Desde a última terça-feira (7), dezenas de milhares de pessoas no Quênia passaram a receber serviços de internet através de balões. Situados a cerca de 20 quilômetros da estratosfera, bem acima da altura dos aviões comerciais, uma frota de balões fornecerá, inicialmente, uma conexão de rede 4G LTE a uma área de 13 mil quilômetros quadrados no centro e oeste do Quênia, incluindo a capital Nairobi, de acordo com o New York Times.
Esse serviço será proporcionado pela Loon, subsidiária da Google, que é controlada pela Alphabet. Nos últimos meses, a iniciativa lançou 35 balões nos últimos meses, em preparação para o início do serviço. A unidade atua em parceria com a terceira maior provedora de telecomunicação do país da África Oriental, a Telkom Kenya.
Os executivos da Loon, que surgiu no laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Alphabet, conhecido como X, não revelaram os custos do contrato com a Telkom ou de quaisquer acordos financeiros.
A tecnologia já foi usada em caso de emergência em Porto Rico, em 2017, após o furacão Maria e já vinha sendo testado nos últimos dois anos. Ela é considerada pela unidade da Alphabet um serviço que pode servir de solução econômica para o fornecimento de internet em locais de difícil acesso.
Entretanto, a inauguração oficial do serviço ocorreu no Quênia, um país que tem cerca de 39 milhões de pessoas, entre 48 milhões, com acesso à internet, de acordo com a reportagem. Os líderes da Loon dizem que a escolha da região se deu devido à abertura do país para adoção de novas tecnologias.
As autoridades quenianas disseram que os balões ajudarão o país a manter sua vantagem competitiva em inovação tecnológica. “O Quênia é o local ideal para começarmos esta nova era das comunicações estratosféricas”, disse Alastair Westgarth, Executivo-chefe da Loon, em entrevista concedida por e-mail ao NYT.
“O país tem sido incrivelmente inovador ao encontrar novas maneiras de conectar populações não conectadas. Como uma tecnologia nova e inovadora, essa é uma ótima opção”, completa.
No decorrer dos testes que levaram ao lançamento de terça-feira, mais de 35.000 usuários da rede Telkom se conectaram à Internet por meio de um balão Loon, diz a reportagem.
De acordo com a publicação, os balões são de feitos de folhas de polietileno do tamanho de quadras de tênis, alimentados por painéis solares e controlados por software no solo. Enquanto estão no ar, eles agem como “torres de células flutuantes”, transmitindo sinais da Internet para estações terrestres e dispositivos pessoais. Eles duram bem mais de 100 dias na estratosfera antes de serem devolvidos à Terra.
Ao permitir que as companhias telefônicas expandam sua cobertura quando necessário, os balões visam oferecer aos países uma opção mais barata do que instalar cabos ou construir torres de celular.
De acordo com o NYT, alguns dizem que Loon e Telkom estão lançando o serviço em partes do país onde as redes celulares já foram expandidas, em vez de segmentar a regiões carentes, como o norte ou o nordeste do Quênia. Muitas pessoas em áreas remotas ou pobres não podem comprar telefones compatíveis com o serviço 4G que a Loon fornece.
“Sinto que esta é uma solução muito mais complexa do que o problema que está sendo resolvido”, disse ao jornal Phares Kariuki, Executivo-chefe da Node Africa, uma empresa de gerenciamento de dados.
Por outro lado, outros no Quênia receberam bem o projeto, dizendo que os balões estratosféricos complementam as tecnologias terrestre e de satélite para ajudar a colocar mais pessoas on-line.
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