IT ForOn Breaktous debate impacto da pandemia no mercado de conveniência

Para participantes, o momento de pandemia não só fez com que mais pessoas utilizassem serviços on-line, como tornou esse público mais crítico

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6:32 pm - 23 de abril de 2020
Mesmo após o final do período de quarentena, é inegável que os negócios serão impactados após o uso massivo da internet para obter produtos ou serviços. E como as empresas estão pensando nesse novo cenário? Esse foi o mote que norteou a discussão do IT ForOn Breaktous que aconteceu nessa quinta-feira (23) Viviane Lusvargh (Cidade Matarazzo), Joaldo Diniz (Ser Educacional), Danilo Zimmermann (Cielo), Cristiano Soares (SEAL TELECOM) e João Lima (AGASUS) debateram como o momento atual está influenciando suas operações e o como o cenário atual deve impactar o futuro dos negócios nos quais eles atuam. A conversa foi mediada por Vitor Cavalcanti, sócio-diretor do Grupo IT Mídia. Um ponto importante levantando por Zimmermann e Diniz foi o fato de que, mesmo as empresas nas quais trabalham não oferecem a possibilidade de trabalho remoto, ter se preparado para esse acontecimento do ponto de vista estrutural foi vital para que a transposição de todos os funcionários para o home office ocorresse com o mínimo atrito aos projetos que estavam em andamento. “Há dois anos que o ‘Ser Educacional’ se preocupa em se posicionar como uma empresa de tecnologia que entrega conhecimento. Então, mesmo que a maioria dos alunos matriculados cursem o modo presencial, a empresa veio se preparando para ter essa mudança, o que possibilitou que, em uma semana, 150 mil alunos tivessem acesso às aulas teóricas no mesmo horário que no formato presencial”, enfatizou Diniz. A mudança também não proporcionou grandes mudanças para os demais, já que as operações das empresas nas quais eles trabalham já funcionavam em grande parte na nuvem, mas ajustes tiveram que ser feitos por conta das peculiaridades de algumas funções. “Quem trabalha com AUTOCAD [software usado em arquitetura e engenharia], por exemplo teve que levar equipamento da empresa”, explica Soares “Também levados para as casas de alguns trabalhadores as cadeiras do escritório, para dar mais conforto ao home office”

Novas soluções e mudanças de cultura

Em um momento em que a conveniência ganha força, os executivos foram convidados a compartilhar as ações realizadas dentro de casa para auxiliar clientes. Zimmermann, da Cielo, apresentou o Cielo Superlink, uma solução criada pela empresa para facilitar o pagamento de produtos sem a necessidade de uma carteira de pagamento ou maquininha. “Antes da quarentena, cerca de 3 mil clientes usavam [o Superlink], tinha pouca escala. Mas a gente intensificou os esforços porque vimos que era uma alternativa para o varejista físico que não estava acostumado ou não sabia vender por delivery”, explicou Zimmermann. “Ontem [22 de abril] habilitamos o uso para 300 mil clientes e queremos chegar a 800 mil”. O CIO também explicou que um dos fatores que impulsionou o uso da ferramenta foi uma parceria firmada com a Cielo em conjunto com uma empresa de logística, que faz a distribuição dos produtos comprados via internet. “O produto é uma alternativa para o médio e grande varejista manter a venda, mas é essencial para a sobrevivência do pequeno. As pessoas que venho conversando dizem que conseguem manter 20% da venda em virtude do Super Link”. Já para Diniz, da Ser Educacional, a ação que a companhia está realizando com boa parte dos estudantes está mais relacionada com uma mudança de cultura “O aluno do [formato] presencial não está acostumado a usar a internet para o ensino. Na primeira semana teve uma adesão maior, depois teve uma baixa e só então as pessoas começaram a ver que era possível ter a mesma experiência.

Futuro (da conveniência e dos negócios)

Viviane Lusvargh, do Cidade Matarazzo, explica que um dos pilares do seu projeto está na hiperconveniência. Um comportamento que, segundo ela, foi acelerado por conta do sistema de isolamento social. “Cada vez mais a loja física vai ficar muito focada em experiência, no envolvimento do consumidor, enquanto o on-line suportará a questão de conveniência”. Porém, Lusvargh ressalta que os negócios precisam se preparar para atender os clientes em todos os canais. “Fui comprar algo pela internet e vi que o catálogo estava defasado. Tentei ligar para saber se a loja estava aberta e ninguém me atendeu durante as seis horas que tentei contato. A gente está com uma grande oportunidade de ir para o lado online, mas é importante cuidar do básico.” Soares, da SEAL TELECOM, também percebe uma mudança de comportamento das pessoas, que começam a olhar as soluções de conveniência de forma mais crítica. “Muitos clientes começaram a testar plataformas diferentes, não por causa dos custos ou porque determinado cliente só usa essa solução, mas testando de fato, para ver em qual ele se sente mais confortável e que forneceo melhor serviço.” E sobre negócios do futuro? João Lima, da AGASUS, explicou que a empresa está se preparando para reforçar a operação e também abrir uma nova linha de negócio, que se consistiria na compra de equipamentos antigos e o oferecimento da solução de Hardware as a Service para os possíveis clientes, como forma de fazer com que as empresas parceiras se atualizem no pós-pandemia. E o futuro da área de TI? Apesar do impacto que o setor também sofrerá nessa política de ajuste de preços, Lusvargh acredita que o setor como um todo sairá mais fortalecido desse período de crise. “As áreas de Ti ficarão com uma credibilidade muito maior, a gente fez acontecer muito rápido”, avalia.

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