Quais são as tecnologias que terão papel fundamental na volta ao trabalho

Diferentes tecnologias podem auxiliar líderes em questões como segurança física e mental dos profissionais durante a pandemia

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8:00 am - 06 de maio de 2020

Desde que as medidas de isolamento foram implantadas em vários países, indústrias e instituições de todo o mundo fecharam suas portas e encaminharam seus colaboradores para o trabalho remoto. 

Toda essa demanda exigiu das empresas a implementação, ou manutenção, de tecnologias que permitissem a continuidade dos negócios, mantendo hardwares e softwares eficientes à distância de forma segura. À medida que muitas organizações começam a planejar o retorno da força de trabalho ao local de trabalho, mais recursos tecnológicos são necessários para fazer a transição.  

Steven Norton, Co-Chefe de Redes, Pesquisa e Mídia de CIO na Metis Strategy, em artigo para a Forbes, diz que embora não haja um cronograma claro para o retorno ao trabalho e os períodos provavelmente variem com base no local, setor e função do trabalho, pelo menos algumas tecnologias desempenharão um papel no monitoramento da saúde e segurança e na criação de uma transição o mais suave possível.  

No topo de muitas listas de desejos corporativos, há um aumento nos testes para ajudar a restaurar a confiança e garantir a segurança, pois as empresas consideram trazer alguns funcionários de volta, diz Norton.  

Muitas organizações estão trabalhando para estabelecer uma forma segura e escalável de rastrear contatos e mapear a propagação do vírus, podendo assim notificar aqueles que podem ter entrado em contato com um indivíduo infectado. 

Norton conta que Cingapura lançou um aplicativo móvel em março que usava a tecnologia Bluetooth para ajudar a complementar seus esforços existentes, e o MIT está trabalhando em um sistema próprio. Entretanto, os críticos observaram preocupações de segurança e privacidade, e autoridades da cidade-estado disseram que as taxas de adoção voluntária são relativamente baixas. 

Na semana passada, a Apple e o Google anunciaram planos para desenvolver software que as organizações de saúde poderiam usar para reforçar suas próprias iniciativas de rastreamento de contatos e proporcionar maior interoperabilidade entre dispositivos iOS e Android, diz o artigo. 

Embora esses aplicativos possam ajudar a fornecer alguma garantia aos trabalhadores, os esforços liderados pela tecnologia provavelmente complementarão, em vez de substituir, os métodos tradicionais de rastreamento do vírus, diz. 

A Landing AI lançou um detector que pode ser usado em conjunto com imagens de câmeras de segurança para rastrear quando as pessoas se aproximam demais, para auxiliar no controle da medida de isolamento social. Os dados coletados podem ajudar as empresas a tomar decisões sobre como redesenhar escritórios ou fábricas, conta Norton.  

A Amazon usou ferramentas semelhantes e disse em uma publicação recente no blog que designou os melhores tecnólogos de machine learning para “capturar oportunidades em tempo real sobre como podemos continuar a melhorar o distanciamento social em nossos edifícios usando a tecnologia”. A Ford está testando pulseiras que vibram quando as pessoas se aproximam demais, diz o artigo. 

Retorno ao local de trabalho 

A força de trabalho não deverá voltar de uma só vez, muitas posições continuarão remota, o que, para Norton, significa confiança contínua em ferramentas de colaboração como Zoom, Slack e Microsoft.  

Ele diz ainda, em sua coluna na Forbes, que uma nova onda de tecnologias de colaboração e produtividade tem ganhado os executivos. Neste mês, a fabricante de software de colaboração Notion, por exemplo, levantou US$ 50 milhões de investidores em um momento em que muitas startups estão lutando para sobreviver. 

A videoconferência e outras formas de colaboração remota não mostram sinais de desaceleração. John Beattie, Consultor Principal da Sungard Availability Services, disse em uma entrevista, que muitas organizações levantaram preocupações de “risco de concentração” entre as funções críticas de TI, o que pode significar que os funcionários que trabalharam no mesmo escritório estarão espalhados por diferentes locais.  

A videoconferência também pode se tornar mais comum entre as pessoas que trabalham no mesmo escritório, enquanto tentam manter distância social. “Eu espero que eles participem de reuniões virtuais em vez de caminhar pelo corredor até as salas de conferência”, disse Beattie. 

Sensores e dispositivos conectados 

Prédios comerciais tornaram-se cada vez mais conectados nos últimos anos, e é provável que a tendência continue à medida que as empresas recorrem à tecnologia para melhorar a segurança e a limpeza dos edifícios.

Norton diz que além das ferramentas de distanciamento social, pode ser comum que os colaboradores tenham a temperatura medida antes de entrar no escritório. Ele acredita que seja possível ver mais robôs colocados para limpar ou, por controle de voz, acionar o elevador, e assim diminuir as chances de contágio do vírus no local de trabalho. 

Empresas como a Estimote desenvolveram dispositivos vestíveis que podem ajudar no rastreamento de contatos e permitir que os usuários forneçam atualizações de status sobre sua saúde. Alguns edifícios podem optar por implantar sensores que possam medir a qualidade do ar e regular o fluxo dos sistemas de HVAC.  

Um aumento nos dispositivos vestíveis e nos sensores do escritório pode fornecer dados valiosos às organizações enquanto reorganizam o espaço físico ou modificam os fluxos de trabalho, diz o artigo. 

Além da preocupação com a saúde física dos colaboradores, programas corporativos de bem-estar acrescentaram ferramentas para ajudar os funcionários a gerenciar sua saúde mental e emocional. É provável, diz Norton, que essa tendência continue à medida que as organizações navegam nesse período de incerteza e aumento do estresse.  

As empresas podem lançar aplicativos como Calm ou Headspace para incentivar a meditação e uma melhor noite de sono. Em uma publicação recente no LinkedIn, Diana Scott, CHRO da Guardian Life Insurance Company of America, disse que a seguradora nomeou abril como o “Mês da Consciência” e está implementando várias ferramentas de autocuidado, incluindo uma série de podcasts e um aplicativo de meditação.  

O provedor de serviços de saúde Kaiser Permanente, conta Norton, se uniu ao Livongo para oferecer um aplicativo que inclui dicas e módulos focados nos colaboradores que têm filhos, e para ajudar as pessoas a gerenciar o estresse. É provável que esses tipos de tecnologias continuem despertando interesse antes mesmo de um amplo retorno ao escritório, pois as empresas priorizam a saúde e a segurança, diz. 

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