Nuvem: três diferentes abordagens e a certeza do futuro

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1:11 pm - 13 de dezembro de 2016
Nuvem: três diferentes abordagens e a certeza do futuro

Mobilidade, internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), big data e analytics. Está cada vez mais difícil encontrar empresas que não tenham utilizado pelo menos um desses recursos nos últimos anos. São tendências e elementos cada vez mais essenciais para o avanço dos negócios, de todos os tamanhos. O que elas têm em comum? Todas demandam o mesmo recurso para cumprir seu papel: a nuvem.

A computação em nuvem é a base para abraçar todos esses elementos, que serão demandados pela transformação digital das corporações. A afirmação é de Pietro Delai, consultor da IDC. Durante evento organizado pela Tivit, Delai mostrou números que compravam a tese: todas as modalidades de cloud crescerão dois dígitos entre números de 2014 e previsões para 2018.

A nuvem privada terá avanço de 28,9%, a pública crescerá na casa dos 38,5% e o maior salto será a nuvem híbrida, com salto de 43,6%. Em IoT, por exemplo, mais de 60% das empresas no Brasil afirmam que usam ou pretendem utilizar em um futuro próximo. Big data e analytics, que representavam 300 Extrabytes de armazenamento de dados em 2013, vão gerar 1,6 Zettabytes em 2020.

Apesar da projeção positiva, a América Latina ainda está aquém do esperado: mais de 70% das empresas nessa região ainda estão iniciando a migração para a transformação digital.

Essa jornada, de acordo com Delai é um misto de cinco pilares: transformação de liderança, de omni experiência, da informação, do modelo de negócio, e da força de trabalho. “Transformação digital é sincronizar tudo isso e fazer algo disruptivo no mercado que atua. Temos exemplos disso em diversos setores, como bancos, logística, comércio e seguros. São novos negócios, novos produtos”, comentou.

Carlos Gazaffi, COO da Tivit, afirmou que, para nuvem, não existe modelo único e definido. “Cada indústria tem sua realidade e aplicação”, destacou. Como exemplo disso, três diferentes abordagens mostram como cada indústria tem suas peculiaridades e como as fases podem ser distintas. Mas um ponto é unânime: o futuro da TI e dos negócios como um todo passam pela nuvem.

Jornada avançada
A SulAmérica, grupo segurador que atua em áreas como saúde, auto, residencial e previdência, iniciou sua jornada de cloud há cinco anos, com projeto de modernização dos correios eletrônicos. “Pensavam que eu era maluco. Como você vai arriscar e ir para nuvem? À época ainda não se falava de transformação digital”, contou Christiano Barbieri, CIO da empresa.

Barbieri conta que a companhia ampliou em cem vezes a capacidade dos e-mails, o que trouxe ânimo para o início de outros projetos, como portais de internet e soluções para venda, até levar toda a plataforma de relacionamento com cliente para Salesforce. O executivo destaca que os projetos são de cinco a sete vezes mais rápidos com nuvem – desde que contem com processos dinâmicos e pessoas pensando de forma inovadora.

Para Barbieri, disponibilidade, escabilidade e segurança estão entre os pontos positivos da nuvem. “Em segurança, me preocupo muito mais com o que tenho dentro de casa do que na nuvem. A fragilidade das empresas dentro e casa é maior do que fora.” Por outro lado, alertou que empresas precisam tomar cuidado para não perderem o controle das aplicações,  o que dificulta o gerenciamento das aplicações e eleva os custos.

Futuro híbrido
A Votorantim, representada no evento por seu CIO, João Donizeti Santos, está em estágio inicial da sua jornada, que foi iniciada com a migração para o Office 365 – 25% do total de 40 mil correios e a expectativa é completar 100% até 2018, de acordo com o executivo.

A empresa conta com cerca de 1,3 mil servidores dos quais 5% estão na nuvem. “Não temos um objetivo em porcentagem. O que temos é uma estratégia de cloud-first, que toda nova aplicação é avaliada se a nuvem faz sentido ou não. E todas as atualizações também, para sabermos se faz ou não sentido migrar ambiente para nuvem”, disse.

Apesar da complexidade do ambiente da empresa, Santos afirma que a tendência é migrar cada vez mais aplicações para nuvem, desde que faça sentido. Mas, para o executivo, o mercado ainda não tem ferramentas compatíveis com algumas soluções – uma delas é o SAP da empresa, que contém grandes volumes.

Para Santos, a tendência é que o futuro das empresas como um todo seja híbrido. “Não vejo completamente de um lado ou outro – essa convivência vai sempre existir.”

Mundo digital
A terceira empresa participante da discussão tem o digital no seu DNA. Fundado em março deste ano, o Banco Original trouxe uma proposta disruptiva de ser um banco 100% digital.

O banco sincroniza dados na nuvem e se preocupa com uma questão específica: segurança. Thomaz Falcão, responsável pela infraestrutura da empresa, disse que essa é uma constante preocupação. “A governança de segurança da informação no banco digital é um escudo. Os processos precisam ser fortes, bem pensados e trabalhados. A maturidade foi alavancada antes mesmo do lançamento do banco”, afirmou.

Segundo Falcão, o banco tem dobrado o número de contas a cada dois meses, o que necessita uma arquitetura e infraestrutura para adaptar-se à dinâmica de crescimento. “É isso que caracteriza ambiente de cloud: crescer com elasticidade e adaptação”, completou.

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