Nvidia caminha para controlar o mercado de data center

Aquisição da Arm, em negociação com a empresa japonesa SoftBank, pode dar à Nvidia a tecnologia que a colocaria como protagonista no setor

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8:30 am - 24 de agosto de 2020

Em entrevista ao jornal Financial Times, na última quarta-feira, Jensen Huang, Presidente-executivo da Nvidia, disse que planeja fornecer toda a “pilha” de tecnologia necessária para operar os data centers, que estavam se tornando a principal plataforma de computação na era dos serviços on-line de grande escala.

Huang quer tornar a Nvidia a principal fornecedora das tecnologias essenciais que alimentam centros de dados de grande escala, tirando o protagonismo da líder Intel.

Um acordo com a japonesa SoftBank para a aquisição da empresa de design de chips Arm, o qual estão em negociação, traria à Nvidia o controle de uma tecnologia que está começando a desempenhar um papel maior nos data centers.

Segundo o FT, esse mercado é dominado pela Intel, porém o controle da tecnologia da Arm também poderia colocar a Nvidia em conflito com clientes e rivais que dependem do licenciamento da tecnologia para uso em seus próprios produtos.

Huang se recusou a comentar as negociações com a SoftBank.

O executivo, entretanto, descreveu a tecnologia da Arm como “bastante extraordinária, porque é bastante eficiente em termos de energia”. Ele acrescentou que a tecnologia é adequada para data centers, pois traz melhor desempenho, já que tarefas que usam muitos dados, como inteligência artificial, causam aumentos massivos na demanda de energia, diz a publicação.

De olho nas negociação da Nvidia e da Arm, outros fabricantes de chips temem de que eles possam depender do licenciamento de uma tecnologia importante de um rival.

Entretanto, Huang disse que não há pelo que se preocupar, pois à medida que a empresa amplia seu alcance para fornecer uma plataforma de computação de data center completa, ela venderá partes da tecnologia como “camadas” separadas. Outras empresas também poderiam licenciar sua propriedade intelectual para uso em seus próprios chips, em vez de precisar comprar silício da Nvidia, acrescentou.

A entrevista com jornal foi realizada enquanto a Nvidia informava que a forte demanda dos clientes do data center, junto com o negócio da Mellanox, adquirida no início deste ano, aumentaram as receitas em 50% no último trimestre.

No entanto, as ações da empresa caíram cerca de 2% nas negociações pós-mercado. Suas ações já haviam subido 56% nos três meses desde seu último relatório de lucros, levando-a além da Intel para se tornar a fabricante de chips mais valiosa do mundo, diz o jornal Financial Times.

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