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Não banalize o uso de infográficos

O visual storytelling e a infografia estão presentes na história da humanidade desde o período pré-histórico, com mapas desenhados em paredes de cavernas há mais de sete mil anos. Já em 1626, o astrônomo alemão Christoph Scheiner chegou a utilizar gráficos na explicação de um estudo sobre o sol. Por sua vez, em 1786, o conceito foi o meio utilizado para explicar o cenário econômico da Inglaterra do século 18, enquanto também auxiliou a enfermeira inglesa Florence Nightingale, em 1857, a convencer a rainha Vitória a melhorar as estruturas dos hospitais militares. Atualmente, no âmbito corporativo a abordagem é eficaz em apresentações, treinamentos e vendas.

Mas, afinal, o que é um infográfico?

Ao pesquisar o termo, é possível encontrar a integração das palavras “info” (informação) e “gráfico” (desenho). Ou seja, é um elemento visual idealizado com o intuito de transmitir uma mensagem em diferentes segmentos que facilite a assimilação do leitor. Segundo o biólogo molecular norte-americano John Medina a visão é responsável por 65% da retenção de dados em relação aos demais sentidos. E não para por aí. Nos últimos cinco anos, as buscas no Google pela leitura deste estilo de material aumentaram em 25 vezes, sendo triplamente mais compartilhado nas redes sociais do que qualquer outro conteúdo.

Embora a iniciativa esteja conquistando cada vez mais os executivos no ambiente corporativo, Renato Gangoni, CEO da Spin Design, chama a atenção para o fato de que a prática está sendo banalizada no mercado – o que a faz perder totalmente a essência.

“O infográfico tem o objetivo de promover uma comunicação transparente a fim de acelerar a compreensão de determinada informação. Porém, no desenvolvimento deste material, os profissionais costumam ter uma mentalidade verbal e priorizam os textos. Logo, o produto final permanece confuso, extenso e com uma poluição de dados. É necessária uma mudança de mindset ao inserir a linguagem visual no centro do processo, em vez de aplicá-la de forma complementar em espaços vazios”, diz ele.

Por este motivo, o especialista prefere a utilização do termo “modelo visual mental” na tentativa de esclarecer que a arte vai além de uma montagem despretensiosa de textos e figuras, mas sem deixar de valorizar a simplicidade.

“A proposta é transmitir uma ideia com o mínimo possível de itens até chegar ao ponto de que se retirar um elemento do conjunto, o infográfico desaba, porque o minimalismo é suficiente no momento de transmitir a essência das informações a fim de resultar em uma captação ágil das mensagens”, explica Gangoni.

A fórmula de construção dos modelos visuais mentais remete a uma combinação de análise de conteúdo, pensamento lógico-racional, design de informação, criatividade e design gráfico. Portanto, o procedimento começa com uma imersão no universo do cliente na “sessão de descoberta” em que se verifica todos os conteúdos da empresa para encontrar aqueles com relevância. Depois, acontece o agrupamento dos blocos de dados. Nesta fase, são descartados os materiais redundantes ou irrelevantes.

Em seguida, se estabelece uma hierarquia dentro dos blocos para entender a maneira que os dados se relacionam entre si, a fim de conectá-los intencionalmente em uma sequência lógica. Para finalizar, a equipe encontra o tom adequado entre a linguagem técnica e o lúdico para, então, traduzi-lo em camadas: cores, medidas (largura e área), posição, peso, formato, texto, brilho e saturação, padrões de linhas, tipos de flechas, textura e densidade.

“Os modelos visuais mentais são uma saída rápida para os desafios organizacionais, pois conectam as informações de forma ordenada e relevante. Contudo, também são universais. Diferentemente da verbalização, onde há a necessidade de entender a língua do outro para haver uma comunicação, as imagens têm os mesmos significados ao redor do mundo”, pontua o CEO.

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