Mercado de TI cresce, mas terá déficit de 570 mil profissionais em 2020

Segundo executivo da IDC, "a economia mundial chegará à supremacia digital em 2023"

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6:34 pm - 04 de dezembro de 2019

De acordo com relatório divulgado nesta semana pela IDC, o mercado de TI (hardware, software e serviços) crescerá 1,9% em 2019, acelerando o próximo ano com aumento de 4,8%.

Por outro lado, o setor de telecomunicações deverá encerrar o ano atual com baixa de 3,5%, mas com recuperação de quase dois pontos percentuais em 2020. Os dados foram revelados durante a conferencia IDC FutureScape.

O vice-presidente da IDC Latin America, Ricardo Villate, relata que o maior investimento em TI será em tecnologias denominadas “pilares para a terceira plataforma”, concentrando 58% do total. Isto inclui cloud, big data/analytics, mobilidade e empreendimento social.

Ainda sobre os próximos investimentos, o relatório aponta aumento de 8,5% em projetos, com destaque para os que utilizam soluções em nuvem (24,5%).

“O mundo está se aproximando da supremacia digital”, diz Villate. Ele relaciona que isto acontecerá com a economia digital superando a não-digital. “A economia mundial chegará à supremacia digital em 2023”, afirmou.

Também em 2023, diz o executivo, mais da metade da economia global será digital. Isto acontecerá de forma que os investimentos em tecnologias-chave atinjam os três seguintes pontos:

  • Hipervelocidade: para criar e melhorar serviços e experiências digitais 100 vezes mais rápido;
  • Hiperescala: com aplicações e serviços digitais sendo desenvolvidos e implementados nos próximos quatro anos, além de bilhões de dispositivos de borda (Edge) e milhões de localizações de Edge Computing implantadas;
  • Hiperconectividade: que ampliará o próprio poder inovador, unindo dados de terceiros, criando novas fontes de renda e distribuição de serviços digitais para outras cadeias.

A estimativa é de que o Brasil invista, em 2020, US$ 48 bilhões em TI e US$ 41 bilhões em serviços de telecomunicações.

11 previsões para os próximos 5 anos

Além do grande foco econômico no digital, a IDC ainda destaca dez previsões para os próximos cinco anos para a América Latina. Dentre elas, destacam-se os gastos em transformação digital, gerenciamento de nuvem e empresas produtoras de software.

1. Para 2024: mais de 40% (ante 20%, em 2018) dos gastos em TIC serão para a transformação digital e inovação digital, crescendo 22% anualmente;

A empresa também afirma que, para 2020, haverá um déficit de profissionais de TIC: de 586 mil para 570 mil profissionais.

2. Para 2022: mais da metade das empresas da América Latina terão gerenciamento integrado na nuvem. Isto acontecerá com nuvens públicas e privadas, além da implementação de novas tecnologias, ferramentas e processos de gestão unificados.

3. Em 2023: mais de 30% da nova infraestrutura de TI empresarial da região será Edge, substituindo os datacenters corporativos. Em 2024, a quantidade de aplicações em borda triplicará.

4. Em 2025: cerca de 50% das empresas da região serão produtoras ativas de software. Elas terão mais de 90% das novas aplicações nativas em nuvem, enquanto 65% dos códigos externos terão mais desenvolvedores.

5. Em 2023: mais de 15 milhões de aplicações e serviços digitais nativos da nuvem serão desenvolvidos e implementados. A maioria será voltada para transformação digital em pontos específicos de cada indústria.

6. Em 2025: mais da metade das novas aplicações empresariais terá Inteligência Artificial. Já para 2024, mais de 35% das interações com interface de usuário usará vídeo inteligente, fala, processamento de linguagem natural e realidade virtual/aumentada.

7. Para 2023: entre as 2000 principais empresas da região, 30% vão nomear um Chief Trust Officer. O profissional será responsável por organizar todas as funções de confiança: segurança, finanças, recursos humanos, risco, vendas, produção e jurídico.

8. Em 2023: já 40% das mil maiores empresas terão um ecossistema com milhões de desenvolvedores digitais. Metade delas vai gerar mais de 15% de sua renda digital com o seu ecossistema ou plataforma digital.

Villate reforça que, na economia digital, “cada empresa tem potencial de se tornar uma plataforma, com uma comunidade de desenvolvedores externos ao seu redor para ampliar seu valor”.

9. Em 2025: a IDC estima que um crescimento de cerca de 20% na receita das empresas da região virá de ofertas de “espaços em branco”: o índice compreende serviços digitais de setores diferentes dos delas.

10. Em 2023: segundo a empresa, cinco mega plataformas de nuvem pública vão representar mais de 80% do mercado da região. Já os dez principais provedores de software Pure-Play (focados em um produto ou atividade) deverão gerar quase 20% das receitas com soluções PaaS (plataforma como serviço).

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