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Relatório aponta falhas na transparência de anúncios das gigantes da tecnologia

Ao analisar as bibliotecas de anúncio de grandes empresas de tecnologia, incluindo do comércio eletrônico, pesquisadores identificaram que muitas delas estão falhando em fornecer ferramentas eficazes de transparência. Com isso, as plataformas dificultam a fiscalização e a análise dos tipos de mensagens pagas direcionadas, sobretudo, a jovens em diferentes plataformas. Nenhuma empresa analisada recebeu avaliação positiva, sendo a AliExpress e o X as que receberam classificações mais baixas.

De acordo com o relatório produzido por uma equipe de pesquisadores independentes, liderados pela Mozilla em colaboração com a CheckFirst, empresa de pesquisa de desinformação sediada na Finlândia, a falta de transparência apresenta desafios para os pesquisadores independentes, que lutam para produzir insights baseados em dados sobre o impacto das práticas das big techs. Essa lacuna também levanta preocupações sobre a capacidade de responsabilizar essas empresas por suas estratégias de negócios, especialmente no que diz respeito à influência dos anúncios na saúde mental dos usuários, entre outros aspectos.

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Durante os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, os pesquisadores conduziram testes independentes em bibliotecas de anúncios de diversas plataformas. As plataformas avaliadas incluíram AliExpress, Google (Busca e YouTube), Apple App Store, Bing, Booking.com, LinkedIn, Meta (Facebook e Instagram), Pinterest, Snapchat, TikTok, X e Zalando. Esses testes visaram analisar questões essenciais como funcionalidade e confiabilidade das ferramentas de transparência de anúncios oferecidas por essas plataformas.

A Amazon não forneceu a biblioteca de anúncio aos pesquisadores.

“Encontramos uma grande variação entre as plataformas, mas uma coisa é verdadeira em todas elas: nenhuma é um repositório de anúncios totalmente funcional e nenhuma fornecerá aos pesquisadores e grupos da sociedade civil as ferramentas e dados necessários para monitorar efetivamente o impacto dos VLOs [plataformas online muito grandes e mecanismos de pesquisa] nas próximas eleições da Europa”, escreveram os autores do relatório.

Apesar do potencial das ferramentas de transparência de anúncios para permitir que pesquisadores externos investiguem as mensagens pagas direcionadas aos jovens em diversas plataformas, as gigantes da adtech não estão facilitando essa pesquisa. No entanto, os autores do relatório reconhecem que o fato de 11 das maiores empresas de tecnologia do mundo fornecerem repositórios de anúncios, em grande parte devido às regulamentações da UE, representa um avanço básico.

O relatório sugere que algumas empresas podem estar apenas cumprindo o mínimo necessário para atender às regulamentações, em vez de priorizar genuinamente a transparência e a conformidade, um fenômeno conhecido como “teatro de conformidade”. Afinal, uma das disposições do Digital Services Act (DSA) pan-europeu é a imposição de multas significativas para empresas que não cumprem suas obrigações de conformidade. Essas multas podem chegar a até 6% do faturamento anual global da empresa.

Cerca de uma dúzia de gigantes da tecnologia enfrentam o mais alto nível de regulamentação do DSA, incluindo a obrigação de publicar uma biblioteca de anúncios.

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“Nós examinamos fatores como a profundidade das informações fornecidas sobre o anúncio e seu anunciante, os critérios de segmentação empregados e o alcance do anúncio. Além disso, avaliamos a completude do repositório de anúncios, a disponibilidade de dados históricos e a acessibilidade, consistência e documentação das ferramentas fornecidas”, escreveram os pesquisadores.

Nenhuma plataforma recebeu uma avaliação positiva de “pronta para ação” da Mozilla e da CheckFirst. A Meta é considerada mais madura em termos de biblioteca de anúncios, mas ainda tem grandes lacunas de dados e funcionalidades, assim como Apple, LinkedIn e TikTok, segundo o relatório. Google, Booking.com e Pinterest estão entre os piores em termos de esforço mínimo. AliExpress e X foram classificados como os piores, seguidos por Bing, Snapchat e Zalando.

Diante dessas descobertas, os pesquisadores destacam a necessidade de melhorias nas ferramentas de transparência de anúncios, bem como uma maior supervisão e aplicação das regulamentações por parte das autoridades. O relatório destaca ainda a necessidade urgente de medidas concretas para garantir que as gigantes da tecnologia sejam responsabilizadas por suas práticas e que os usuários tenham acesso transparente às informações sobre os anúncios veiculados em suas plataformas.

“Nós sentimos que existem lacunas significativas entre o espírito da regulamentação da UE e esses repositórios na prática, que deveriam ‘facilitar a supervisão e a pesquisa sobre riscos emergentes trazidos pela distribuição de publicidade on-line'”, concluem os autores do relatório.

*Com informações do TechCrunch

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