O que faz do chefe um líder? CIOs e CEOs discutem características desse papel nas empresas

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1:46 pm - 10 de agosto de 2016
O que faz do chefe um líder? CIOs e CEOs discutem características desse papel nas empresas

Ideias, simplicidade, oportunidades, atitude, pessoas, colaboração. São muitos os valores que podem compor uma equipe bem estruturada, em sintonia, e que busca fazer seu melhor para alcançar objetivos traçados para a empresa. Em tempos de transformação digital, no qual é preciso ser criativo e pensar além do senso comum para sair à frente, é imperativo contar com uma figura emblemática em especial, a qual irá guiar o restante da trupe: o líder.

Mas qual a diferença entre chefe e líder? O primeiro é apenas aquele que encabeça a pirâmide da hierarquia corporativa e muitas vezes não é respeitado, por ser encarado como uma figura que não aceita opiniões, que nunca está errado e que pode até chegar ao ponto de ser autoritário. 

Saber conduzir, inspirar e motivar. Isso, sim, é reservado ao líder, que tem como uma das principais características o saber conectar, sejam pessoas, parceiros, equipes. É isso que CEOs e CIOs convidados discutiram no painel “Líder Conector”, apresentado durante encontro promovido pela IT Mídia na noite desta terça-feira (10/8), na sede da empresa, em São Paulo.

Estar presente também é fundamental. “Em primeiro lugar é preciso estar presente. Estar junto ao time, para que reconheçam a liderança, para que te conheçam”, acredita Luciano Corsini, presidente da Hewlett Packard Enterprise (HPE). O executivo completa o pensamento afirmando que o líder precisa ser transparente, porta-voz, mentor, e levar boas e más notícias. “Não podemos nos esconder”, diz. Para promover engajamento do time, Corsini também aponta que é preciso manter as postas abertas para diálogo. “Temos como princípio que não precisamos concordar 100% uns com os outros, mas sim nos apoiarmos 100%, genuinamente”, argumenta.

Paulo Bonucci, vice-presidente e gerente-geral da Red Hat para América Latina, concorda. “Uma característica que desenvolvi nos últimos anos é escutar ainda mais para que eu seja escutado. Então, exercito isso consultando, pedindo participação [da equipe], que as pessoas sejam vocais e que falem mesmo que desagrade”, completa.

Para ele, transparência é outro ponto fundamental. Traçar objetivos claros faz parte desse diálogo. “Líderes têm de traçar um propósito para a equipe. Se querem ser os melhores, os maiores, ou simplesmente estar presente de forma representativa no mercado”, afirma Bonucci, complementando que também é preciso que todos da equipe, de alguma forma, se conectem com esse propósito, desde o colaborador da limpeza, até o melhor dos analistas. Ser líder é despertar o melhor dos colaboradores. “Somos partida, ignição para disparar energia, criatividade, paixão para atingir o propósito”, sintetiza.

Paulo Marcelo, presidente da Capgemini Brasil, acredita que exemplos valem mais do que palavras. “O líder conector é capaz de liderar pelo exemplo”, sentencia. Para ele, isso envolve, inclusive, “admitir erros e acertos e entender que isso faz parte da jornada”, completa. “Líderes conectores são capazes de apresentar processos de mudança sem que o medo apequene e evite a atitude positiva.”

Também é preciso trabalhar em equipe para colher bons frutos. Usando uma experiência pessoal, Paulo Palaia, CIO da Gol Linhas Aéreas, conta como proatividade e liderança conectora podem fazer a roda girar. O executivo descreve o momento em que trocaram o diretor de aeroportos por um profissional estrangeiro, que tinha como barreira, além do idioma, se adaptar à cultura local. Nesse cenário, Palaia propôs que trabalhassem juntos, em cocriação. “Ele topou. Os resultados que estamos tendo com o time de aeroportos são excelentes, e isso virou um círculo virtuoso que outras áreas querem trabalhar da mesma forma”, orgulha-se.

Empatia é outra palavra proposta por Agenor Leão, CIO da Natura, essencial em um bom líder. “Quando crescemos na carreira, muitas vezes perdemos a humildade e essa capacidade [de se colocar no lugar do outro]”, comenta. “Exercitar a empatia ao mesmo tempo faz a gente conhecer e se colocar no lugar no time. A liderança centralizada não existe mais. As pessoas precisam ser escutadas porque isso traz grande valor.”

Paixão também foi palavra citada pela CIO da Telefônica Vivo, Alessandra Bomura. Para ela, se as tarefas feitas diariamente para alcançar um objetivo traz um sentido, é isso então que criará propósito e engajamento genuínos. “Nosso papel como líder, no final das contas, é alinhar isso e formar pessoas que possam conectar e compartilhar esse propósito. E ser feliz”, encerra.

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