Pandemia acelera uso de drones para transporte e abre oportunidades de inovação para CIOs

CIOs devem incluir a mobilidade aérea em suas estratégias da cadeia de suprimentos para permanecerem competitivos, diz Gartner

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10:35 am - 27 de maio de 2020

A pandemia do novo coronavírus bloqueou a maior parte da frota aérea e terrestre em todo o mundo, afetando a cadeia de suprimentos em vários países. Hoje, drones são usados para levar suprimentos básicos em ajudas humanitárias no combate à Covid-19 e essa solução emergencial deve acelerar processo de adoção de drones autônomos para outras necessidades logísticas após a Covid-19. O Gartner indica, entretanto, que isso forçará as empresas de transporte terrestre a incorporarem a mobilidade aérea em suas cadeias de suprimentos para permanecerem competitivas.

Essa é a primeira vez que drones autônomos estão sendo usados para serviços humanitários, segundo o Gartner. A Zipline, uma startup sediada nos Estados Unidos, está usando a entrega de drones sem contato para transportar amostras de teste Covid-19 em locais remotos em cinco países africanos. Autoridades locais no Chile lançaram um programa piloto de drones para entregar medicamentos a pessoas que vivem em áreas rurais remotas.

“Os drones autônomos oferecem menor custo por milha e velocidade mais alta do que as vans no last-mile delivery. Quando eles entregam encomendas, seus custos operacionais são pelo menos 70% mais baixos que um serviço de entrega de van”, diz Pedro Pacheco, Analista Diretor Sênior do Gartner.

A empresa de consultoria prevê que em 2026, mais de um milhão de drones realizarão entregas no varejo, acima dos 20.000 atuais. A crescente adoção de drones autônomos forçará os CIOs dos setores de mobilidade e transporte a repensar seus modelos de negócios e operacionais para explorar novas formas de mobilidade aérea e permanecer competitivos, diz o Gartner, que também sugere algumas ações para ajudar os líderes nessa missão.

Atualize suas tecnologias da cadeia de suprimentos

Determine e forneça as tecnologias necessárias para introduzir a entrega autônoma de drones como parte de sua cadeia de suprimentos, como inteligência artificial (IA) e machine learning (ML). Adicione-os ao roteiro e orçamentos futuros.

A automação completa do drone exige a adoção de sistemas completos de rastreamento e localização digital para pacotes, melhorando o rastreamento da localização do item da sua cadeia de suprimentos. Você pode fornecer um rastreamento preciso escolhendo RFID e serviços baseados em localização.

Redefina seu modelo de negócios

No ano passado, a DHL lançou uma solução de entrega de drones totalmente automatizada e inteligente para enfrentar os desafios de entrega de última milha nas áreas urbanas da China. A DHL afirma que o serviço reduz o tempo de entrega de 40 para oito minutos para uma distância de oito quilômetros e pode economizar custos de até 80% por entrega, com redução de consumo de energia e emissão de carbono em comparação com o transporte rodoviário.

A alta velocidade do drone, a falta de restrições de tráfego e o baixo impacto ambiental significa que ele pode superar facilmente o transporte terrestre, afirma a consultoria. A tecnologia tem limitações como a carga útil e a faixa de entrega, mas o grande impulso da indústria automotiva em direção à eletrificação produzirá novas tecnologias que podem ser facilmente adotadas em drones.

Para o Gartner, a necessidade de entregas rápidas e frequentes durante a Covid-19 é uma oportunidade para as empresas iniciarem um serviço de entrega de drones. Um caminho sem volta, que desafiará as empresas de transporte terrestre a adotarem a nova forma de entrega para se manterem competitivas. No entanto, para se manter competitivo, os modelos comerciais e operacionais da empresa devem evoluir para alavancar totalmente a mobilidade aérea.

Além da oportunidade gerada pela pandemia, as empresas podem considerar os drones autônomos como uma oportunidade de oferecer um serviço premium, como uma opção de entrega rápida. De acordo com a consultoria, o sucesso das entregas de drones depende da capacidade da empresa de mudar seu modelo de negócios para aproveitar ao máximo as possibilidades permitidas pela tecnologia.

Considere a legislação antes de investir em drones

Embora existam restrições técnicas, o inibidor mais sério para a implantação de drones voadores autônomos é a legislação. O desenvolvimento regulatório mais significativo que tornará os drones autônomos mais viáveis é a implantação de sistemas de controle de tráfego aéreo específicos para drones, denominados sistemas de gerenciamento de tráfego não tripulado (UTM). Essas tecnologias fornecem aos controladores de tráfego aéreo visibilidade total sobre quem usa o espaço aéreo, além de automatizar processos para lidar com solicitações e permissões de voo associadas.

Reguladores, como a FAA nos EUA, habilitarão gradualmente novos recursos UTM, mas na maioria dos principais mercados, sua implementação pode levar vários anos, diz a empresa. A estrutura regulatória é um dos principais obstáculos à implantação em massa de drones de entrega. O Gartner não espera que voos autônomos de rotina e em larga escala sejam possíveis antes de 2025, então sugere que as empresas planejem com antecedência seus investimentos em tecnologia e orçamento para a implantação de serviços regulares de entrega autônoma para se beneficiar totalmente deles no futuro.

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