Muito além das APIs: um novo caminho para os desafios da integração

O mundo de hoje exige dinamismo e flexibilidade para lidar com as dificuldades e a crescente demanda por integração

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8:08 pm - 26 de novembro de 2020

As integrações sempre foram um desafio na história da TI. Mas, no passado, esse problema era mais localizado; hoje, é uma questão abrangente que atinge todas as empresas. Assim, configuram-se um fator crítico para a transformação bem-sucedida das organizações no contexto que estamos vivendo, marcado pela necessidade de conectar múltiplos pontos de maneira dinâmica e flexível.

Uma arquitetura moderna precisa lidar com esse dinamismo. E essa característica não está presente na abordagem tradicional para APIs que, apesar de ser peça-chave, não consegue, sozinha, acompanhar a velocidade das mudanças na tecnologia.

Vale lembrar um pouco como a gente chegou nessas soluções, que nos auxiliaram bastante ao longo desses anos sem, no entanto, resolver esse problema de forma definitiva. Nós tentamos, por exemplo, abordagens com outros tipos de plataformas de integração – como o Enterprise Service Bus –, que substituíram atividades específicas e agregaram governança ao processo. Mas essas abordagens não conseguiram dar a flexibilidade necessária ao nosso contexto.

API Management não é suficiente

O conceito de API management surgiu para simplificar integrações e libertou as aplicações da arquitetura monolítica, adotando uma linguagem de comunicação entre sistemas. Com ele, as empresas ganharam força em termos de governança e no modelo de segurança, além de uma documentação fácil de consumir.

Não por acaso, a maioria das organizações contam, hoje, com uma estratégia de API management para modernizar a arquitetura de integração dos seus sistemas. Em boa parte das vezes, elas iniciam a implementação dessa estratégia utilizando um gateway de API, o principal meio de segurança que se conecta a ativos internos e provê um padrão comum para que clientes e parceiros acessem dados utilizando APIs.

Como o próprio nome sugere, o gateway de API surgiu para ser o meio entre o mundo externo e o mundo interno; seu propósito fundamental não é criar uma conexão de ponta-a-ponta entre eles.

Alguns gateways de API até foram elaborados para assumir a função de integradores, mas isso está além do escopo da ferramenta. O resultado é que esses componentes de arquitetura receberam uma carga exagerada de responsabilidade no processo e acabaram falhando.

A fina camada externa criada pelo gateway de API não resolve, por si só, o processo de integração de ponta a ponta. É preciso mais. E as empresas precisam estar preparadas para utilizar seus recursos visando, sempre, à necessidade de se adaptar às mudanças de negócios.

O que seria uma estratégia moderna de integração?

Conforme as organizações expandem os seus escopos para novos serviços internos, sistemas externos de nuvem e ecossistemas de parceiros, torna-se obrigatório, antes de mais nada, lidar com o aumento exponencial no volume de pontos de integração e com as barreiras para reconectar serviços.

Essas novas demandas exigem um novo tipo de arquitetura, que precisa lidar com o dinamismo das conexões digitais, reconhecendo que as integrações acontecem em múltiplos lugares interconectados.

Existem soluções já adaptadas a essas arquiteturas modernas. É o caso da Plataforma de Integração Híbrida – também conhecida pela sua sigla em inglês, HIP – que permite aos usuários desenvolver, assegurar e administrar fluxos de integração conectando diversas aplicações, sistemas, serviços e bancos de dados.

Ela também possibilita a rápida criação ou composição de API e o gerenciamento do ciclo de vida para atender às requisições de uma série de casos de uso sobre integração.

Uma HIP moderna oferece uma interface visual e intuitiva baseada em conceitos low-code, que abstraem a complexidade da integração. Ela possui componentes prontos para a utilização, implementando casos de negócio e reduzindo o esforço para completar tarefas.

Esse tipo de plataforma necessita de uma arquitetura moderna para escalar, cobrindo e substituindo os principais recursos dos cenários tradicionais de integração, como Message Queues, Barramento de Serviços, Gerenciamento de Arquivos e outros.

Todos os aspectos de segurança envolvidos no suporte a esses casos de uso dinâmicos têm que ser levados em consideração. A HIP lida com diferentes perfis de usuários, mecanismos de encriptação e uma série de credenciais privilegiadas através de ambientes híbridos.

Além disso, a adoção de novas tecnologias – como Kubernetes, por exemplo – permite que essas plataformas escalem conforme a demanda, ao mesmo tempo em que atingem altos níveis de resiliência.

A HIP, portanto, é uma peça que se encaixa muito bem em um cenário ideal de integração, reduzindo a fricção que ocorre na conexão de qualquer tipo de ativo de TI, legado ou não.

Além de tudo isso, uma plataforma de integração puramente low-code, nativa em nuvem e segura, acaba funcionando como aceleradora, liberando as equipes de desenvolvimento para dedicarem-se ao que é mais importante: as demandas de negócio.

Isso é o que podemos chamar de estratégia eficiente de integração: utilizar todas as ferramentas disponíveis que solucionam nossas necessidades puramente tecnológicas ao mesmo tempo em que permitem o uso mais inteligente dos recursos humanos e financeiros. Com esses instrumentos em mãos, a jornada de integrar ganha velocidade, simplicidade e fluidez.

*Peter Kreslins é CTO e Cofundador da Digibee

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