Open Banking deve crescer para abrir espaço para integração de serviços

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10:41 am - 07 de junho de 2017

Bancos no futuro devem adotar o conceito de Bank as-a-platform (BaaP) para abrirem espaço para integração de serviços e, consequentemente, ampliar as ofertas aos clientes. A opinião é de Sajal Mukherjee, líder global de transformação de bancos da IBM, que classifica esse modelo como uma evolução dos bancos digitais.

Durante participação no Ciab Febraban, principal evento do setor financeiro, realizado nesta semana em São Paulo (SP), Mukherjee explicou que há três “camadas” no processo: IaaS (Infrastructure as-a-service), que corresponde aos dispositivos computacionais, redes, armazenamento fornecidos pelos bancos ou pela indústria de TI; BaaP, ou seja, a plataforma bancária regulamentada; e, no topo, a BaaS (Banking as-a-service), que são os serviços providos por empresas como fintechs ou até mesmo bancos.

O executivo compara as duas camadas dos bancos com um shopping center. No caso, o BaaP seria o shopping e o BaaS todas as lojas que usam a plataforma para gerar valor e entregar produtos. “A Amazon (Web Services), por exemplo, é uma plataforma, e tem diversos serviços em torno”, comentou, dando outro exemplo.

A plataforma cria o conceito de Open Banking e um exemplo citado pelo executivo é o Banco Original, principal desse tipo na América Latina. Nascido 100% digital, a instituição financeira adota um ambiente de TI aberto para novos negócios e inovações digitais por meio de APIs para desenvolvedores.

E quais seriam os principais passos para um banco adotar esse modelo? Mukherjee citou três: avaliar a maturidade digital e o nível de preparo da infraestrutura para prover uma plataforma aberta, adotar a metodologia ágil, além de habilitar APIs.

Caminho inevitável
Carlos Netto, CEO da Matera Systems, fornecedora de soluções para o mercado financeiro, afirma que o conceito de Open Banking é um caminho inevitável para os bancos, inclusive os de grande porte no Brasil. “A criação de novos valores em torno da plataforma é tão grande que eles terão que se adaptar”, comentou.

O executivo cita os exemplos das plataformas iOS a Android, que servem como base para inúmeras aplicações. “O Steve Jobs, quando inventou o iPhone, não imaginava que haveria um aplicativo inovador como o Facebook rodando em sua plataforma. Essa inovação veio de fora. Agora imagina um iOS aberto e o Android não. É o que aconteceria com um banco que não adotasse esse modelo. Ele ficaria para trás”, comparou.

A Matera acaba de abrir sua plataforma por meio de APIs para agregar soluções e serviços e oferecer um pacote completo digital pra os bancos. “Conseguimos abrir um banco digital em seis meses, como em um recente projeto com um banco no Rio Grande do Sul”, citou o executivo.

A empresa agregou à sua plataforma uma solução de chatbot que funciona por meio do Facebook e que permite ao usuário consultar o saldo diretamente pelo aplicativo Messenger. A solução foi criada pela startup Nama, a mesma que desenvolveu a solução “Poupinha” para o Poupa Tempo de São Paulo. Outras opções de serviços agregados à plataforma Matera, segundo Netto, vão além das instituições financeiras. A Move Mais, por exemplo, criou uma tag para carros (concorrente do serviço Sem Parar) com as APIs.

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