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Impactos do lock-in no custo da computação em nuvem

Com o advento da internet e a grande quantidade de aplicações, é muito difícil imaginar que um usuário ou uma empresa não estejam usando serviços de computação em nuvem de alguma forma, mesmo que não tenham completa noção disso. Tal uso pode acontecer não necessariamente através dos provedores de serviços de computação em nuvem, mas sim ao utilizar soluções de empresas de software como serviço (SaaS), como Salesforce, Shopify, Webex, AirBnb e outras.

Os aplicativos que rodam na nuvem se popularizaram por razões estratégicas e o potencial que seu futuro guarda segue a mesma lógica.

Entretanto, apesar dos inúmeros benefícios, é importante levantar uma questão: A barreira de saída elevada associada ao uso de algumas soluções gerenciadas de computação em nuvem e o correspondente impacto no custo da operação de TI. Há muitas décadas a área de TI vivenciou diversos tipos de lock-ins, e sempre foi discutido o impacto financeiro desses acontecimentos.

O lock-in é uma forma simples e eficaz de proteger o fornecedor e fazer valer o seu poder de compra, neste caso, o provedor de serviços em nuvem dele. O bloqueio da tecnologia inverte o processo de aquisição, transferindo as atribuições para o prestador de serviço. O que não é aconselhado, sob o aspecto de TI, é sustentar essa condição no longo prazo, pois impacta a competitividade de um negócio.

Na esteira desse pensamento, existem algumas iniciativas interessantes, como a Cloud Native Computing Foundation, que visam tornar a nuvem nativa universal e sustentável. Trata-se de projetar para a nuvem e ser aberto, capacitando as organizações para criar e executar aplicativos escaláveis em ambientes modernos e dinâmicos, como nuvens públicas, privadas e híbridas, contêineres, malhas de serviço, microsserviços, infraestrutura imutável e APIs declarativas; por exemplo.

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A adoção de um paradigma que promova e sustente um ecossistema de projetos de código aberto e neutros para fornecedores é uma iniciativa a ser considerada. Padrões de última geração podem tornar as inovações mais acessíveis a todos. Sistemas pouco acoplados, mas que são resilientes, gerenciáveis e observáveis, ao serem combinados com uma automação robusta, tornam possível que os engenheiros façam alterações de alto impacto com frequência e previsibilidade de forma menos trabalhosa.

A democratização das iniciativas de nuvem é uma pauta válida para todos que compõem o universo da TI. Contudo, existem muitas medidas a serem implementadas nessa jornada, como executar aplicativos onde e quando fizer sentido, já que eles precisam escalar no local, em um ambiente híbrido, multi nuvem, nuvens públicas e qualquer outro lugar. Também, a arquitetura e o próprio aplicativo devem ser resilientes, gerenciáveis e observáveis. E, por fim, o resultado de tudo o que é projetado deve ser neutro em relação ao fornecedor.

A ideia central não diz respeito ao passado e ao questionamento do por que estamos tão ligados a uma tecnologia e/ou fornecedor, e sim sobre o futuro e como podemos planejar viver em um mundo nativo da nuvem. É possível iniciar uma etapa de abertura, evoluindo do ambiente de desenvolvimento para o Cloud Native? Usaremos soluções e nuvens abertas – não bloqueadas para nenhum serviço gerenciado – para observabilidade? A empresa possui cargas de trabalho que não são dependentes e podem ser executadas em provedores de nuvem IaaS abertos imediatamente? Muitas perguntas podem ser levantadas.

De fato, certo senso de urgência nessas questões é muito importante. Em TI, uma pequena iniciativa, porém bem-sucedida, pode trazer perspectivas positivas para os negócios futuramente. Essa postura ativa pode ser o início da migração para Cloud Native e do processo de recuperar o poder de compra e a competitividade das organizações.

* Claudio Marinho é business development director de cloud para a América Latina da Akamai Technologies

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