Na pandemia, desigualdades domésticas atrapalham mulheres da TI

Pesquisa mostra que equilíbrio entre afazeres domésticos e produtividade são um grande desafio para evolução profissional das brasileiras

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4:50 pm - 26 de janeiro de 2021
mulher, notebook

Para 40,4% das mulheres que trabalham com tecnologia, as mudanças forçadas pela pandemia podem estar atrasando seu desenvolvimento profissional. Isso porque as incumbências domésticas ainda repousam principalmente sobre elas. Apesar disso quase metade (48%) acreditam que o home office é positivo e amplia a igualdade de gênero no setor.

É o que revela uma pesquisa feita pela Kaspersky e divulgada nesta terça-feira (26). Boa parcela das profissionais brasileiras que participaram disse preferir trabalhar em casa (42,6%). O home office também dá maior autonomia, segundo quase 45% das profissionais.

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Quase metade (46%) das brasileiras ouvidas afirmou que, desde março de 2020, tem sido desafiada pela combinação de trabalho e vida familiar. Faxina e afazeres domésticos ainda são tarefas principalmente das mulheres, conforme disseram 67,6% das entrevistadas, enquanto os homens disseram ter essa obrigação em 47,6% dos casos.

Quase oito em cada dez brasileiras (78%) disseram ser responsáveis pela educação domiciliar, enquanto 56% dos homens responderam o mesmo. Para cuidar da família, quase metade (46%) das mulheres afirmou ter feito mais ajustes à jornada de trabalho do que o parceiro.

Como resultado, 40,4% das brasileiras entrevistadas acreditam que os efeitos da Covid-19, ao invés de melhorar, atrasaram seu crescimento profissional.

Quase metade (48%) das brasileiras no setor (em comparação com 37% dos homens) acredita que um ambiente de trabalho mais igualitário seria melhor para avançar na carreira. Proporção semelhante (48%, contra 30,4% dos homens) pensa que o trabalho de casa é uma forma de alcançar essa igualdade.

A pesquisa foi feita pela Arlington Research a pedido da Kaspersky, e foram ouvidos homens e mulheres que trabalham em tecnologia ou funções de TI. As entrevistas foram realizadas de novembro a dezembro de 2020, com 13 mil respondentes de 19 países, 500 deles do Brasil.

A íntegra do relatório “Mulheres em Tecnologia: Onde estamos? Compreendendo a evolução feminina no setor” está disponível (em inglês) neste link. 

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