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Local de trabalho x ambiente de trabalho: o legado que a Covid-19 deixará nas organizações

As tecnologias foram essenciais para a resiliência das organizações em 2020. Impulsionadas pela pandemia de Covid-19, mesmo as empresas que não estavam prontas para migrarem suas operações para o formato remoto tiveram que se adaptar rapidamente. Ano passado, uma pesquisa da ISG mostrou que o trabalho remoto era uma tendência, entretanto, mesmo os líderes que já almejavam esse modelo de trabalho foram pegos de surpresa com a necessidade emergencial. Um pesquisador da empresa sugere que agora o mercado fale sobre “local de trabalho” e não mais “ambiente de trabalho”, como uma das transformações geradas no trabalho com a pandemia, tema de estudo da ISG que será lançado em novembro.

“No ano passado, quando definimos a lista de pesquisas para 2020, optamos por incluir Digital Workplace por avaliar que a melhoria dos serviços de TI para estações de trabalho e a ‘remotização’ estavam no centro das prioridades de vários CIO’s, mas creio que ninguém podia imaginar que este seria o fator de sobrevivência no ano seguinte. Este estudo nos permite entender melhor as tendências deste mercado e orientar os nossos clientes na melhor relação entre a tecnologia escolhida e seu fornecedor de serviços”, explica Omar Tabach, Sócio Diretor da TGT Consult.

Esse é o terceiro ano em que a pesquisa ISG Provider Lens Digital Workplace of the FutureDigital é feita no Brasil, no entanto, nesta edição terá um peso ainda maior para o mercado de tecnologia, uma vez que apresentará uma análise detalhada dos fornecedores, comportamento de consumo e tendências de mercado. O relatório deve ser divulgado pela TGT Consult no Brasil no início de novembro.

As plataformas mais usadas

Voltar ou não para o formado tradicional e presencial de trabalho? Quais as alternativas que essas tecnologias proporcionam? Quais as soluções adequadas para cada segmento de atuação? E quais lições levar de tudo isso? Essas são algumas perguntas que a pesquisa pretende ajudar os líderes a responderem.

Pedro L. Bicudo Maschio, Autor da pesquisa da ISG, revela que o relatório tem três quadrantes de serviços, consultorias e softwares, nos quais ajuda empresas a redesenharem o ambiente de trabalho, que neste ano passou por uma transformação forçada. “Talvez o certo seja falar sobre local de trabalho e não mais ambiente de trabalho, uma vez que hoje é possível trabalhar em qualquer lugar e essa é uma tendência que não vai mudar, segundo o estudo”, diz Maschio.

O pesquisador adianta que nos quadrantes de consultoria foi possível detectar que a primeira preocupação das empresas e fornecedores foi em identificar tecnologias que auxiliassem a manter a produtividade da força de trabalho, já que houve uma expansão da mobilidade e as ferramentas se tornaram necessárias para a adaptação do trabalho fora do escritório, bem como o suporte a esses colaboradores também teve que ser repensado.

Já nos quadrantes de softwares, o analista antecipa que, apesar da Microsoft estar à frente de todos os demais, o interessante nesse estudo é que, aparentemente, o Google tem mais percepção de mercado no Brasil do que em outros países. Outro destaque são as soluções em Cloud para videoconferências, como o Zoom, por exemplo.

“O Zoom é colocado obviamente nesse quadrante como líder, mas há outras empresas que seguem na disputa. A novidade em relação a esse segmento é o fato de que existem as soluções generalistas, como é o caso da Microsoft Teams e do Google Meet, mas surgem também as soluções mais dedicadas ao uso empresarial, como é o caso do Webex e Zoom. Além de outros softwares especializados em soluções para o setor da educação, medicina, treinamento e até para mega apresentações”, fala.

Pedro explica que é inegável que a dor para todos em 2020 foi a Covid-19, no entanto, para além dos problemas, o relatório pode servir como uma espécie de guia, no qual empresas podem se orientar a respeito de seus parceiros e fornecedores nessa jornada de resoluções e caminhos desconhecidos. Segundo o pesquisador, essa é uma oportunidade de alavancagem dos negócios com o uso dessas tecnologias, tanto para fornecedores, quanto para empresas que as consomem ou podem vir a consumir, a exemplo do setor de saúde.

“As soluções que foram criadas rapidamente para o atendimento remoto do médico podem ser impulsionadas ainda mais com melhorias. São soluções que, mesmo voltando à normalidade, podem ser empregadas para aqueles pacientes que precisam de consultas periódicas, por exemplo. Então há muito o que se alavancar em saúde, bem como em todos os outros trabalhos que tiveram de se adaptar e que também já são remotos por natureza. Há inúmeras coisas que precisam ser impulsionadas e talvez esse exercício forçado pela Covid-19 tenha quebrado barreiras intelectuais”, explica.

Empresas passaram a contratar pessoas remotamente e, supreendentemente, registraram excelente produtividade dentro de um ambiente virtual. Certamente, o processo de recrutamento e gestão de pessoas também terá muito o que se alavancar. Enquanto o setor público continua buscando meios para se aplicar os exames tradicionais dos concursos públicos, profissionais de cidades remotas passaram a ter a oportunidade de entrar em disputas virtuais para bons cargos em empresas privadas.

Eficiência antes da tradição

A palavra que os executivos e fornecedores devem pensar para o amanhã é: eficiência. “É possível alavancar a eficiência que se ganha quando as pessoas trabalham remotamente. Remoto não quer dizer em casa, mas quer dizer que não é preciso concentrar todo mundo em um único escritório grande e caro. Fazer as pessoas irem até um escritório não é eficiente. Então, todos devem pensar em quais são as formas mais eficientes de se fazer um serviço. Quando a gente fala em eficiência, entra custo, porque custo faz parte da eficiência. Tudo isso significa abrir a mente para a verdadeira transformação digital”, ressalta.

No entanto, Bicudo alerta sobre os erros mais comuns causados pela falta de conhecimento em tecnologia. Segundo o analista, o primeiro erro é pensar que “não vai funcionar”. Muitos executivos não acreditavam que os negócios poderiam funcionar em lockdown, porém agora descobriram que é possível e que a economia não parou totalmente.

“A primeira questão é modernizar o pensamento, de poder se criar novas formas de fazer as coisas. Eu acho que esse foi o primeiro erro – o conservadorismo. O segundo é o medo. O risco, a vulnerabilidade e o roubo sempre existiram, eles só mudaram para um ambiente virtual. O terceiro está ligado aos outros dois que é o radicalismo, que é o oposto. Achar que vai ser possível fazer tudo remotamente. Que pode substituir as pessoas por tecnologia, isso também não é real”, conclui.

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