Em meio à crise, YC anuncia cortes em aportes futuros em startups
Valor do aporte cairá, mas equity nas startups deverá se manter o mesmo
A Y Combinator, uma das aceleradoras de startups mais referenciadas on Vale do Silício, anunciou na última semana algumas mudanças para futuras startups que virão a receber seu apoio. De acordo com post assinado pelo presidente da Y, Geoff Ralston, a primeira mudança é a revisão do acordo padrão para as startups, influenciando no valor de financiamento. O valor do aporte deve cair de US$ 150.000 para US$ 125.000, mantendo o mesmo equity de 7%. Os termos completos da Y Combinator podem ser acessados no site da companhia.
O novo acordo será aplicado à startups que se ligarem à Y Combinator a partir de dezembro de 2021 e não inclui startups no atual lote que já foram negociadas.
Os contratos da YC têm sofrido variações ao longo dos anos, como lembra o TechCrunch. Quando foi lançada, há mais de uma década, oferecia termos de US$ 20.000 por 6% de participação.
Em comunicado enviado ao TechCrunch, uma porta-voz da Y Combinator disse que a mudança segue a previsão de captação de recursos e orçamento da aceleradora. “O futuro da economia é imprevisível e, durante esses tempos, é prudente mudar para um modelo mais enxuto”, disse ela. “No nosso caso, queremos estar prontos para financiar o maior número possível de empresas – especialmente durante esse período que está criando uma mudança sem precedentes no comportamento do consumidor e dos negócios; com essas mudanças, surgem inúmeras oportunidades para startups. E com as alterações feitas em nosso acordo padrão, podemos financiar mais de 3000 empresas”, completou.
Alguns fatores teriam influenciado a decisão. Uma é o aumento do trabalho remoto, que presumivelmente pode ajudar a reduzir alguns dos custos de operação de uma startup, principalmente nos primeiros momentos.
A Y Combinator também investiu grande parte dos fundos em startups de mercados emergentes, que podem ter custos de desenvolvimento drasticamente mais baixos, dados os salários de talentos nos mercados locais.
O corte também é um sinal de que a inundação de capital que entra no Vale do Silício nos últimos anos recuou na esteira da COVID-19.