Mais de 70% das startups no Brasil faturam menos de R$ 50 mil ao ano

Levantamento realizado pela Parallaxis Economia e Ciências de Dados e o escritório jurídico especializado em startups Perrotti e Barrueco Advogados, entre julho e outubro de 2016, com 120 empresas e investidores, sobre o mercado brasileiro de startups revelou que o País conta, hoje, com 81% das das startups já estão formalizadas e 89,5% já desenvolveram seu plano de negócios.

Os números mostram uma grande preocupação na regularização da atividade logo no início da operação, bem como na parte estratégica. Não à toa, 42,1% das startups já estão há mais de dois anos no mercado, tendo portanto sobrevivido a crise que assolou o País.

Das startups no País, revela o estudo, 72% delas faturam, anualmente, menos de R$ 50 mil, enquanto apenas 6% faturam mais de R$ 500 mil ao ano. Assim, para atender ao grande volume de trabalho associado à falta de capital no início das atividades, mais de 70% das startups possuem entre dois e quatro sócios e nem todos chegam a contratar mão de obra externa, 21,6% não possuem nenhum funcionário.

Com o intuito de se tornarem lucrativas, 44,8% buscam ser escalável. Ainda de acordo com o relatório, no modelo de negócio para o usuário final, 73,7% atuam de forma paga, outra forma de ganho das empresas.

Entre os entrevistados, 61,1% acreditam que a importância de uma aceleradora, incubadora e parque tecnológico é irrelevante ou pouco relevante. Pode-se atribuir este dado ao pouco acesso a estas instituições, uma vez que 60,5% se declaram independentes.

Apesar dessas dados, 28,9% das startups estão em parques tecnológicos e 38,8% acreditam que participar de programas de fomento são importante, muito importante ou indispensável. Os programas de aceleração pedem em 51,6% dos casos como contrapartida um percentual de participação, 32,3% pedem uma taxa de locação que pode ser relacionado com as empresas em coworking e outras realizam um trabalho sem contrapartida palpável, ou seja, disponibilizam assessoria gratuita, modelo que tem grande ocorrência entre os parques tecnológicos.

Com relação ao funding, 57,9% das startups pesquisadas responderam que já conseguiram realizar uma primeira rodada de captação para investimentos. Dessas, o maior percentual foi entre R$ 501 mil à R$ 1 milhão com 27% das captações registradas na pesquisa, sendo a principal fonte de captação os investidores anjos com 34% dos entrevistados.

Entretanto, apesar do crescimento de 300% no capital investido em startups entre 2013 e 2016, o número de investidores anjo no país teve um acréscimo pequeno, de apenas 3%. Assim, 42% das empresas pesquisadas ainda não captaram recursos com investidores. Desse universo, 42,5% afirmam precisar de capital entre R$ 500 mil a R$ 1 milhão.

O relatório ainda conclui que o número de startups no mercado brasileiro está crescendo rapidamente. Há algumas iniciativas que tem contribuído para favorecer esse cenário, porém ainda é arriscado afirmar qual será o resultado dessas iniciativas em um período de três a cinco anos. Para consolidar um resultado positivo após esse período, é necessário uma evolução maior do mercado e uma melhora, ou pelo menos estabilidade, no atual cenário econômico nacional. Afinal, um aumento na taxa SELIC, ou alterações no regime tributário ou trabalhista, que não considerarem uma ótica de simplificação de tais processos, podem comprometer um futuro promissor para o mercado de startups no Brasil.

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