Gigantes brasileiras em expansão digital impõem desafios aos CIOs

Grandes empresas brasileiras precisam lidar com série de tendências tecnológicas e, ao mesmo tempo, tornar TI acessível e segura

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4:35 pm - 04 de julho de 2022
executiva, monitores, trabalho, mulher Foto: Shutterstock

A maior empresa do Brasil em 2021 foi a mineradora Vale, com valor de mercado de 546,4 bilhões de reais. Em número de colaboradores, a líder foi o Itaú Unibanco, com mais de 100 mil profissionais. Os dois gigantes fazem parte de um grupo de 35.838 corporações (dado de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE). Segundo o modelo do IBGE, uma grande organização conta com mais de 500 colaboradores e, em geral, está espalhada geograficamente.

Para garantir seu futuro, boa parte das 35.838 corporações brasileiras está digitalizando processos de forma acelerada. Com isso, a complexidade dos negócios só aumenta. Se durante muito tempo TI dizia respeito principalmente a escritórios informatizados, hoje o quadro é outro. No centro de tudo está a nuvem (privada, pública, híbrida).

Ambientes digitais remotos como o home office dividem espaço com plantas de automação industrial (OT, Operation Tecnology), além de uma miríade de novas aplicações de negócios que exploram ao máximo os recursos da IoT (Internet of Things). A chegada da rede 5G – a nuvem das nuvens – neste ano multiplica ainda mais o número de dispositivos digitais nas corporações.

Segundo a Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações, no 4G a cobertura é de 10 mil aparelhos por quilômetro, enquanto no 5G a rede de cobertura pode ser de até 1 milhão de aparelhos por quilômetro. Boa parte desses novos dispositivos estarão integrados às redes cada vez mais heterogêneas e distribuídas das maiores empresas brasileiras.

Para 74% dos CIOs norte-americanos, esse quadro traz dificuldades

Pesquisa realizada em outubro de 2021 pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) com 417 líderes de TI de grandes empresas norte-americanas revelou que 74% disseram que é cada vez mais difícil monitorar seus ambientes de modo a garantir a performance dos sistemas e dos negócios. Além da altíssima diversidade de aplicações e dispositivos, outro fator aumenta a preocupação dos CIOs com essas questões: o grande número de plataformas de monitoração com que trabalham. 54% desse grupo utiliza até 10 soluções diferentes. Outros 14% empregam mais de 50 plataformas de monitoramento.

A razão para esses números é clara: é comum que cada vendor de dispositivos ou aplicações entregue, também, um software de gerenciamento desse ativo. Com isso, soluções com protocolos e interfaces muito específicos atuam lado a lado, muitas vezes realizando tarefas repetitivas. Isso sobrecarrega os enxutos times de TI e reduz a consistência da gestão dos ambientes digitais das grandes empresas.

O outro lado dessa situação é que seguem existindo ambientes de TI que não são monitorados por nenhuma solução.

É o que revela o estudo realizado pela Centreon com 600 CIOs europeus, em setembro de 2020. Esses líderes disseram que 39% de seu ambiente digital – ICT Security, OT e IoT – não é monitorado por nenhuma plataforma. Vale ressaltar que as empresas pesquisadas também contam com várias plataformas de gerenciamento – 14, em média. Entre os entrevistados, 33% afirmaram que enfrentam um alto número de incidentes por causa da falta de integração entre as diversas soluções utilizadas em suas empresas.

Tempestade de incidentes prejudica o crescimento dos negócios digitais

Aumenta a possibilidade de ocorrer uma tempestade de incidentes, causando uma forte demanda sobre o time do ServiceDesk e, por consequência, a disrupção dos negócios. A gestão de serviços de TI está no coração da gestão de TI em geral, e é cada vez mais crítica para entregar a melhor UX (User Experience) para usuários internos (colaboradores) e externos (clientes e parceiros).

Estudo realizado pela consultoria PagerDuty em janeiro de 2022 indica que 34,4% das empresas norte-americanas levam mais de 30 minutos para resolver um incidente reportado por um usuário. A ausência de plataformas de monitoramento de TI capazes de oferecer uma visão preditiva sobre os serviços de TI pode contribuir para esse atraso.

Uma forma de evitar essa situação é contar com uma solução de monitoramento de serviços de TI que, primeiramente, defina os Service Level Objectives (SLO) que garantam a continuidade dos processos de negócios. Baseada nessas métricas, a solução calcula o Service Level Agreement (SLA) de performance e disponibilidade do recurso digital necessário para suportar o SLO. No caso de o SLA não ser atingido, a plataforma envia alertas sobre essa violação das melhores práticas de TI. O gestor de TI não só não é pego de surpresa por um mar de incidentes gerados por essa falha como consegue atuar de forma proativa, de modo a evitar o caos.

Visão preditiva da TI protege a organização  

A visão preditiva tanto sobre serviços de TI como sobre todos os outros elementos de TI – dispositivos, aplicações, redes – é algo que pode ser obtido a partir da utilização de uma plataforma multiprotocolo de monitoramento. A partir de um single glass panel, é possível ver o todo (componentes digitais e serviços de TI) e, quando necessário, descer ao detalhe do detalhe dos heterogêneos e distribuídos ambientes digitais das grandes empresas brasileiras. Para reduzir a latência, uma boa estratégia é contar com plataformas de monitoramento que, apesar de atuar como uma única solução, podem ser instaladas de forma horizontal em diversos servidores ao longo de toda a topologia da rede.

Na economia digital brasileira, a TI é continuamente cobrada pelos líderes de negócios. É essencial que o CIO conte com soluções de monitoramento que possam antecipar desafios e entregar respostas antes da crise acontecer.

* Luis Arís é gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler LATAM

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