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Mercado de investimentos em deep techs no Brasil ainda é inexplorado

Os investimentos em deep techs cresceram quatro vezes de 2016 a 2020, indo de US$ 15 bilhões para US$ 60 bilhões, no mundo, segundo dados da BCG e Hello Tomorrow. A previsão é de que, até 2025, sejam aplicados US$ 200 bilhões em empresas do tipo. No entanto, no Brasil, o setor ainda é iniciante.

As deep techs são iniciativas de inovação com soluções baseadas em conhecimentos científicos que apresentam alta complexidade de desenvolvimento. Elas são apontadas como soluções fundamentais na resolução de problemas, como energias limpas, alimentação e agricultura sustentáveis, cidades inclusivas e eficientes, entre outros.

De olho nesse mercado promissor, a Wylinka, em parceria com o especialista em investimentos Erik Cavalcante, realizaram um estudou para mapear as deep techs e apontar saídas para mobilizar capital e auxiliar negócios de base tecnológica a obterem sucesso no Brasil.

O levantamento “Investindo em Deep Techs – Como mitigar riscos e viabilizar capital para inovações baseadas em ciência”, considerou startups que trabalham com produtos baseados em diferentes áreas. A conclusão do estudo aponta para cinco setores promissores. Os investimentos deverão se concentrar em soluções de saúde inclusiva e bem-estar; economia de baixo carbono e recursos renováveis; alimentação e agricultura; preservação da biodiversidade e cadeias sustentáveis; e educação inovadora.

Erik Cavalcante avalia que as deep techs ainda recebem pouca atenção dos investidores brasileiros, mas, “no mundo, vem ganhando cada vez mais espaço como agentes de transformação social-econômico e ambiental, recebendo capital para o seu desenvolvimento”. Só na Europa, o segmento das deep techs está avaliado em £ 700 bilhões, de acordo com Comissão Europeia, Sifted e Dealroom. O estudo da Wylinka aponta que, em âmbito nacional, essa realidade ainda precisa ser incentivada para que o país aproveite de maneira satisfatória seu potencial de inovação no cenário competitivo mundial.

No Brasil

A pesquisa contou com a contribuição de 21 gestores e investidores de 20 organizações do setor público e privado. Dos investidores participantes, cerca de 90% afirmaram que sua organização investe em ativos de base tecnológica. Deste quantitativo, 36,9% possuem todo o seu portfólio atual composto por este tipo de ativo. Outros 15,8% das instituições contam com metade de ativos de base tecnológica, enquanto aproximadamente 50% das instituições apresentam proporções menores aplicadas no setor.

Os ativos tecnológicos já validados compõem os investimentos da maior parte das organizações (73,7%). Menos da metade das empresas (47,4%) investe em ativos baseados em descobertas científicas tangíveis ou inovações de engenharia significativas em fase de testes de viabilidade técnica em ambiente real, e poucas (21,1%) investem em ativos baseados em descobertas científicas tangíveis ou inovações de engenharia significativas em fase de testes de viabilidade técnica em ambiente acadêmico.

Para a gestora da Wylinka, Maristela Meireles, a dinâmica de desenvolvimento de uma deep tech costuma ser desafiadora em diferentes aspectos. Os empreendedores têm perfil mais técnico, o que torna desafiador agregar visão de mercado viável para aplicação das tecnologias.

“Os empreendedores podem encontrar dificuldade em gerir bem os riscos de viabilização tecnológica e de desenvolvimento do negócio, além da capacidade de acessar capital para os seus empreendimentos”, ressalta. Porém, em sua visão, tais riscos podem ser gerenciados e mitigados, com a atração de líderes experientes para gerir os negócios e o aumento da disponibilidade de capital via aplicação de arquiteturas financeiras adequadas.

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