Google expande iniciativas de capacitação inclusiva no Brasil
Jovens, mulheres, negros, pessoas trans e com deficiência visual são alvos de iniciativas. Meta é distribuir 500 mil bolsas até 2026
Com foco em diversidade e inclusão social, o Google anunciou no Brasil, na semana passada, uma série de iniciativas de treinamento e desenvolvimento de jovens, mulheres e pessoas com deficiência visual. Até 2026, serão 500 mil bolsas de estudo para a formação em suporte de TI, análise de dados, gestão de projetos e UX design, segundo a empresa.
Na primeira fase serão 30 mil bolsas distribuídas a jovens da rede do Centro de Integração Empresa-Escola, o CIEE, sendo duas mil para pessoas transgêneras. Os cursos criados pelo Google ficarão hospedados na plataforma da Coursera.
Outra parte das bolsas tem como objetivo diminuir a desigualdade de gênero. Desde 2019 o Google trabalha com o Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) por meio de programas de treinamento e capacitação. O Google anunciou a doação de R$ 10 milhões ao IRME para que mais 200 mil mulheres sejam capacitadas.
A big tech também anunciou a expansão do projeto em parceria com a Fundação Dorina Nowill, organização que trabalha com a inclusão social de pessoas com deficiência visual. A ação deve ampliar o uso de ferramentas acessíveis, principalmente nos estados do Piauí, Goiás e Tocantins.
Serão doados mil smartphones com conectividade por dois anos, além da realização de um workshop focado em mulheres com deficiência visual. O objetivo é desenvolver habilidades digitais e prepará-las para carreiras profissionais e acadêmicas.
Formação em nuvem
Já o Google Cloud, divisão de computação em nuvem da empresa, anunciou uma versão reformulada do Capacita+, hub de aprendizado online. Agora haverá trilhas voltadas para conhecimentos em cloud computing, além das já disponíveis, que incluem treinamentos em habilidades básicas de TI e dados.
Os estudantes terão acesso a 24 laboratórios online gratuitos de soluções do Google Cloud, incluindo BigQuery, Dataflow, Google Kubernetes Engine, entre outras. Os alunos terão 30 dias para concluir os conteúdos e receberão selos de reconhecimento da empresa (chamados de digital skill badge), além de um mês de acesso gratuito à plataforma Cloud Skill Boost, mais avançada.
“A gente acredita que além do nosso compromisso de fechar o gap de mão de obra, podemos aumentar o conhecimento e a empregabilidade dos brasileiros”, disse Marco Bravo, líder do Google Cloud no Brasil.
O Google enumera atualmente parcerias com 130 universidades no País. O objetivo da divisão de nuvem é incluir conteúdos sobre tecnologia e computação em nuvem no currículo dos estudantes recém-formados.
Mais detalhes sobre a iniciativa podem ser vistas no site.
Desenvolvedores negros
Já o Google for Startups Brasil – iniciativa de encubação e capacitação de empreendedores – anunciou a criação de um programa que oferece ajuda de custo para pessoas negras interessadas em desenvolvimento de software. Trata-se de uma parceria com o Instituto Vamo que Vamo – que fará a seleção dos interessados – e com a escola de tecnologia Trybe.
O programa quer em um ano formar 200 desenvolvedores negros de baixa renda e ajudá-los a darem os primeiros passos em carreiras em tecnologia. Também para suprir a falta de profissionais de tecnologia no mercado, oferecendo oportunidades específicas para pessoas negras.
“Nosso objetivo é que estas pessoas consigam emprego ainda mais rápido e com remuneração acima da média, para assim transformar suas vidas e as de suas famílias”, explicou André Barrence, diretor do Google for Startups para a América Latina.
Os estudantes selecionados para o curso receberão ajuda de custo por um ano para que tenham renda durante a formação. Além de habilidades técnicas de programação, os selecionados também contarão com apoio psicológico e preparação específica para participação em processos seletivos, além de treinamento em tecnologias e produtos do próprio Google.
Ao fim do curso, os profissionais serão conectados à rede de mais de 300 startups que já passaram por programas de aceleração do Google for Startups. Atualmente, diz a empresa, há pelo menos 500 posições de trabalho relacionadas à tecnologia abertas nas empresas da rede.
Maiores informações podem ser obtidas no site da iniciativa.