Liderança feminina avança no país, mas a passos lentos

Caminho das mulheres até a liderança é mais desafiador, mas momento atual trouxe lupa gigante sobre os desafios do dia a dia

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11:37 am - 13 de janeiro de 2022
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Elas representam quase metade da força empreendedora do Brasil, com 30 milhões de mulheres no comando do próprio negócio, aponta a Global Entrepreneurship Monitor. É delas também o maior percentual com ensino superior, mas ocupam apenas 37% dos cargos gerenciais do país e ganham, em média, 77% do salário dos homens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No mercado promissor das startups, empresas jovens com base tecnológica, o segmento é majoritariamente dominado por homens. Apesar dos esforços e movimentos para estimular a presença delas no segmento, apenas 15% das startups são comandadas por lideranças femininas, de acordo com o mapeamento realizado pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

A participação delas em cargos de liderança também traz consequência financeira. O Women in the Workplace, estudo realizado pela McKinsey & Company em parceria com a Learnin.org, indica que caso o cenário não mude e nada seja feito o prejuízo ao PIB global será de 1 trilhão de dólares, já a presença das mulheres nos cargos de liderança pode gerar um incremento no PIB global de US$ 13 bilhões.

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Contudo, observa-se um pequeno avanço da presença feminina em setores predominantemente masculino. É o que aponta a pesquisa da plataforma de recursos humanos Revelo, na área de tecnologia elas passaram de 10,9% para 12,2% nos postos de trabalho; já no setor financeiro hoje elas ocupam 48% das posições.

Em outra pesquisa promovida pelo Centro de Implementação de Políticas Públicas para Igualdade e Crescimento (Cippec) com apoio da Salesforce, embora as brasileiras representem 34% dos graduados em ciência e tecnologia, elas ocupam apenas 20% dos empregados especializados do setor.

Representatividade

Por que é tão importante a equidade de gênero nas corporações? Ainda segundo o relatório Women in the Workplace, um terço das mulheres norte-americanas consideram deixar suas posições. Para eles, esse percentual é de apenas um quarto. Como as mulheres em cargos de liderança são minoria, logo o impacto pode ainda ser maior nas carreiras femininas, uma vez que elas são as principais patrocinadoras de novas lideranças femininas, por meio de programas de mentorias e diversidades.

Todas nós de alguma maneira nos inspiramos em outras mulheres, que trazem como características força, independência financeira e realização profissional. Com respeito, assertividade e profissionalismo, é possível se fazer ouvir. Pude perceber que a serenidade, o equilíbrio e a praticidade da mulher podem ser elementos chave para influenciar positivamente qualquer ambiente. Sucesso não tem relação com gênero, mas, sim, com determinação, disciplina e muito foco.

No entanto, o caminho até a liderança demonstra ser mais desafiador para elas, mas o momento atual trouxe uma lupa gigante nos desafios do dia a dia. Logo, as empresas precisam avaliar que nem todo mundo é igual. As companhias têm tomado medidas em relação à equidade de gênero, mas é necessário tratar a causa de forma efetiva e com as práticas no ambiente de trabalho, seja ele remoto ou presencial. Dessa forma, certamente, as instituições constituíram liderança forte e diversa com coragem para decisões difíceis.

Portanto, há muito espaço para nós, mulheres!

* Letícia Moschioni é sócia e diretora de produtos da Mobile2you

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