De 300 mil para 1 milhão: TI apoia crescimento do Banco Inter

Banco preparou toda a sua infraestrutura tecnologia e levou seu core para a nuvem com o objetivo de apoiar sua expansão

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9:36 pm - 17 de outubro de 2018
De 300 mil para 1 milhão TI apoia crescimento do Banco Inter De 300 mil para 1 milhão TI apoia crescimento do Banco Inter

“Inovar é um estado de espírito. É a combinação de cultura, pessoas e confiança no trabalho da TI.” Foi com essa visão que Guilherme Ximenes, diretor de tecnologia do Inter, levou para o banco o prêmio de As 100+ Inovadoras no Uso de TI, da IT Mídia, na categoria Bancos.

O projeto “A Moderna Arquitetura de Benjamin Button”, uma referência ao filme “O Curioso Caso de Benjamin Button” no qual um homem nasce idoso e rejuvenesce à medida que o tempo passa, foi colocado em prática com o propósito de apoiar o crescimento do banco, que em janeiro de 2018 somava pouco mais de 300 mil clientes de contas digitais e agora conta com mais de 1 milhão de clientes na modalidade. “Idealizamos uma solução tecnológica escalável e resiliente”, contou Ximenes.

A história de expansão da empresa e de inovação, contudo, começou muito antes. Em 1994, quando o Banco Inter foi fundado. Sua proposta sempre foi a de ser uma plataforma de produtos e financeiros 100% digitais, sem cobrança de tarifas bancárias. Vinte anos depois do seu lançamento, o banco passou a oferecer a conta digital, estratégia fortalecida no ano seguinte com a Conta Digital Inter. Assim, 2018 representou o momento da virada do banco.

App Banco Inter PNG
Aplicativo do Banco Inter

“Quando cheguei no banco, sabíamos que queríamos crescer, mas não queríamos um número limitador”, observou o executivo. Por isso a ideia de desenhar uma arquitetura altamente escalável. Era, então, o início de uma revolução orientada pela visão sustentável dos negócios e por seus cinco pilares fundamentais: simplicidade, transparência, experiência, segurança e parceria.

Tudo novo

Para alcançar um crescimento sustentável, portanto, toda a infraestrutura precisou ser reformulada. O data center, o coração da operação digital, foi integralmente migrado para a nuvem da Amazon Web Services (AWS), uma grande surpresa quando se fala do mercado financeiro. “Fomos o primeiro Banco da América Latina a migrar seus sistemas bancários transacionas para a computação em nuvem AWS”, ressaltou o executivo.

Esse, segundo ele, foi um dos grandes desafios do projeto. Não por questões culturais e apego aos sistemas locais, já que o board por ser jovem e bastante aberto ao novo não encontrou impedimentos na prática. “Como não havia referências no mercado que tivessem feito tal movimento, colocar nossos arquitetos de cloud com os arquitetos do fornecedor e destrinchar como se daria a configuração dos servidores de aplicação, bancos de dados e camadas de serviço dos módulos da solução, representou uma barreira que, em um determinado momento, parecia não ser transponível”, revelou ele.

O core bancário ganhou roupagem inovadora. Inicialmente os módulos conta corrente, investimento e tesouraria do core bancário, seriam colocados em produção em diferentes momentos, mas o banco entendeu que deveria fazer tudo de uma vez.

O executivo reconheceu que realizar uma virada do tipo Big Bang necessitou de um grande planejamento. Foi o que aconteceu. “Encontramos uma janela durante o Carnaval de 2018, migramos praticamente o coração do banco, junto com uma nova infraestrutura em nuvem, nova arquitetura de software e todos os sistemas satélites que foram impactados de alguma forma pelo projeto”, comemorou ele.

Engajamento

Para Ximenes um dos fatores críticos de sucesso do projeto foi o engajamento do time do Banco Inter. “Todos sabiam da grandiosidade do projeto e deu tudo certo. Foi uma união de TI e negócios”, reforçou ele.

No início do projeto, revelou, engajar as áreas de negócio, os times de tecnologia e patrocínio dos principais gestores foi um desafio. Principalmente para as áreas de operação, onde usuário-chave deixaram suas rotinas para contribuir com seus conhecimentos.

Segundo o executivo, algumas pessoas da área de TI demonstraram dificuldade com o modelo e até medo de perder seus empregos em função, por exemplo, de atividades que não são demandas com a nuvem, como manutenção de servidores. A situação foi rapidamente revertida a partir do envolvimento do time e de exibição dos benefícios das novas tecnologias.

Era ágil

Com o novo cenário, o Banco implementou microsserviços e ainda DevOps para possibilitar a descentralização do desenvolvimento, disseminação de conhecimento e permitir que múltiplos times pudessem realizar entregas com baixa dependência.

Com isso, houve melhoria significativa de disponibilidade de sistemas, na qualidade percebida de disponibilidade e maior performance de processamento. “Isso gera um impacto positivo na experiência do cliente, como vimos na nota do nosso aplicativo Conta Digital Inter ao atingir a melhor nota da Apple Store (4,9) entre os aplicativos financeiros.”

Outras melhorias citadas pelo executivo incluem melhoria de 300% no tempo de resposta de sistemas para consulta de posições de investimentos, aumento da capacidade transacional no sistema e mais poder computacional para abertura de contas, que hoje soma 1 milhão de clientes. “Estamos com toda a nossa infraestrutura bastante azeitadas e prontos para os próximos desafios”, finalizou ele.

Finalistas da categoria Bancos

1º Banco Inter – Guilherme Ximenes, diretor de tecnologia
2º Banco do Brasil – Gustavo Fosse, diretor de TI
3º Banrisul – Jorge Krug, diretor de TI

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