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Network Slicing é solução para monetização do 5G

O network slicing, ou fatiamento de rede, é uma tecnologia de ponta que pretende revolucionar o setor de telecomunicações, fornecendo redes dedicadas e personalizadas para atender às diversas necessidades de diferentes aplicativos, usuários e setores da sociedade.

O conceito de network slicing introduzido na tecnologia 5G, permite que uma única infraestrutura de rede física seja dividida em várias redes virtuais, conhecidas como “slices” (fatias). É uma forma de criarmos redes lógicas com características diferentes sobre a mesma infraestrutura. Cada uma das fatias dessa rede opera de maneira independente, com seu próprio conjunto específico de recursos, parâmetros de qualidade de serviço (QoS) e características adaptadas para atender aos requisitos de um determinado aplicativo, setor ou grupo de usuários, como veículos autônomos, jogos de realidade aumentada (AR), implantações massivas de Internet das Coisas (IoT) e usuários regulares de smartphones; cada um com prioridades de serviço e requisitos de rede distintos.

Hoje serviços críticos como polícia e hospitais precisam ter redes próprias para garantir a confiabilidade da conexão. Com o slicing, não será mais necessária uma única rede física para a polícia, uma para ambulâncias, outra para um hospital. Cada serviço terá sua fatia própria, com suas próprias características, adequadas à necessidade de cada empresa.

Leia mais: 5G: Brasil está em estágio inicial, com grande promessa no mercado corporativo

Como exemplo, podemos pensar no uso de redes para a transmissão de dados de medidores de água e luz – solução já disponível em vários países do mundo. Com ele, não existe mais a necessidade de um colaborador das distribuidoras de água e energia elétrica, por exemplo, ir a cada uma das casas para executar o trabalho de medição – as informações são enviadas remotamente para a empresa. Nessa aplicação, o slicing não consume tantos recursos da rede, devido ao baixo volume de dados e tempo de resposta pouco crítico; mas, fica disponível sempre que necessário, tornando seu custo mais baixo.

Para as empresas provedoras de serviços e comunicação, o fatiamento de redes é uma oportunidade para que construam e gerenciem uma rede que atenda diferentes perfis, com uma infraestrutura compartilhada, além de permitir novos modelos de negócios – como comercializar e monetizar a tecnologia. Recentemente, vimos a aplicação do sistema em eventos como no Rock In Rio e The Town obtendo respostas eficientes em termos de estabilidade de rede e conectividade. Tanto no Rock In Rio, como no The Town, o processo de fatiamento acontece somente durante o evento e o equipamento necessário para sua realização é desligado ao término dos festivais, uma vez que acontecem em regiões que normalmente não recebem grande número de pessoas. Mas, dependendo do local, as diversas estações rádio base montadas podem ficar permanentes. O que muda são apenas as configurações de software para ativar o slicing durante um determinado período e priorizar determinados assinantes.

Mais um caso interessante é quando um usuário tem um plano padrão e, a partir do seu smartphone, pode optar por ganhar prioridade quando quiser jogar online, por exemplo. A partir do momento que ele apertar o botão de prioridade, será levado para outra fatia da rede, voltando automaticamente para a anterior depois do período contratado. Assim, ele pagaria o adicional por esse uso determinado. Essa é uma das possibilidades de receita que antes não existia, já que o fatiamento não foi pensado para a rede 4G. Com o 5G SA (Standalone) as operadoras podem oferecer aos clientes soluções customizadas, que atendam cada vez mais suas necessidades e proporcionem a melhor experiência ao usuário.

Em um ano de lançamento da rede 5G, foram alcançados 11 milhões de assinantes. Apesar de parecer um número grande, o Brasil tem 250 milhões de conexões móveis, onde a grande maioria do 5G é Non-Standalone. Ainda é um universo muito pequeno, já que o Standalone é essencial para o bom aproveitamento do 5G – sua arquitetura, desenvolvida de acordo com seus padrões específicos, atuam de maneira otimizada, não dependendo de elementos criados para o 4G.

A implementação desse sistema hoje começa pelo acesso, uma cobertura contínua em 5G Standalone é essencial, e para isso a ativação de uma portadora em frequência mais baixa será importante. Além disso, os sistemas de suporte a negócio e operação devem ser atualizados. Isso habilitará o lançamento de novos serviços e a sua disseminação. As oportunidades de avanço são imensas, e o fatiamento de rede tem o potencial de remodelar a forma como os serviços de comunicação são entregues e experimentados.

À medida que o mundo avança para um futuro digital, o network slicing será um elemento essencial, permitindo um mundo mais conectado via redes móveis, com possibilidades de criação de novos modelos de negócio e mais eficiência para as empresas nos mais diversos setores da economia.

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