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Monte um time ou morra tentando

Talvez esse artigo termine parecendo algum tipo de autoajuda. Talvez ele até se pareça, cheire e se alimente daquilo que se alimentam os artigos de autoajuda. Mas, acredite, são apenas alguns devaneios cíclicos de quem se coloca a pensar quando chegam as datas de aniversário.

Em julho, a agência que orgulhosamente ajudei a fundar completou sete anos de vida. Dizem por aí que um ano, para os humanos, é equivalente a sete anos para um cachorro. Para um publicitário, sete anos devem significar duas ou três vidas… Pelo menos!

Tudo é rápido demais, efêmero demais, urgente demais. E, quando acreditamos que nosso negócio é feito de novas tecnologias, percebemos que, na verdade, tudo se resume ao fator humano e coletivo.

Nada é mais importante do que um time. Você, com certeza, já ouviu isso em algum artigo clichê por aí, mas o que talvez ninguém nunca tenha te falado é que nada é mais difícil de montar e manter do que uma equipe. E esse, talvez, seja o grande “X da questão”.

Times são feitos de pessoas e não existe nada mais imperfeito, complexo e tragicomicamente surpreendente do que pessoas. “Quando contratamos alguém, contratamos junto o seu talento, o seu potencial e os seus problemas”. Ouvi essa frase, certa vez, e anotei no meu caderninho. E, se o ser humano é feito de falhas, grandes times, naturalmente, também são.

Falo isso por que aprendi, na prática, que nem sempre um grande time é unido pelas suas qualidades e sonhos, mas sim, por seus defeitos, fracassos e a sua vontade de mostrar ao mundo que “sim, nós podemos!” (No melhor estilo Obama). Acredite: isso também acontece por aqui.

Mais do que afinidades e opiniões sobre a mesma série da Netflix ou sobre o álbum daquela nova banda indie, um time precisa, essencialmente, ter objetivos em comum. Ou, como gostam de chamar os novos gurus, “um propósito”. Tipo aquela coisa que faz você torcer pelo seu time, de um jeito que nem você sabe muito bem explicar o porquê. Algo que vá além do dinheiro, uma espécie de cola invisível que une todos (ou a grande maioria) na mesma direção.

O que a gente não coloca na balança é que todas as pessoas mudam e, se elas mudam, os seus objetivos também. Talvez, por isso, um time nunca esteja pronto. Essa é a grande, triste e mais desafiadora verdade: um time nunca está de fato pronto. Quando as pessoas se acalmam, os desafios mudam. Quando os desafios se acalmam, as pessoas mudam. Assim como uma obra de Gaudí, a construção de um time talvez seja uma obra eternamente inacabada.

Quando me perguntam sobre o que que fizemos nestes sete anos, sempre penso no sonho de moleque de ver um negócio crescer, na estrutura à qual chegamos, nas marcas que confiaram e confiam em nós, nas campanhas que realizamos… Mas quando vou fundo, fundo mesmo, é das pessoas que sempre me lembro e são elas que têm importância de fato. As que deram certo, as que alçaram outros voos, as que estão com a gente até hoje e aquelas que não estavam prontas ainda.

Monte um time, prepare o time, aprenda com o time, ouça o time, viva o time, mude o time, sofra com e pelo time, perca o time, tenha crises existenciais com o time, reinvente o time, acredite no time, seja o time.

Monte um time ou morra tentando.

*Por André Lima, paulista, do interior de São Paulo, escolheu o interior gaúcho para viver e empreender desde os 19 anos. Publicitário, co-fundador e diretor de criação da agência Batuca, é viciado em metáforas com futebol e apaixonado por pão com manteiga na chapa.

**Sobre a Batuca: fazendo barulho desde 2012, a Batuca é uma agência de publicidade inquieta, que acredita que ideias barulhentas podem mudar negócios, vidas e marcas. Com sede em Bento Gonçalves (RS) e operação também em Porto Alegre (RS), a Batuca conta com uma equipe de profissionais de diversas áreas da comunicação e de diferentes regiões do país, prezando pela pluralidade de soluções e pela excelência na entrega de suas peças. A agência é comandada pelos sócios André Lima e Helena Ben. Quem já faz barulho com a Batuca: Bettanin, Croasonho, Grendene, Keep Cooler, OU, Sicredi, Souza Cruz, Volare, entre outros. Em sete anos de história, a Batuca conquistou os prêmios FEPI (Festival Internacional de Publicidade Independente) e Colunistas Sul.

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