Falta de talentos com habilidades digitais pode acentuar crise da covid-19

Líderes de RH devem buscar talentos com habilidades em tecnologia, uma vez que essa competência extrapola a todas as áreas do negócio

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3:12 pm - 07 de julho de 2020

À medida que a resposta da Covid-19 acelera a velocidade e a escala da transformação digital, a falta de habilidades em tecnologia pode comprometer as empresas com planos de talentos desalinhados. De acordo com a análise de Scott Engler, Vice-presidente, Consultor de CFO/CHRO e evangelista do Gartner TalentNeuron, agora as empresas precisam avançar sob uma nova realidade: as habilidades tecnológicas não são mais altamente centradas na TI; elas precisam ser sobressaltar entre as funções e negócios organizacionais e combinados com habilidades sociais para alcançar o sucesso da transformação.

Essa escala criada pela pandemia para a transformação digital criou pressão sobre os líderes de RH para trabalharem com seus CEOs, CFOs e CIOs para repensar as necessidades de habilidades, à medida que os modelos de negócios mudam à velocidade da luz. Porém, Engler ressalta a dificuldade das empresas em conseguir identificar e adquirir as habilidades digitais de que suas organizações precisam.

Os dados do Gartner TalentNeuron mostram que líderes do setor de tecnologia como Facebook, Apple, Amazon, Google e Microsoft buscam um conjunto de habilidades digitais para quase todos os papéis desempenhados na organização.

No entanto, de acordo com o Gartner, a maioria das empresas está adotando “dados cegos” no que diz respeito às habilidades necessárias para a transformação e à oferta, demanda, disponibilidade e localização dessas habilidades. Em uma pesquisa da TalentNeuron, 53% dos entrevistados disseram que a incapacidade de identificar as habilidades necessárias era o impedimento número um da transformação da força de trabalho; 31% relataram que não têm como identificar as principais habilidades de mercado.

Cinco anos em três meses

A resposta à pandemia acelerou a adoção digital em cinco anos. Um resultado dessa “digitalização em escala e velocidade” são grandes mudanças de habilidades, segundo Engler. Mais de 58% das forças de trabalho relatam transformações de habilidades desde o início da pandemia.

Para ele, falta a esses líderes uma compreensão crítica de como o impacto digital afeta os negócios e como planejar e implantar efetivamente as habilidades críticas necessárias para alimentar o modelo de negócios reinventado.

O executivo diz que a pandemia confirmou que as formas legadas de trabalhar estão desatualizadas. Os recursos de talentos estão cada vez mais desalinhados com os processos de trabalho e as estruturas organizacionais. E a abordagem tradicional de alocar talentos – usando revisões e ajustes episódicos – simplesmente não é ágil o suficiente para as condições de rápida mudança de hoje, fala.

Engler acrescenta ainda que o planejamento de talentos precisa aproximar os recursos do usuário final, de forma que os funcionários possam atender às necessidades em constante mudança, isso também impede que recursos fiquem presos em projetos menos produtivos.

Para que os líderes de RH antecipem e planejem esses tipos de mudanças nas necessidades de habilidades e no design organizacional e de fluxo de trabalho, eles terão que evoluir muito além dos executores do plano de talentos (o último a saber, o primeiro a ser responsabilizado). Em vez disso, eles devem ser agentes de mudança digital, conduzindo de maneira proativa a estratégia de talentos em conjunto com seus parceiros de nível executivo, recomenda Engler.

 

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