Estratégias de dados e IA dominam discussões no Febraban Tech 2024
A importância da qualidade dos dados, governança e cultura organizacional na adoção de IA foi destaque em painel
No Febraban Tech 2024, a transformação digital e a inovação foram os temas centrais do painel sobre estratégias de dados e inteligência artificial (IA). André Mattos, CDO do Banco BMG, Fred Martineau, CTO da Act Digital, Mariana Assumpção, coordenadora de Open Finance do Banco BV, Rafael Fernandes, superintendente de TI do Bradesco, com a mediação de Déborah Oliveira, diretora de conteúdo do IT Forum, compartilharam suas visões e experiências sobre como impulsionar a competitividade em um mercado em constante evolução.
A discussão começou com o questionamento: quais são os ingredientes de uma estratégia bem-sucedida de IA? Como resposta, Fernandes destacou a importância de ter as pessoas certas, capacitá-las, alinhando a uma governança sólida. Ele enfatizou que “a tecnologia sozinha não é suficiente, por isso é fundamental ter um time de negócios bem amparado e capacitado”.
Leia também: Crescimento da IA generativa gera implicações ambientais
Estrutura e governança de dados
André Mattos reforçou a visão de Fernandes, complementando que “não existe IA sem uma estrutura de dados robusta”. Ele argumentou que o sucesso de uma estratégia de IA está em “estar alinhado com a necessidade do negócio” e que a qualidade e a governança são fatores cruciais para garantir a ética e a responsabilidade no uso dos dados. “Você precisa ter qualidade nesses dados”, afirmou André, acrescentando que “processos que limpem, normalizem e enriqueçam os dados” são essenciais.
Nessa esteira de uma boa estrutura de dados, Mariana Assumpção enfatizou a importância de uma plataforma com um ambiente escalável e governado. “É crucial que o acesso aos dados seja fácil para os analistas”, afirma.
Fred Martineau, da act digital, acrescentou que além do fácil acesso, a liderança executiva tem um papel fundamental na promoção de uma cultura orientada a isso. “A liderança deve mostrar o exemplo e investir em tecnologia e capacitação, quebrando silos entre departamentos e democratizando o acesso aos dados”, explicou Martineau.
Ética e cases de uso de IA
Rafael Fernandes, ao ser questionado sobre como equilibrar a organização dos dados com a privacidade e a ética, afirmou que a responsabilidade pelo comportamento da IA é deles. Ele explicou que, no Bradesco, a IA passa por rigorosos testes para evitar interações inadequadas, e a segurança e privacidade são prioridades. “Precisamos garantir que a IA não deixe brechas para acessos mal-intencionados”, enfatizou.
Com o debate sobre a ética e segurança em todos os processos, Fernandes compartilhou os avanços do Bradesco com a BIA, a inteligência artificial do banco. “A BIA começou em 2015 e recentemente estamos aprimorando suas capacidades com IA generativa”, disse o executivo. Agora, a BIA é utilizada como copiloto no atendimento aos clientes e está disponível no aplicativo do banco para um público restrito. “Além disso, a BIA está auxiliando nossas equipes de desenvolvimento, sugerindo códigos e testes”, acrescentou.
No Banco BV, Mariana Assumpção mencionou que a IA generativa está sendo aplicada em diversos processos, incluindo na criação de peças de marketing e na personalização do relacionamento com os clientes. “Estamos utilizando a IA generativa para personalizar a comunicação com nossos clientes”, afirmou. Ela destacou a eficiência dessa abordagem, que resultou em uma economia de 80% no tempo de criação das peças.
André Mattos concluiu a discussão abordando os desafios de acelerar a adoção da IA generativa no Banco BMG. “Estamos focados em implementar uma estratégia que atenda às necessidades do negócio”, disse ele. André ressaltou a importância de resolver problemas reais do dia a dia para garantir que a estratégia de IA seja eficaz e alinhada com os objetivos da empresa.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!