Procurando se adaptar ao novo mundo, Lego estuda “emprestar” produtos

Ponto a favor do novo modelo de negócio seria o fato de que todas as peças criadas pela empresa desde 1959 até hoje são compatíveis

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2:00 pm - 18 de outubro de 2019

Durante evento realizado na cidade de Londres, o vice-presidente de responsabilidade sustentável da Lego, Tim Brooks, disse que a empresa está “totalmente aberta” à ideia de criar um sistema de aluguel de seus produtos, “Mas [esse projeto] precisa estar alinhado com a proposta de valor”. Para Brooks, é importante que a empresa se planeje de acordo com os desejos autuais dos clientes.

A princípio, a ideia parece resolver uma das principais questões enfrentadas pela companhia dinamarquesa: o grande uso de plástico para a criação de seus produtos. Apesar de já ter se comprometido a abandonar essa matéria-prima até 2030, a Lego ainda não encontrou um substituto que seja ao mesmo tempo economicamente viável e de fácil manuseio.

E a empresa não seria a primeira a criar um serviço de aluguel dentro de seu negócio principal. A fabricante de carros sueca Volvo, por exemplo, criou um serviço no qual o cliente usa um carro por 12 meses e, com exceção do aluguel, tem todos os serviços cobertos pela firma. No Brasil, a startup Kovi oferece um serviço parecido.

Outro ponto que contribuiria para a adoção do serviço de aluguel é que todas as peças produzidas pela empresa desde 1959 são compatíveis até hoje. Dessa forma, seria possível combinar peças e reaproveitar até mesmo jogos antigos.

Novos tempos pedem novos negócios

Porém, o próprio Brooks ressalta que o plano ainda está longe de se tornar viável e que a empresa ainda precisa fazer mais estudos sobre como superar, vamos dizer assim, barreiras técnicas. “Quais as chances de dá-las a uma criança de oito anos e recebê-las todas de volta? Há muitas reflexões técnicas que precisam ser feitas […] Estamos bem no início disso.”

Mesmo que a ideia do serviço de aluguel não siga a frente, a empresa está buscando outras formas lucro. O CEO Niels Christiansen anunciou em setembro que a rede abrirá mais 160 lojas e decidiu reduzir seu lucro em 16% para investir em novos produtos, um projeto de expansão (abrindo novas unidades especialmente na Ásia) e ações agressivas no e-commerce e em seu programa de fidelidade.

 

*Com informações do Financial Times

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