Provedores que consomem mais banda deveriam arcar com infraestrutura de redes, defende pai da DSL

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11:58 am - 06 de fevereiro de 2015
Provedores que consomem mais banda deveriam arcar com infraestrutura de redes

Pense quantas vezes você teve problemas de conexão à
internet nas últimas semanas. Para o pai da DSL e professor de Stanford
University, John Cioffi, esse é um problema enfrentado pela metade dos usuários
de velocidades superiores a 10 Mbps.

A maioria dos consumidores não está contente com os serviços
pelos quais pagam, afirmou o executivo, em palestra na Campus Party. Cioff, que
também é fundador da companhia Assia, especializada em soluções de
monitoramento de gestão de redes de banda larga, avalia que o valor pago no
Brasil pelo serviço é mais justo do que nos Estados Unidos.

“Moro em um país que tem um dos preços de internet mais
altos do mundo e nós não temos certamente uma das velocidades mais altas. Acredito que a situação de preço que o Brasil tem é melhor do que a nossa”, comentou.  

Segundo ele, a instabilidade da internet é causada por uma
combinação de variação de velocidade, erros no pacote, interrupções, reclamação
de consumidores e o tipo de aplicação rodada – essa última, uma questão que
envolve regulamentação e deveria ser amplamente discutida.

Para o especialista, trata-se de um problema no
compartilhamento da internet, que deveria ser igual para todas as pessoas, mas
que muitas vezes não é o que acontece, comentou em entrevista ao IT Forum 365.

“Os reguladores precisam de meios melhores para medir esses
serviços. É um problema que acontece justamente porque os governantes e
reguladores disseram que seríamos neutros. Empresas fornecedoras de serviços
como Netflix, Chromecast, e aqui ano Brasil a TIM, Vivo e outras companhias
deveriam realizar uma medição justa e reportar aos órgãos responsáveis”,
afirmou.

Cioff acredita que muitos dos provedores de serviços e de
aplicações querem resolver esse problema para que o compartilhamento seja igual
para todos. “Ninguém quer provocar danos a esse sistema, pois eles também se
prejudicariam”, acrescentou. Para o executivo, esses provedores que demandam
mais banda de rede poderiam ser responsáveis pelos custos das infraestruturas.

O pai da DSL não se posiciona sobre a neutralidade da rede. “Há questões políticas envolvidas”, declarou. Dessa forma, o caminho
enxergado por ele para que as pessoas tenham acesso a um serviço de maior
qualidade está no envolvimento mais efetivo da população com as discussões de
regulamentação do serviço.

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