o emprego de técnicas de inteligência artificial, por exemplo, na questão envolvendo gestão de equipes. Uma das técnicas envolvidas fornece um quadro com um ranking dos melhores cenários possíveis de alocação de equipe com base na comparação entre as competências necessárias e as existentes tomadas pelo quadro de colaboradores.

O emprego de Big Data com BI (Business Intelligence), por sua vez, tem possibilitado aprimorar o entendimento do comportamento dos colaboradores, dos processos de trabalho e recrutamento de pessoas em uma organização a partir do cruzamento de um imenso universo de dados (people analytics).

Portanto, se observa que RH não é uma ilha, que não se encontra isolada dos avanços tecnológicos. A área pode e deve usufruir das novas (e velhas) tecnologias de informação, que evoluíram e que cada vez tem custos mais acessíveis.

Cabe ao RH, em benefício da organização, dar um salto de qualidade nas suas atividades empregando soluções mais inovadoras e eficazes. Para isso, o gestor de RH deve se transformar em um usuário mais sofisticado de TI, demandando e discutindo frequentemente soluções para a sua área com apoio de TI. Afinal, se inovação é um termo frequentemente empregado pela área na busca de novos talentos para a organização, como prescindir dela na principal área da empresa responsável pela gestão de pessoas?

*Mauro Herson é sócio-fundador da RSI Redes

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