Por que a TI falha?

Gargalos nascem sempre das melhores intenções, mas devem ser evitados. É hora de enfrentar a realidade

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9:11 am - 02 de fevereiro de 2018
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É hora de enfrentar uma dura realidade: seu departamento de TI é muito lento. Resultado de boas intenções, ruins na prática.

Seu departamento tem sido responsabilizado pelo desempenho aquém do desejado. Não raro culpam TI pelo mau resultado das áreas de negócio. Os motivos apresentados são os mais diversos: o sistema de cadastro é antigo e não funciona; falta integração entre os sistemas; o CRM está incompleto; as informações geradas pelo ERP não permitem projetar novas vendas; o sistema é engessado e customizações são demoradas e caras. Enfim, a equipe de TI não dá conta do que deveria dar. Muito menos da inovação.

Para mudar essa percepção e acelerar as entregas do seu departamento de TI, comece por livrar-se do que o retarda – em uma palavra, dos seus estrangulamentos.

Aqui estão uma dúzia de gargalos que podem ser sinônimo de ineficiência.

Gargalo 1: Governança
A governança marca o ritmo de tudo o que a TI faz, e os comitês desaceleram tudo o que eles tocam. Fazer dos comitês a peça central da governança é frear a TI, apesar de qualquer outra iniciativa de aceleração.

Comece pelo tamanho do comitê de governança. Todo membro adicionalretarda as decisões. Tenha mais cinco membros e veja o progresso diminuir e a possibilidade do consenso desaparecer inteiramente.

Depois, há o horário da reunião. É o metrônomo que marca o ritmo de cada projeto sobre o qual o comitê precisa opinar. Se um comitê se reúne mensalmente, qualquer coisa aguardando uma decisão também atrasa um mês. Quantos projetos você tem em andamento que poderiam prosperar com um gargalo como esse?

Como resolver? Faça da cultura a nova governança. Pense nisso como os marcadores de pista na estrada, delegando aos comitês de direção o papel de guard rail – quando todo o resto falhar, eles estão lá para evitar que a TI caia no abismo. Mas somente quando tudo falhar.

Deixe a cultura fazer o trabalho pesado. Se todos entenderem o que é mais importante e souberem concentrar-se nisso, a governança torna-se supérflua.

Gargalo 2: Multitarefas
Um passo seguro para garantir que a TI falhe é insistir no modelo multitarefa. Apesar de ser uma habilidade altamente desejável, ela carrega com ela o risco de reduzir a produtividade e a qualidade, aumentando o estresse na tentativa de fazer mais.

Sempre que você pedir a alguém para parar o que está fazendo para focar em outra coisa, lembre-se: os seres humanos não são multitarefa. O melhor que podem fazer é ir e voltar de uma tarefa para outra. Toda vez que fazem isso, perdem tempo mudando suas engrenagens mentais.

Quer que a TI tenha sucesso? Deixe as pessoas terminem o que estão fazendo antes de passarem para outra tarefa.

O desafio não é saber que você deve evitar a multitarefa; é como evitá-la. A resposta está no gerenciamento de projetos. Deveria haver uma regra inviolável: todos os projetos devem ser ter equipes totalmente dedicadas ou não poderão ser iniciados.

O resultado? Não só cada projeto será concluído mais rápido, como todo o portfólio de projetos será mais rápido.

Gargalo 3: Projetos
Tradicionalmente, as organizações implementam novas tecnologias e processos através de projetos. Quanto mais complexo o design, maior o projeto. Mas, à medida que os projetos aumentam, o risco de falha aumenta de forma geométrica, enquanto a probabilidade de um atraso substancial se aproxima da certeza.

Considere organizar seus esforços em lançamentos em vez de projetos. Isso permitirá que você aproveite uma das mais confiáveis ​​heurísticas do gerenciamento de TI: aprimoramentos são bem-sucedidos, projetos falham.

Por sinal, se você seguir esta rota, não precisa descrevê-la como algo radical. Você pode adotar Scrum e desfrutar dos ganhos para toda a empresa.

E não pare por aí. Organizar o trabalho de desenvolvimento em lançamentos ainda cria atrasos. Os sprints típicos de Scrum têm um mês de duração, o que estabelece um ritmo mensal para a mudança do negócio, não incluindo a espera de uma reunião do Conselho e do comitê de governança).

Adore a integração e implantação contínuas – em uma palavra, DevOps. Automatize testes, sujeite cada mudança de software àintegração contínua e coloque cada pequena alteração em produção imediatamente.

Gargalo 4: Provisionamento manual
As equipes de desenvolvimento podem fornecer um ambiente completo na nuvem em questão de minutos – ou podem pedir ao time de operações de TI o fornecimento do mesmo ambiente e esperar meses.

Esta não é uma limitação intrínseca. É uma escolha. À medida que os minutos são mais curtos do que meses, e como os provedores de nuvem pública já aperfeiçoaram a tecnologia, a melhor escolha é clara.

Comece a automatizar e capacitar seus desenvolvedores para gerenciar o provisionamento.

Gargalo 5: Favorecer as interfaces em vez da integração
Nova funcionalidade cria novo valor. Mas, na maioria dos departamentos de TI, a nova funcionalidade assume um emaranhado de interfaces personalizadas.

Limpe o emaranhado da interface com um sistema de integração bem projetado, e as equipes de projetos ganharão velocidade, o teste levará menos tempo e as implantações serão mais suaves.

Em seguida, dê um passo adiante: transforme “Tecnologia da Informação” em “Sistemas de Integração”, cujo trabalho é fornecer acesso confiável ao portfólio de aplicativos através de APIs padrão que expõem dados e funcionalidades como serviços seguros e bem definidos.

Gargalo 6: Supressão da Shadow IT
A Shadow IT – sistemas implantados pelo departamento de negócios – causa problemas. Principalmente quando as ilhas de automação construídas em bases precárias são a regra, e não a exceção.

Mas a Shadow IT faz o que o negócio precisa. E não precisa esperar que o processo de governança de TI dê sinal verde.

Pense nisso como uma fonte gratuita de equipes de aplicativos terceirizados que têm excelentes analistas de negócios, mas arquitetos terríveis.

Ilumine a sombra. Dê um pouco de apoio em vez de tentar esmagar isso.

Se você transformou a TI em Sistemas de Integração, você também pode disponibilizar as APIs para as equipes de negócio, resolvendo as ilhas do problema de automação ao mesmo tempo.

Gargalo 7: Insistir em soluções 100%
O modelo mental é claro: longos períodos de estabilidade, seguido por uma ruptura de grande porte, adaptação ao novo modelo e a consequente estabilização no novo contexto.

Obviamente que este modelo mental permeou as diretrizes e modelos de governança da área de TI. Seus processos e métodos refletem claramente a busca pela estabilidade e a resistência a mudanças.

A pergunta então é: o velho modelo mental se sustenta em mundo onde a instabilidade torna-se a regra? Onde tempo e adaptabilidade são essenciais para a sobrevivência da empresa?

Gargalo 8: Criar data warehouses
Escolha uma palavra para descrever o projeto de data warehouse típico e provavelmente ela seria “atrasado”.

Os data warehouses são cronicamente atrasados ​​devido à dificuldade de projetar estruturas de dados OLAP otimizadas para responder a perguntas que ninguém sabe que vão querer fazer agora.

O que torna o NoSQL interessante não é apenas a capacidade de lidar com grandes volumes de dados. Ainda mais valioso é a sua capacidade de aceitar dados agora e deixar os analistas descobrirem sua organização mais tarde, quando chegar a hora de consultá-lo.

Gargalo 9: Enfatize o TCO
Os seus decisores esquecem que os custos geram benefícios?

Olhe, qualquer amigo pode reduzir os custos. O truque é reduzir custos sem comprometer a entrega. É aí que o custo total de propriedade (TCO) entra em jogo e não de uma maneira boa.

O TCO não se preocupa com a funcionalidade, exceto para desencorajá-la. Afinal, a maneira mais fácil de reduzir os custos é fornecendo e apoiando coisas que são menos funcionais e capazes. Menos uso = menor custo.

Isto é o que inevitavelmente acontecerá com ênfase no TCO por causa de uma das regras invioláveis ​​de métricas: qualquer coisa que você não mede você não obtém. Isso inclui o valor do que a TI faz.

Além disso, se o foco de todos for reduzir os custos, ninguém está focado em acelerar as coisas. Se a velocidade não for uma prioridade a velocidade não acontecerá.

Gargalo 10: Forçar inovações na arquitetura de TI
As empresas costumavam insistir em fazer sempre da mesma forma. Eles exigiram sistemas estáveis e infalíveis.

Agora, a inovação importa tanto como a estabilidades. É o futuro; É onde a vantagem competitiva acontece.

Não force inovações na arquitetura de TI “de alta confiabuilidade”. Dê aos inovadores um espaço murado que eles possam chamar de seus enquanto descobrem as coisas e fazem o futuro acontecer.

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