Governo definiu que 5G e parabólicas terão que conviver no mesmo sinal

Decisão, que deverá ser anunciada em portaria até o final de janeiro, vai ao encontro do desejo das operadoras de telecomunicações

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11:43 am - 30 de dezembro de 2019

Enquanto todo o processo de abertura do edital e leilão das frequências do 5G deve ser levado até 2021, outras questões relacionadas a esta tecnologia devem ser resolvidas primeiramente. Entre elas, está a definição sobre a convivência da nova tecnologia com o sinal de antenas parabólicas. 

Uma das principais discussões realizadas em 2019 estava relacionada à faixa de 3,5 gigahertz (GHz), utilizada hoje para transmitir o sinal de satélite de TV aberta pela banda C, mas que está inclusa entre as frequências que suportarão a nova conexão. 

Enquanto uma parcela dos envolvidos avaliava que ambas as tecnologias poderiam coexistir dentro do mesmo sinal, outra parcela votava para a realocação do sinal dos canais de TV para a banda Ku, o que implicaria em custos para organizar essa nova infraestrutura. 

Pelo visto, o impasse está perto do fim: o jornal Valor Econômico informou que a decisão inicial do governo é pela convivência entre as duas tecnologias dentro do mesmo sinal. O documento que oficializa essa definição está em consultoria jurídica para depois ser apresentado ao ministro Marcos Pontes. A portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) que apresenta essa resolução deve ser divulgada até o final de janeiro de 2020. 

Histórico 

Durante a maior parte do ano, o governo e as radiodifusoras se inclinavam para a opção que redirecionava os sinais da TV para a banda Ku, porque seus estudos prévios apontavam interferência entre as duas tecnologias. Porém, um estudo apresentado em novembro pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) encontrou uma solução para o problema.  

De acordo coma análise, encomendada pelo SindiTelebrasil, a utilização de versões mais avançadas de equipamentos que captam sinais de TV transmitidos por satélite (conhecidos como LNBF) conseguem acomodar as duas tecnologias na mesma frequência.

De acordo com informações do Valor, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estava esperando esse direcionamento para seguir com detalhes do edital, e que só poderá escolher outras alternativas caso prove, em suas análises, que a convivência entre os sinais seja inviável. 

Segundo dados publicados pelo SindiTelebrasil na divulgação do estudo, a utilização das duas tecnologias sob a mesma frequência é significativamente mais barata para as operadoras, que arcarão com os custos de implementação da infraestrutura. Enquanto a instalação do aparelho em residências é um processo que gastaria entre R$ 600 milhões e R$ 800 milhões, toda a migração de bandas custaria cerca de R$ 9 bilhões. 

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