O que torna um CIO evolutivo ou disruptivo?

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2:51 pm - 24 de abril de 2017

O IT Forum, encontro promovido pela IT Mídia que reúne os CIOs das 500 maiores empresas instaladas no Brasil, levantou um importante desafio aos executivos presentes: identificar qual o perfil de cada um, disruptivo ou evolutivo. Os números finais foram 74 disruptivos e 50 evolutivos.

Mas afinal, quais as características de cada atuação? E o quanto o perfil e modelo de negócio da própria empresa influencia?

É uma linha tênue, passando pela necessidade de inovação, mas também consistência dos negócios. Guilherme Horn, diretor-executivo de inovação da Accenture, lembrou que existem companhias disruptivas, que muitas vezes muito preocupadas em inovar esquecem da consistência dos processos, e, por outro lado, aquelas evolutivas, que conseguiram manter uma constância nos negócios. Para ele, união e equilíbrio entre ambos perfis é a receita ideal.

Com a palavra, os CIOs
Lucio Melre, diretor de tecnologia do Conselho Nacional de Justiça, defende essa mistura dos perfis. “Sou de uma organização em que as coisas acontecem com mais lentidão, por conta da necessidade de nunca errar. Afinal de contas, o poder judiciário, quando trilha determinado caminho, precisa ter certeza de que é seguro, adequado e apropriado”, comenta.

São processos mais burocráticos, mas que não impedem a inovação. Melre cita a recente implementação dos processos eletrônicos judiciais, que, segundo o executivo, trouxeram evolução e disrupção ao mesmo tempo, pois quebrou modelos de trabalho que existiam anteriormente. “De uma hora para outra, trilhamos um novo caminho. As decisões são tomadas com muito cuidado, mas não significa que não temos disrupções.”

A “influência” do modelo da empresa foi citada como primordial por outros CIOs para definição do perfil. Na Positivo Informática, que vive um momento de revolução, ampliando mercados para trazer um conceito mais amplo e atualizado, o CIO, Andre Guarenghi, cita essa mudança e também a participação de jovens lideranças no board, que ajudam na disrupção.

“Minha principal característica é que não me apego em uma solução ou em um fornecedor. Qualquer momento você pode tocar, pode substituir. Não necessariamente precisa seguir uma metodologia. Na minha situação, minha empresa permite essas mudanças. Evolutivo é quem tem mais fidelizado a uma plataforma a um fornecedor”, opina Guarenghi, classificado como disruptivo.

Daniel Moreira, CIO da Coca-Cola Femsa, identificou o perfil evolutivo e traçou um paralelo com a estrutura e momento vivido pela companhia. “Somos uma empresa que vem em um processo evolutivo tanto com gestão de pessoas quanto de tecnologias. Recentemente foram criadas algumas verticais, como a área de inovação separada da área de operação”, afirma.

A criação das novas áreas, para Moreira, trata-se de um processo evolutivo, pois os resultados concretos são esperados nos próximos cinco anos.

“Evolutivo e disruptivos caminham juntos. Nosso caso é mais a longo prazo, por ser uma empresa grande. Para mim depende do modelo da empresa. Uma google é disruptiva, a cada momento está rompendo paradigmas de forma fácil e ágil. Pega uma engarrafadora, empresa tradicional, você tem de passar por esse processo evolutivo para passar pelo processo disruptivo”, compara.

Ronaldo Ribeiro, CIO da Cenibra, está inserido em uma organização conservadora, mas se classifica como disruptivo por sua luta diária em busca de inovações.”Na minha vida toda sempre fui incomodado com o status quo de tudo. Uma grande vontade de fazer algo novo sempre. Na Cenibra tenho tentado fazer tudo diferente, buscando engajamento dos outros gestores da empresa pra tentar mudar processos a fim de buscar melhores resultados. Sempre assim”, destaca Ribeiro.

O executivo conta que, embora a empresa seja conservadora, ele busca ser o motor para poder ser diferente e acompanhar as ondas da evolução, sempre buscando o melhor resultado. “A TI precisa ter essa visão de estar sempre fomentado. Muitas coisas serão aceitas, outras não. Você vai ser visto como chato, mas essa é a forma que acho de contribuir com a empresa, de forma participativa. A TI precisa liberar isso. Quando você tem um diretor com esse perfil, é mais fácil. TI precisa apoiar essa linha e buscar isso mais que todo mundo”, finaliza.

E você, é evolutivo ou disruptivo?

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