Empresas de tecnologia que não se reformularem ficarão para trás

Gil Giardelli, professor, palestrou no IT Forum Trancoso sobre Sociedade 5.0, metaverso, ESG Data e Web 3.0

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1:07 pm - 22 de abril de 2022
Gil Giardelli, professor Gil Giardelli, professor

“Nós nunca tivemos tantos pensamentos divergentes. E pensamentos divergentes é o que traz a inovação”, essa foi a primeira reflexão de Gil Giardelli, professor e difusor de conceitos e atividades ligados à sociedade em rede, inovação e colaboração humana, na palestra “ESG Data e Web 3.0 – a nova cocriação de CEOs e CIOs”, realizada no IT Forum Trancoso.

A Sociedade 5.0 traz mudanças sistêmicas, como: responsabilidade coletiva; consumidor no centro; diversidade e inclusão; descarbonizar a economia; objetivos de longo prazo x resultados de curto prazo; trabalho remoto; cultura organizacional; empresa flexível e adaptável; Inteligência Artificial; factor to consumer; co-criação. E as empresas de tecnologia já estabelecidas que não se reformularem nessa nova revolução, ficarão para trás.

O metaverso, por exemplo, começa a ser uma realidade. De acordo com o professor, a prefeitura de Seoul está investindo US$ 3 bilhões no metaverso e as novas gerações, se preferirem, poderão tirar seu documento de identidade lá. Além disso, pesquisas já revelaram que as pessoas preferem comprar um carro ou uma roupa de luxo no metaverso, porque usarão mais. “Existe uma nova lógica que para a gente parece absurdo, mas a gente precisa aprender”, provoca.

A era dos gêmeos digitais também muda todo o contexto. Hoje, carros acima de R$ 300 mil, têm 95% de seus acertos feitos com um gêmeo digital. Além disso, 20 mil pessoas no mundo cederam os direitos para universidades testarem gêmeos digitais humanos. Com esse projeto, ambos sentem o mesmo – inclusive dor. Se um fica doente, o outro também. Com isso, hoje, estamos no limiar da medicina preditiva.

“O melhor supercomputador do mundo é o planeta Terra 2. As grandes chuvas que aconteceram na serra carioca foram avisadas com nove meses de antecedência, faltou governança. Então, a tecnologia hoje é completamente preditiva”, diz o especialista.

Se falta governança, também não é segredo que faltam profissionais em diversas áreas de tecnologia. “Para o metaverso, nem começou [a ter formação] ainda. Tem algumas entidades lançando cursos, mas ainda é cedo. Quem disser que sabe muito sobre isso, está se antecipando. O que sabemos é que teremos que desenvolver nas pessoas um conceito muito mais emocional do que tecnológico”, alerta Gil.

Por outro lado, o ESG Data não é mais uma opção. Nas maiores bolsas de valores do mundo, é obrigatório que as companhias coloquem abertos os dados de políticas sociais e ambientais. Um case de sucesso citado por Gil é uma parceria entre a Disney e a GE. Para tranquilizar as crianças que necessitam fazer exames de tomografia, a Disney ofereceu os conteúdos da empresa em salas especiais da GE.

“Quem estiver entregando só produto e serviço está ficando para fora. Quem não entregar valor e experiência, fica para fora”, provoca o especialista. Apesar disso, a média de um CIO em uma cadeira é de 1 ano e 8 meses. “Então, ele faz aquilo que o conselho diz. O mandato não dá tempo de fazer as grandes mudanças. A área de tecnologia está muito atarefada, então quem não tiver gestão do presente, gestão da mudança e gestão do futuro, não vai conseguir. Mas a ação não é tão fácil quanto a teoria”, diz.

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