No Brasil, 44% usam bancos digitais, diz estudo

Relatório da Accenture revela que a adesão aos ‘neobanks’ no país é maior que a média mundial. Relações com bancos nunca foram tão digitais

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3:00 pm - 12 de fevereiro de 2021

No Brasil, os bancos digitais são usados por 44% dos entrevistados, e quase metade deles (21% do total) tem nessas fintechs uma conta primária, ou seja, a mais movimentada no dia a dia – enquanto 23% tem uma conta secundária. A média global é de 23%, com 12% como contas primárias e 11% como secundárias.

É o que aponta um relatório divulgado esta semana pela Accenture e que considera o comportamento do consumidor bancário no mundo. Os números se baseiam em pesquisas feitas com mais de 47 mil consumidores em todo o mundo, inclusive no Brasil.

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Entre as descobertas está que a pandemia aumentou o contato digital entre clientes e bancos, com crescimento do uso de canais online e, por outro lado, queda da confiança nas instituições mais tradicionais. Segundo a Accenture, embora eles estejam incentivando os consumidores a usarem canais digitais para atividades bancárias transacionais, o dinamismo imposto após a pandemia tornou esses serviços comodities, em que a prioridade é a relação custo x benefício.

Menos de um terço (29%) dos consumidores pesquisados confia nos bancos para cuidar do bem-estar financeiro de longo prazo, em comparação com 43% dois anos atrás. No Brasil, os que confiam são 33%, comparados com 45% em 2018. Sem conexão emocional com o banco, o preço é o diferencial competitivo final para 37% dos consumidores.

Mudança ou modismo?

A adoção de canais digitais permeia todas as demografias. Enquanto 35% dos respondentes da pesquisa no resto do mundo aceitaria o vídeo como canal de aconselhamento financeiro, 45% dos brasileiros o adotariam. O cliente brasileiro abriu mais contas não-primárias (43%) do que o do resto do mundo (24%). Além disso, no Brasil 63% disseram ter feito abertura de conta pelo celular, contra 37% no mundo.

Apenas 2% dos brasileiros se veem como clientes bancários tradicionalistas, frente a 16% de clientes no resto do mundo.

O relatório sugere que os bancos devem avaliar como o comportamento do consumidor foi afetado pela pandemia e determinar quais mudanças de comportamento são permanentes ꟷ por exemplo a popularidade das chamadas de vídeo. Antes da Covid-19, apenas 15% dos consumidores haviam falado com um consultor de banco por videochamada, mas quase metade (46%) disse que estaria disposto a fazê-lo quando as agências reabrissem, e 35% disseram que prefeririam videochamadas para reuniões cara a cara.

A Accenture entrevistou 47.810 pessoas em 27 países. Os entrevistados precisavam ter uma conta bancária, ser de diferentes gerações e ter variados níveis de renda. A pesquisa foi realizada online durante julho e agosto de 2020.

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