Profissional do futuro: 5 habilidades para não ficar para trás

Profissionais que trabalham com as competências técnicas mais requisitadas compartilham experiências e conselhos

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8:15 am - 02 de agosto de 2021
habilidades

A tecnologia deixou de ser um diferencial para empresas de todos os setores se manterem competitivas no mercado e passou a ser um imperativo. Nesse contexto, as competências técnicas e comportamentais exigidas pelas empresas mudam tão rapidamente quanto o impacto das inovações.

O déficit de profissionais em tecnologia no Brasil até 2030 passará de 1 milhão de pessoas, de acordo com a McKinsey. Ao mesmo tempo, o relatório “The Future of Jobs 2020”, do Fórum Econômico Mundial, sinaliza que 50% das habilidades profissionais devem mudar nos próximos cinco anos e destaca duas delas: a criatividade e a flexibilidade – ou seja, habilidades que não são técnicas.

De olho nessa volatilidade no mercado de trabalho, Leandro Herrera, fundador e CEO da edtech Tera, começou a capacitar profissionais nas habilidades digitais mais importantes para os negócios. A startup já formou mais de 6.000 estudantes, que hoje ocupam posições em empresas como PicPay, Nubank e Loft.

Para Herrera, a maneira como os adultos se qualificam para o mercado de trabalho está em processo acelerado de disrupção.

“Os problemas que as empresas estão se propondo a resolver e as novas soluções que a sociedade está pedindo são muito novos. Para resolver um problema novo, é difícil partir de premissas e referências do passado”, explica. “Por isso, vemos hoje uma demanda do mercado por colaboradores que tenham conhecimentos sobre vários campos — alguns dos quais ele nem vai atuar diretamente, mas que precisa entender para buscar soluções em grupo”.

De acordo com um levantamento realizado há dois anos pela Tera, em conjunto com a Scoop&Co, as habilidades mais demandas no mercado de trabalho são: resolução de problemas complexos, criatividade e inovação, negociação, inteligência emocional, capacidade para tomada de decisão, trabalho em equipe, pensamento crítico, lógica de programação, gestão de conflito e gestão de pessoas.

Já as cinco competências técnicas mais procuradas são: análise estatística e de dados (51%), machine learning e inteligência artificial (44%), inteligência de negócio (37%), gestão de produtos digitais (33%) e design centrado no usuário (24%).

De olho nas carreiras do futuro, reunimos a seguir depoimentos sobre a experiência de profissionais que trabalham com cada uma dessas cinco habilidades. Confira:

1. Gestão de produtos digitais

Maíra Storch é product manager da startup global de vendas e gestão Kyte. Sua área, que conecta desenvolvimento, experiência do usuário e negócios, exige uma rotina bem diversa, empatia e capacidade de aprendizado.

“Lidamos com muitas pessoas diferentes no dia a dia. Precisamos entender os clientes, discutir estratégia com líderes, pensar em soluções com designers e desenvolvedores e planejar lançamentos com o marketing. Somos mediadores entre todos esses profissionais. Por isso, a comunicação é outra habilidade fundamental”, explica.

Formada em Administração de Empresas e com diversos cursos de gestão de produto, Maíra reforça que estudar a teoria é muito importante, mas que a base da profissão está na experiência diária.

2. Design centrado no usuário

Garantir que os usuários de produtos digitais tenham uma experiência agradável é o principal objetivo da função da Patrícia Klitzke, que trabalha como UI/UX Designer na divisão na Hexagon, empresa que desenvolve e fornece tecnologias para o campo.

No dia a dia, Patrícia recebe solicitações de melhorias e de novas funcionalidades, buscando encontrar soluções que atendam à empresa e ao cliente.

“Vontade de aprender e de resolver problemas são essenciais, assim como as soft-skills de empatia, boa comunicação e curiosidade”. Dentre as habilidades técnicas necessárias para a área, ela cita a escrita, a pesquisa, a prototipação e as noções de programação.

3. Inteligência de negócio

A capacidade de análise de dados, junto da habilidade de sintetizá-los em representações visuais, são essenciais para quem quer seguir na carreira de business inteligence (B.I), observa Daniel Freitas Andrade, gestor técnico da multinacional italiana Zucchetti.

Para ele, o profissional de B.I precisa conhecer bem os conceitos modernos do setor e ter ótimos conhecimentos em múltiplas áreas. “Desde SQL e bancos de dados à programação, modelagem de dados e estatísticas. É muito importante saber apresentar os números de forma simples e direta”.

Sobre a rotina, ele afirma que o dia a dia do cargo é pautado por tarefas bem definidas, analisadas e documentadas, e que o diferencial para quem quer seguir com a profissão é conhecer bem o segmento ou ramo em que estiver inserido.

4. Análise estatística de dados (big data/data science)

Graduado em Sistemas de Informação com especialização em novas tecnologias, Thiago Stabile é gerente de data Science na desenvolvedora de software na Softplan. Em sua rotina, estão atividades como gerenciar as equipes técnicas, definir tecnologias, fazer levantamentos de requisitos funcionais e não funcionais, além de levantamentos de dados e métricas.

Para trabalhar com ciência de dados, Thiago acredita ser indispensável gostar de matemática, estatística, programação e computação em nuvem. “Independentemente da área, é necessário entender a fundo as informações que estão sendo trabalhadas e o modelo de negócio de onde os dados são extraídos. Também, é importante trabalhar em equipe e compartilhar conhecimentos, principalmente se você atuar em um segmento diferente do seu”.

5. Machine learning e inteligência artificial

Alana de Melo e Souza, é desenvolvedora de software na Sensorweb, empresa de soluções de IoT para cadeia fria da área da saúde e logística. Dedicada a tecnologias de inteligência artificial (IA), ela conta que seu conhecimento foi adquirido através do ensino superior, do desenvolvimento de projetos e, também, por meio autodidata.

“O campo da IA muda todos os dias, portanto devemos nos manter atualizados constantemente”, frisa. Aos futuros profissionais, ela reforça que aprender a programar é essencial e também aconselha: seja curioso (a) e invista nos estudos.

“Ao se deparar com problemas, esteja pronto para investigar muito, Contribuindo com a redução de erros, eliminando trabalhos repetitivos e mostrando agilidade e precisão nos resultados com a automação de processos”. Para ela, levar a sério os métodos de estudo, conectando o meio científico com o meio prático, é fundamental.

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