Nova ONG quer todas escolas públicas do Brasil com banda larga até 2025

Em seis meses de atuação, Instituto Escola Conectada já tem 47 escolas de diferentes estados do País em processo de conexão e impacta 10 mil alunos

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8:00 am - 25 de agosto de 2021
Instituto Escola Conectada Divulgação/Instituto Escola Conectada

Trazer internet de alta velocidade a todas as escolas públicas do Brasil até 2025. Esse é o objetivo do Instituto Escola Conectada, iniciativa lançada nesta terça-feira (24) que busca impulsionar a transformação da sociedade brasileira por meio da conectividade.

A ONG é motivada pelo problema crônico de conectividade que aflige o ensino público do país, que se tornou ainda mais latente ao longo dos últimos meses. Em uma fala durante o evento de lançamento da iniciativa, Leonardo Euler de Morais, presidente da Anatel, destacou a “carência notável” de conectividade em grande parte das escolas brasileiras, em termos de qualidade e acesso.

“A pandemia demonstrou a persistência desse gap digital e trouxe uma perspectiva muito clara de que as ferramentas digitais enriquecem muito o ensino, aproximando conteúdos, alunos e mestres”, disse o presidente do órgão regulador.

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Dados do Censo Escolar 2020, divulgados pelo INEP, mostram que cerca de 30% das escolas da rede pública não dispõem de internet. Outras 13% dispõem de uma conexão que não é de banda larga. “O quadro atual é: frequentemente a internet não chega. Quando chega, não é distribuída. Quando é distribuída, nem sempre é usada. Quando usada, pode não ter a manutenção adequada”, explicou Thomas Fuchs, fundador do Instituto Escola Conectada.

Apesar de ter sido apresentado oficialmente nesta semana, o instituto já está em atividade há ao menos seis meses no país. No período, a iniciativa tem feito a ponte entre provedores e escolas públicas interessadas e iniciando projetos de implementação de conexões de no mínimo 100 mbps em instituições de ensino.

A primeira escola a participar do projeto foi a Escola Municipal Prudente de Moraes, localizada em Miracema, noroeste do estado do Rio de Janeiro, em parceria com o provedor de internet Sumicity. Desde então, 15 escolas públicas nos estados de Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco já conectadas e outras 47 em processo de conexão. No total, cerca de 10,4 mil alunos já estão sendo impactados diretamente pela iniciativa.

A internet é fornecida e mantida por provedores parceiros, que disponibilizam a conectividade gratuitamente. Entre os apoiadores da ONG estão o Grupo Datora e os provedores Sumicity, Telecall, Ligue Telecom, Telium, Um Telecom, RLine e Net Cintra. Não há contrapartida por parte das escolas.

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Escolas interessadas podem acessar o site do Instituto Escola Conectada e preencher os dados solicitados para que a organização busque empresas parceiras que possam apoiá-las com as conexões.

O processo de conexão das escolas leva em consideração um índice criado pelo próprio instituto, que mensura questões como infraestrutura externa e interna, uso pedagógico da internet e manutenção de rede. Com o índice em mãos, a ONG entra em contato com os provedores que melhor atendam às necessidades da instituição de ensino.

Para garantir o uso adequado e pedagógico da conectividade pelas escolas, há uma validação periódica e acompanhamento por parte da ONG através de filtros contra conteúdo impróprio ou não-pedagógico. Os provedores participantes também se comprometem a fornecer, no mínimo, conectividade por três anos às escolas.

Paralelamente ao projeto de conexão, o instituto também está promovendo, em uma parceria com a Fundação Lemann, um mapeamento que tem como objetivo analisar todos os custos envolvidos na conexão de todas as escolas públicas do Brasil. Segundo Fuchs, o levantamento ajudará a ONG a entender qual será o custo total do projeto, especialmente para conexão de escolas rurais.

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