Espanhola Belvo recebe aporte de R$225 mi e mira open banking no Brasil
Investimento será utilizado pela fintech para impulsionar expansão de plataforma de APIs para open banking na América Latina
A Belvo, a plataforma espanhola de APIs para open banking, recebeu um aporte de R$225 milhões em rodada de investimentos série A que contou com a participação de investidores como Future Positive, Kibo Ventures e FJLabs. Esta é a maior rodada de captação série A para uma empresa fintech na América Latina da história, segundo dados do Crunchbase.
Com o montante, a Belvo pretende expandir seus produto para atender à crescente demanda do mercado e da América Latina e fortalecer o crescimento de sua base de clientes. Também integram a rodada os investidores anjo Sebastián Mejía, co-fundador e presidente da Rappi, e Harsh Sinha, CTO da Wise e investidores anteriores, como Kaszek, MAYA Capital, Venture Friends e David Vélez (fundador e CEO do Nubank).
Segundo os co-fundadores e co-CEOs da Belvo, Pablo Viguera e Oriol Tintoré, o investimento permitirá duplicar a escala de ofertas de produtos, expandindo a presença geográfica e contratando os melhores talentos da região. Para Albert Morales, diretor-geral da Belvo no Brasil, o novo investimento é um divisor de águas: “temos trabalhado intensamente para nos tornarmos o principal parceiro das fintechs brasileiras e facilitarmos a transição para o modelo de open banking”.
Leia mais: ‘Real digital’ põe Brasil na vanguarda, mas há mais dúvidas que respostas
Fundada em 2020, a Belvo possui mais de 60 empresas entre seus clientes no Brasil, México e Colômbia, processando milhões de requisições de API mensalmente. No último ano, ampliou o fornecimento de suas APIs para mais de 40 instituições financeiras, viabilizando a conexão com mais de 90% de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas na América Latina.
Open banking
A fintech vem desenvolvendo um trabalho junto aos órgãos reguladores a fim de preparar a realidade brasileira para o novo modelo, tanto que ocupa cadeiras nos grupos de trabalho do open banking do Banco Central. Além disso, trabalha em colaboração com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) na construção do movimento de open insurance no Brasil.
Nos próximos meses, a pretende lançar o serviço de iniciação de pagamentos no Brasil e no México. Em paralelo, planeja dobrar a cobertura de conexão de provedores de dados financeiros em países latino-americanos e atingir 80 integrações até o final do ano. A empresa atualmente possui 70 colaboradores, com expectativa de dobrar seu quadro de funcionários até dezembro, incluindo a contratação de 30 engenheiros no Brasil.
Em nota, Fred Blackford, sócio-fundador da Future Positive, declarou que a Belvo está trabalhando para liderar o movimento open fincance na América Latina. Já Nicolás Szekasy, co-fundador e sócio-gerente da Kaszek, lembrou que a demanda por serviços financeiros na América Latina vem crescendo, enquanto a fintech oferece uma plataforma que se encaixa nas exigências do mercado.
Por fim, Monica Saggioro, co-fundadora da Maya Capital ponderou que o open banking beneficiará milhões de consumidores, sendo a Belvo pioneira dessa mudança na América Latina.