Petrobras estabelece frente tecnológica de resposta à Covid-19

As 100+ Inovadoras no Uso de TI: case da multinacional brasileira foi premiado na categoria Indústria Química, Petroquímica, Óleo e Gás

2:00 pm - 25 de setembro de 2020

Marcelo Carreras, CIO global da Petrobras Foto: Divulgação

O mês de março de 2020 não será esquecido tão cedo na Petrobras. Com a chegada da pandemia no Brasil e as consequentes medidas de isolamento social, a companhia precisou de uma resposta robusta para garantir a saúde dos funcionários e dos negócios. A flexibilidade da multinacional brasileira e sua Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) provaram que o investimento em tranformação digital vale a pena. Neste mês, a Petrobras foi a vencedora do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI na categoria Indústria Química, Petroquímica, Óleo e Gás.

Não dá para dizer que o esse período foi fácil: em abril, a demanda global por petróleo caiu 25%. De acordo com gerente executivo de TI da Petrobras, Marcelo Carreras, a mudança para o home office coincidiu com um processo de transformação que já estava em implantação na companhia desde sua chegada, em meados de setembro de 2019. “A gente tem que contar com um pouco de sorte também”, brinca o executivo.

Em entrevista ao IT Forum 365, Carerras se lembra que, em um prazo muito curto, foi preciso entregar soluções para garantir a continuidade das operações e sustentabilidade financeira da companhia. “O que a gente fez foi acelerar a adoção de algumas ferramentas, que nos permitiram colocar praticamente a totalidade da nossa força de trabalho administrativa em home office”, explica.

A Petrobras informa em seu case de inovação que 90% da força de trabalho administrativa foi alocada para trabalho remoto devido ao avanço da pandemia. Além disso, era fundamental assegurar aspectos de saúde que envolviam o controle de testes de Covid-19. Para o executivo, a adoção da tecnologia em nuvem garantiu agilidade nas ações da liderança da companhia.

Urgência e inovação

Falar sobre o uma companhia como a multinacional de petróleo brasileira é pensar em números gigantes. Parte do case de inovação da Petrobras dão uma perspectiva clara dessa grandiosidade. Foram distribuídos 16 mil acessos a terminais virtuais por meio da nuvem e 7 mil notebooks (além dos 31 mil que já haviam sido disponibilizados).

Todos os dias, são cerca de 25 mil conexões VPN simultâneas acontecendo e mais de 60 mil colaboradores da Petrobras com acesso remoto ao Microsoft Teams e Workplace by Facebook, entre funcionários e terceirizados. Como fazer tudo isso funcionar?

“A gente foi dando soluções para todas as características diferentes que temos entre os nossos clientes. E usamos as tecnologias disponíveis para manter todo mundo seguro em casa”, aponta Carreras.

TI é estratégia

Alguns dos desafios enfrentados durante a tarefa foram a necessidade de ampliar a capacidade da infraestrutura de TIC (tecnologias da informação e comunicação) em um curto espaço de tempo. Além disso, a companhia reforçou as políticas e controles de segurança e desenvolveu uma solução de acompanhamento dos casos de Covid-19 entre os colaboradores.

Carreras conta que o plano de transformação digital da companhia é construído em conjunto pelas áreas de tecnologia e negócios. “A gente sempre fala de dois pilares: você precisa ter dois eixos: o ‘be digital’, estimular a cultura e o método de agilidade. E outro pilar é o ‘go digital’, que é estruturação da tecnologia, criação das plataformas necessárias para que a transformação digital possa acontecer”, afirma o gerente executivo de TI da Petrobras.

Por outro lado, o executivo faz questão de notar que é ponto de partida a adesão das lideranças aos projetos de inovação — não só na Petrobras. “Essa jornada só acontece com o engajamento dos negócios. De forma que a gente consiga priorizar os projetos que são relevantes para a organização”, explica Carreras.

Foco social da Petrobras

Ainda assim, a atuação da Petrobras vai além da inovação para se manter segura. A empresa brasileira disponibilizou uma parte considerável de sua capacidade computacional para pesquisa de vacinas e técnicas de machine learning relacionadas à doença.

De acordo com Carreras, esse aspecto de ajuda às universidades e instituições na pesquisa do vírus é tão importante quanto manter a companhia rodando. “Usamos tecnologia como meio de disponibilizar algumas soluções para a comunidade. Isso foi uma parte bem importante [do nosso case]”, comenta o executivo.

Dentre as iniciativas realizadas pela marca durante a pandemia estão ainda: o apoio à produção de ventiladores pulmonares, uso de tecnologias para aferição da temperatura de colaboradores e doações de testes de Covid-19 e EPIs.