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IA generativa deve mudar as regras do jogo no setor financeiro

A Inteligência Artificial (IA) no setor financeiro não é uma novidade, mas a forma como está sendo implementada tem passado por uma transformação significativa. Anteriormente, os projetos de IA nos bancos estavam confinados a nichos específicos, como a análise de crédito. “O que mudou é que os projetos de IA nos bancos estavam em áreas específicas e eram apenas um nicho, como análise de crédito”, explica Marcel Saraiva, gerente de vendas da divisão Enterprise da Nvidia no Brasil.

Em conversa com o IT Forum, durante o Febraban Tech 2024, o executivo explicou que a jornada de trabalho para esses projetos era longa e complicada, envolvendo a preparação dos dados, a colocação desses dados em locais adequados, a disponibilidade de pessoal qualificado, e a operação dos sistemas, resultando em impactos limitados a áreas específicas. “Era trabalhoso, custava caro e o impacto não era grande; era um impacto na área”, comenta Saraiva.

Com o advento da IA generativa, muitas dessas barreiras foram eliminadas. Projetos que anteriormente levavam meses para serem concluídos agora são finalizados em semanas. “Com a IA generativa, eliminamos barreiras. Projetos que consumiam meses agora são concluídos em semanas. A aplicação da IA está se expandindo de áreas isoladas para todas as esferas do banco, incluindo marketing e departamento de aquisições, trazendo uma inteligência que beneficia diretamente os usuários. Os clientes agora percebem o valor da IA aplicada aos negócios, aproveitando os benefícios do uso dessa tecnologia”, diz.

Leia mais: Febraban 2024: bancos avançam em IA e práticas sustentáveis

No entanto, o setor financeiro enfrenta um desafio particular no quesito IA. Apesar de ser um dos mercados mais avançados do mundo, os investimentos na tecnologia têm sido tímidos e os movimentos, controlados. “O mercado financeiro é um dos mais avançados do mundo. Deveria ser uma vantagem competitiva dos bancos trazer inovação para IA, mas na prática, vemos investimentos tímidos e movimentos controlados. As tendências da IA generativa devem mudar isso”, avalia Saraiva.

Com tantas oportunidades disponíveis, os bancos precisam reavaliar suas estratégias internas para identificar quais projetos de IA solucionarão problemas de forma eficaz, defende o executivo. “Para isso, é essencial fazer uma análise cuidadosa para escolher os projetos que terão o maior impacto e benefício.”

Segundo ele, agora é necessário que eles se voltam para dentro de casa e decidam quais vão ser os projetos das soluções dos problemas, fazer essa análise para saber por onde começar. “O desafio da gestão é escolher os projetos corretos, com maior impacto e maior benefício”, destaca Saraiva.

Um exemplo prático é o uso de IA em autoatendimento e call centers. Anteriormente, transformar áudio em texto e fazer perguntas a partir desses dados era caro e demorado. Hoje, a transcrição de áudio para texto e o treinamento de modelos de linguagem são feitos em questão de segundos. “Transformar áudio em texto e treinar e retreinar o modelo de linguagem, quantos mencionarem desistência, em questão de segundos temos a resposta”, exemplifica Saraiva.

As empresas estão começando a validar modelos de IA, assegurando que funcionem de forma segura e sob controle rigoroso. “Começamos a ver empresas validando, vendo que modelos funcionam e buscando de forma segura, do ponto de vista de controle. Precisa ter controle para que as tomadas de decisão sejam resguardadas”, enfatiza Saraiva.

A Nvidia, por exemplo, ao trabalhar em uma vertical específica, faz parte de um ecossistema que facilita essa jornada para os clientes. A presença em todas as etapas, desde o hardware até o software, permite uma customização de projetos, mesmo que os investimentos não sejam baratos.

“Quando trabalhamos em uma vertical assim, fazemos parte de um ecossistema. Conseguimos navegar por um caminho e ajudar o cliente nessa jornada com nosso ecossistema. Essa capacidade de estarmos em todos os lugares com todos os parceiros facilita o trabalho”, explica.

Papel dos integradores na IA generativa

O papel das integradoras, que transformam problemas dos clientes em soluções tecnológicas, é crucial nesse contexto. Elas necessitam de muita integração para costurar tudo, criando oportunidades para todos. “As integradoras precisam transformar o problema do cliente em solução tecnológica”, comenta Saraiva.

Essa abordagem integrada permite que os bancos e outras instituições financeiras aproveitem plenamente o potencial da IA, transformando desafios em oportunidades e trazendo benefícios tangíveis para seus clientes e para o mercado como um todo.

“Nossa atuação vai muito além de chip, é hardware, software etc. Temos capilaridade com o ecossistema, desde a ponta do software até o hardware. Isso permite a customização de projetos, normalmente não é um investimento barato. Como fazemos isso globalmente em uma plataforma única simplificada, podemos explorar casos de sucesso e insucesso e trazer os aprendizados para a mesa. Vem um cliente e olhamos o ecossistema e falamos: esse integrador é especialista nesse problema”, conclui Saraiva.

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