Elon Musk (finalmente) compra o Twitter e demite alto escalão da empresa

Após meses de discussões e ações judiciais, o empresário conclui a aquisição da rede social por US$ 44 bilhões

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9:29 am - 28 de outubro de 2022

Depois de meses de confusão e ações judiciais, o Elon Musk é o dono do Twitter. Na noite de quinta (27), o empresário fechou seu acordo de US$ 44 bilhões para comprar a rede social, disseram três fontes.

Ele também demitiu pelo menos quatro alto executivos da empresa – incluindo o presidente-executivo, Parag Agrawal; o conselheiro geral, Sean Edgett; o diretor financeiro, Ned Segal; e o chefe de assuntos jurídicos e de políticas, Vijaya Gadde. Musk chegou à sede do Twitter em San Francisco na quarta-feira e se reuniu com engenheiros e executivos de publicidade.

De acordo com fontes que estavam no local, alguns dos executivos estavam na sede do Twitter em São Francisco, nos Estados Unidos, quando o acordo foi fechado. Ao menos um deles foi escoltado para fora. Até agora, nenhum deles se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

O fechamento do negócio coloca o Twitter em um rumo incerto. Musk, autodenominado “absolutista da liberdade de expressão”, disse que quer tornar a plataforma de mídia social um lugar mais livre para todos os tipos de comentários e que “reverteria a proibição permanente” do ex-presidente Donald J. Trump do serviço.

Os primeiros testes ocorrerão em poucos dias, quando o Brasil eleger seu presidente e os eleitores americanos forem às urnas em 8 de novembro para as eleições de meio de mandato. O Twitter disse que proibiria alegações enganosas sobre votação e o resultado das eleições, mas isso foi antes de Musk fechar negócio.

O empresário ainda prometeu outras mudanças radicais no Twitter, incluindo nova liderança, cortes de empregos e a busca de novas maneiras de ganhar dinheiro. O Twitter, que tem sede em São Francisco e emprega mais de 7.500 pessoas, tem enfrentado dificuldades para aumentar consistentemente seus negócios baseados em publicidade e atrair novos usuários. As demissões dos principais executivos da empresa na quinta-feira foram um sinal de que Musk pretendia agir rapidamente.

Musk poderá fazer as mudanças no Twitter sem ter que divulgar seu desempenho a cada poucos meses. Ao tornar a empresa privada, ele não precisa responder regularmente aos acionistas e pode fazer alterações no serviço longe dos olhares indiscretos do público.

A conclusão do acordo foi uma vitória para o conselho do Twitter. Quando Musk concordou em pagar US$ 54,20 por ação da empresa em abril, o Twitter enfrentou críticas por aceitar um preço muito baixo. Mas, como a economia global vacilou nos meses seguintes e as ações do Twitter caíram, o preço do negócio parecia ser uma vitória para os acionistas, e o conselho tentou forçar Musk a cumprir o acordo.

Entenda o contexto

Em abril, Musk fechou o acordo para comprar a empresa por US$ 44 bilhões e disse que suspenderia as políticas de moderação de conteúdo do Twitter, eliminaria spam, adicionaria novos recursos e forneceria mais transparência sobre os algoritmos usados ​​para promover conteúdo.

“O Twitter tem um tremendo potencial – estou ansioso para trabalhar com a empresa e a comunidade de usuários para desbloqueá-lo”, disse ele em um comunicado em abril.

Mas, dentro de semanas, ele começou a questionar o acordo. O empresário atacou os executivos do Twitter responsáveis ​​pelas decisões de conteúdo e acusou a empresa de não contar com precisão as contas de spam em sua plataforma.

Em julho, Musk decidiu que não queria mais ser dono do Twitter, argumentando que havia sido enganado sobre a quantidade de spam na plataforma. Ele anunciou sua intenção de abandonar a aquisição.

O Twitter processou Musk para forçá-lo a cumprir o acordo. A empresa acusou Musk de tentar desistir do acordo porque a crise econômica causou um declínio em sua riqueza pessoal. Musk concordou em fornecer pessoalmente cerca de US$ 33 bilhões do acordo de US$ 44 bilhões.

O processo acabou no Delaware Chancery Court , que ouve muitos casos corporativos. O tribunal marcou um julgamento de cinco dias em meados de outubro para ouvir o caso.

Mas enfrentando dias de depoimentos e um resultado incerto, Musk reconsiderou. Ele tentou negociar um desconto no preço do negócio. Essas discussões não tiveram sucesso. Este mês, Musk disse que prosseguiria com a aquisição pelo preço original se o Twitter interrompesse sua batalha legal contra ele.

O juiz que supervisiona o processo do Twitter concordou em suspender o caso até 28 de outubro, dando a Musk três semanas para fechar o acordo.

Musk estabeleceu algumas metas ambiciosas para o Twitter, que ele disse que transformará em um “aplicativo de tudo” chamado X. Em apresentações a investidores sobre o acordo, ele disse que previa que o Twitter atingiria uma receita anual de US$ 26,4 bilhões e teria 931 milhões de usuários até 2028. A empresa reportou US$ 5,08 bilhões em receita no ano passado e teve mais de 200 milhões de usuários.

*Com informações do The New York Times

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