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Trabalhadores estão usando IA generativa para lidar com excesso de trabalho

A Microsoft e sua rede social corporativa LinkedIn divulgaram nessa quarta-feira (8) uma nova edição do relatório Índice de Tendências de Trabalho. O estudo indica que os funcionários das corporações estão usando IA generativa de forma massiva, e estão pouco se importando se os gestores e as próprias companhias estão ou não confortáveis com isso.

O índice se baseia em uma pesquisa feita com mais de 31 mil pessoas em 31 países, incluindo o Brasil. Também considera tendências trabalhistas e de contratação no LinkedIn, além de ddos colhidos no Microsoft 365 e pesquisas com clientes da Fortune 500.

Segundo 75% dos trabalhadores intelectuais ouvidos, IA no trabalho já é uma realidade – no Brasil o índice sobe para 83%. A principal razão para isso é, segundo os próprios colaboradores, o ritmo e o volume de trabalho excessivo, e a IA os ajuda a economizar tempo para se dedicar em atividades mais relevantes.

Enquanto isso, para 79% dos líderes globais (e 87% dos brasileiros), a adoção de IA é importante para manter a competitividade, mas 59% se preocupam em quantificar esses ganhos. Além disso, 60% dizem que as empresas carecem de visão e plano de implementação da tecnologia. No Brasil esta afirmação se aplica a 51%.

A pressão por mostrar ROI está deixando os líderes reticentes, diz o estudo. A consequência é que os funcionários estão tomando as próprias iniciativas para o uso de IA. No Brasil 74% dos usuários de IA afirmam que trazem as próprias ferramentas para o trabalho, contra 78% da média global.

O relatório chama isso de “Traga sua Própria IA para o Trabalho” (do inglês “bring your own AI”, ou BYOAI). Para a Microsoft, isso faz com que as empresas percam os benefícios de um uso mais estratégico de IA, colocando inclusive dados em risco.

Oportunidades de crescimento

Segundo o estudo, os trabalhadores enxergam a IA como oportunidades de crescimento na carreira. Embora a relação entre o uso de IA e a redução de emprego seja um tema mais comumente discutido, funcionários buscando mudanças e oportunidades na carreira veem a IA como recurso.

Junta-se isso ao fato de que a maioria dos líderes do globais (55%) estão preocupados em ter talentos suficientes para ocupar posições em cibersegurança, engenharia e design criativo. E os profissionais estão procurando: 46% das pessoas no mundo estão considerando se demitir no próximo ano.

Leia também: Número de mulheres gestoras de TI caiu no Brasil desde 2015

Um estudo paralelo do LinkedIn mostra que nos EUA esse número pode ser até maior, com 85% dos entrevistados desejando mudar de carreira. Enquanto dois terços dos líderes (66%) globais e 58% no Brasil não contratariam alguém sem habilidades de IA, apenas 39% dos usuários receberam treinamento de IA dos empregadores e 25% das empresas esperam oferecer algum este ano.

Os profissionais estão então se aprimorando por conta própria. No final do ano passado, houve aumento de 142 vezes no número de membros do LinkedIn adicionando habilidades de IA como Copilot e ChatGPT aos perfis, e um acréscimo de 160% no número de profissionais não técnicos que usam cursos do LinkedIn Learning para desenvolver aptidões em IA.

Outra tendência observada é que menções à IA nas postagens de emprego do LinkedIn geram um aumento de 17% no crescimento das aplicações, atraindo mais talentos.

Experts em IA

O estudo da Microsoft e do LinkedIn classifica os usuários de IA em quatro tipos: dos céticos, que raramente usam a IA, até usuários avançados (ou experts), que a utilizam extensivamente. Os mais avançados reorientam dias de trabalho reimaginando processos de negócios e economizando mais de 30 minutos por dia.

Mais de 90% dos experts em IA dizem que estão conseguindo gerenciar melhor a carga de trabalho, mas não estão fazendo isso por conta própria. Eles são 61% mais propensos a ouvir de um CEO sobre a importância de usar IA generativa no trabalho – no Brasil essa porcentagem é superior a 75% -. E 53% também são mais propensos a receber incentivo da liderança.

“A IA está redefinindo o trabalho e está claro que precisamos de novos manuais”, diz em comunicado Ryan Roslansky, CEO do LinkedIn.

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