Inteligência artificial já é adotada por 50% das instituições financeiras
Estudo da Cinnecta indica que 70% investem em IA para modernizar análise de crédito
A inteligência artificial está se consolidando no setor financeiro brasileiro, especialmente para análise e concessão de crédito. Metade (50%) das instituições financeiras pesquisadas durante um estudo da Cinnecta indicaram que utilizam IA de alguma forma em processos de crédito, o que traria, segundo elas, rapidez, personalização e redução de inadimplência.
A outra metade ainda enfrenta desafios para explorar o adotar a tecnologia: 26,7% apontam dificuldades para coletar, integrar e analisar dados, e 23,3% destacam a detecção de fraudes e a gestão de riscos como obstáculos.
O estudo – chamado Evolução da IA no setor financeiro – foi conduzido pela Cinnecta, empresa do grupo Matera. O levantamento foi realizado entre abril e maio de 2024 com participação de 30 executivos de grandes bancos, bancos digitais e cooperativas de crédito.
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No Brasil, a análise de crédito é fortemente baseada em dados de bureaus de crédito, utilizados por 89,7% das instituições, e no Sistema de Informações de Crédito (SCR), citado por 44,8%. No entanto, a integração do Open Banking está crescendo, sendo adotada por 31% das empresas.
Ricardo Ferreira, COO da Cinnecta, diz que o Open Banking representa uma virada de chave no uso de IA. “Essa combinação abre novas oportunidades para uma análise mais detalhada e personalizada do comportamento do cliente. Isso permite (…) produtos de crédito mais adequados à realidade de cada consumidor,” diz.
Entre as instituições que usam IA, o histórico transacional do cliente é levado em consideração em 55,2% das análises, enquanto 17,2% analisam o histórico de comportamento do cliente. Segundo Ferreira, esse é um dos principais trunfos para aumentar a assertividade na concessão de crédito.
Investimentos em IA
O estudo revela que 70% das equipes de crédito classificam como alta a prioridade de implementar tecnologias nos próximos meses. Apenas 3,3% dos executivos indicam que essa não é uma prioridade no curto prazo. “Esse é o grande desafio de agora: como implementar a tecnologia de forma eficiente e em conformidade com a regulação”, diz Ferreira.
O estudo revela que a IA deve continuar dominando as discussões estratégicas do setor. Cerca de 66,7% dos executivos entrevistados apontam a tecnologia como maior preocupação em termos de adaptação tecnológica e operacional.
O estudo demonstra que a IA, embora ainda esteja em processo de amadurecimento em algumas empresas, já não é mais vista como uma tendência, mas sim como ferramenta essencial para o futuro do setor financeiro.
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