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Deepfake: 3 usos que ameaçam indivíduos e negócios

Muitos casos de fraudes têm utilizado o deepfake para ganhar vantagem sobre as vítimas. Segundo dados da Kaspersky, o número de vídeos utilizando deepfake on-line teve um aumento de 900% em um ano. Há relatos de fraudes relacionados a assédio, vingança e golpes com criptomoedas.

A Kaspersky, entretanto, ressalta que os deepfakes são ainda um tipo de fraude que requerem um alto investimento por parte dos cibercriminosos. Uma pesquisa anterior da empresa de cibersegurança sobre esses conteúdos vendidos na Darknet, descobriu que os preços por minuto de deefakes podem começar em US$ 20 mil.

“Se alguém que não possui conhecimentos em tecnologia encontrar um software na Internet e tentar criar esse tipo de material enganoso, o resultado será irreal e óbvio ao olho humano, pois as pessoas perceberão defasagens nas expressões faciais ou borrões no formato do queixo”, explica a Kaspersky.

Leia também: Digital skills: 6 habilidades mais requisitadas pelas empresas de tecnologia

“Nem sempre o roubo de dados corporativos é a pior ameaça que os deepfakes representam para as empresas. Às vezes, os riscos à reputação podem ter consequências muito graves. Imagine se for publicado um vídeo em que seu executivo (aparentemente) faz declarações polarizadas sobre questões delicadas”, comenta Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise para a América Latina da Kaspersky. “No caso de grandes corporações, isso pode causar um colapso imediato nos preços de ações.”

Além da estrutura financeira, os cibercriminosos precisarão de uma enorme quantidade de dados: fotos, vídeos e áudios da pessoa que desejam personificar, até diferentes ângulos e expressões faciais. Tudo isso demanda uma enorme quantidade de recursos, disponíveis apenas para um pequeno número de golpistas.

Por conta da ameaça crescente dos deepfakes, pesquisadores da Kaspersky listaram os três principais esquemas de fraude que utilizam técnicas de imagens e áudios sintéticos e como esses golpes são realizados.

Fraude financeira

Os deepfakes podem ser usados para engenharia social, onde criminosos usam imagens avançadas para representar celebridades e atrair as vítimas para seus golpes. Por exemplo, um vídeo de Elon Musk criado artificialmente que prometia grande retorno de um esquema duvidoso de investimento em criptomoeda viralizou no ano passado, fazendo com que muitos usuários perdessem dinheiro.

Para criar vídeos como esse, os golpistas usam filmagens de celebridades ou juntam vídeos antigos e fazem streamings ao vivo em plataformas de mídias sociais, prometendo dobrar qualquer pagamento em criptomoeda enviado a eles.

Deepfakes de pornografia

Um outro uso envolve a violação da privacidade da pessoa. Houve um caso em que surgiram vídeos falsos de celebridades que mostravam seus rostos sobrepostos a corpos de atrizes pornô em cenas explícitas. Consequentemente, nesses casos, as vítimas dos ataques tiveram sua reputação prejudicada e seus direitos violados.

Riscos de negócios

Muitas vezes, os deepfakes são usados até para atingir empresas para crimes como extorsão dos administradores da empresa, chantagem e espionagem industrial. Um caso ficou conhecido por cibercriminosos terem conseguido enganar um gerente de banco nos Emirados Árabes Unidos e roubar US$ 35 milhões usando um falsificador de voz – apenas uma pequena gravação da voz do chefe do funcionário foi suficiente para produzir um deepfake convincente.

Em outro caso, o executivo do Binance ficou surpreso quando começou a receber mensagens de agradecimento referente a uma reunião no Zoom da qual não participou. Com suas imagens disponíveis publicamente, os criminosos conseguiram reproduzir a técnica e utilizá-la com êxito em uma reunião on-line, falando em nome do executivo.

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